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 | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
| Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo

Aula de circo para interagir e desenvolver parte motora

Rafaela Beltrami Koppe (foto), 6 anos, começou a fazer aulas de Circo no Colégio Sion neste ano e elas são, sem dúvida, o momento preferido na rotina escolar dela. A atividade dá tranquilidade ao pai, o advogado Gerald Koppe, por saber que a filha está em um lugar seguro para praticar exercícios que desenvolvem muito as habilidades motoras. "Trabalha força física, equilíbrio, flexibilidade. É supercompleto", diz. Segundo ele, as aulas trouxeram outra evolução notável no comportamento de Rafaela. Como as tarefas exigem convívio com crianças de diferentes idades, a menina se tornou mais hábil em socializações.

Escolha

Saiba o que ava­liar na hora de esco­lher atividades extracurri­culares para o seu filho:

Carga horária

Crianças têm muita energia, mas não é saudável gastá-la apenas em ações guiadas. Elas precisam de tempo livre para desenvolver a própria criatividade. Não existe, no entanto, uma receita ideal do número de horas usadas para atividades extraclasses. Depende do que ela faz e do quanto se cansa fazendo.

Relevância

Esportes, em especial, tendem a ser sempre boas escolhas pelo benefício que trazem à saúde e pelas habilidades físicas estimuladas e desenvolvidas – que se tornam cada vez mais importantes à medida que os filhos crescem. Opções mais lúdicas merecem mais atenção na análise dos pais. Se a criança já desenvolve a mesma atividade em casa, espontaneamente, talvez seja o caso de buscar algo diferente. Oficinas de pintura e massa de modelar, por exemplo, entram nessa categoria.

Preferência

Crianças, de uma forma geral, tendem a gostar da escola mais pelos amigos que fazem do que pelas aulas que têm. Assim, como a atividade extracurricular não é obrigatória, parece justo respeitar a preferência do estudante para que a opção escolhida não se torne mais horas a serem toleradas e não aproveitadas.

Preço

Pagar quantias exorbitantes por atividades praticáveis em outros lugares – com preço menor ou de graça –, só pela comodidade de não precisar tirar o aluno da escola, quase sempre não compensa financeiramente. Caso não se importe em gastar um pouco mais de tempo com o deslocamento para outro lugar, vale o esforço.

Fontes: pedagogas Paulla Helena Silva de Carvalho, da UniBrasil, e Alexandra Lima, do Centro de Educação João Paulo II.

Diante da crescente discussão sobre a implantação de um currículo escolar unificado em tempo integral, a expansão do leque de atividades extracurriculares mostra-se uma opção mais simples de ser adotada pelas escolas. Em colégios particulares, a variedade de opções torna-se maior, mas esportes tradicionais – como futebol e vôlei – ainda são os prediletos de crianças e adolescentes. Paralelamente, inovações surgem como diferenciais que encantam alunos e costumam ser usadas como ferramentas de marketing na batalha das escolas contra a concorrência.

No Colégio Santa Maria, por exemplo, há 40 opções de atividades à disposição. Algumas delas, como coral, dança, alongamento e pilates, também são voltadas para a participação dos pais. Além da preocupação de abranger diversas áreas do desenvolvimento, muitas atividades são lançadas a partir de um levantamento de intenções feito pelo colégio, explica Anderson Retechucki, supervisor do Núcleo de Atividades Complementares da instituição.

Para 2014, por exemplo, o colégio lançará cinco novas atividades, algumas pouco conhecidas, como zumba, jogos motrizes e lúdico esportivo, aulas que mesclam habilidades esportivas com recreação. Embora despertem a curiosidade, opções inovadoras ainda não tendem a atrair tantas matrículas quanto as atividades físicas tradicionais. "As opções mais procuradas são futsal, ginástica artística e dança", diz Retechucki.

No Colégio Bom Jesus – Nossa Senhora de Lourdes, os esportes também têm a preferência da comunidade escolar, mas as aulas de robótica com conjuntos de Lego automatizados são concorrentes de peso. "Iniciamos esse projeto há dois anos e os alunos adoraram porque são peças superinterativas", diz Cleide Barbosa Machado, gestora da unidade. Os bonecos são montados com engrenagens, correntes, sensores de toque e processadores programáveis.

Já o desenvolvimento das crianças a partir de atividades lúdicas faz parte das apostas do Colégio Sion, que, entre outras opções, oferece aulas de circo a turmas com até 25 alunos. "O circo é uma atividade que trabalha com todo o corpo e explora muitas possibilidades", defende o professor Marco Antonio Fonseca. Em suas aulas, os alunos praticam malabarismo, contorcionismo, saltos e têm contato com vários aparelhos circenses.

Cautela

De acordo com a professora Paulla Helena Silva de Carvalho, coordenadora do curso de Pedagogia nas Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil), as atividades extracurriculares são benéficas, desde que não sejam responsáveis pelo esgotamento do aluno e sobrecarreguem o orçamento dos pais. "É evidente que essas atividades em contraturno são uma importante fonte de renda para as escolas. Os pais precisam analisar com cautela quais opções realmente valem a pena para não pagar o dobro da mensalidade."

Rede pública inclui aulas no ensino integral

Na rede pública de ensino, as atividades extracurriculares feitas no contraturno frequentemente são consideradas como parte do ensino integral oferecido à comunidade e possuem número limitado de vagas.

Nas escolas municipais de Curitiba, as atividades são chamadas de projetos educacionais e se dividem em cinco temáticas: arte e cultura; esporte e lazer; direitos humanos e cidadania; meio ambiente; e saúde, alimentação e prevenção. Embora a Secretaria Municipal da Educação trabalhe com uma lista de opções em cada temática, as escolas são autônomas para desenvolver os próprios projetos.

Na rede estadual, as aulas extras também são divididas em macrocampos semelhantes aos da grade municipal, com acréscimo de cultura digital, educomunicação e educação econômica. Em 266 das 2.148 escolas, as atividades ocorrem por meio do programa federal Mais Educação e, em outras 320, o financiamento das atividades é feito pelo governo estadual.

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