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Cainã Alves seguiu a carreira de músico incentivado pelas 
oficinas culturais do Festival de Inverno | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Cainã Alves seguiu a carreira de músico incentivado pelas oficinas culturais do Festival de Inverno| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Trapiche

Depois das oficinas e do fim da programação de cada dia, o trapiche é um dos points em que muitos jovens se divertem noite adentro. O local vira um espaço de apresentações artísticas e reúne grupos em rodas de música e bate-papo.

R$ 40 a R$ 50

É quanto custa a inscrição para uma semana de oficina. Entre as opções estão cursos de música, teatro, dança, artes plásticas, artesanato, literatura e comunicação.

Banana

Um dos símbolos de Antonina, a banana faz parte dos dias de festival – seja transformada em bala (produto tradicional do Litoral paranaense e que tem ganhado outros sabores) ou aromatizando cachaças que ajudam a espantar o frio e devem ser bebidas com moderação.

A pacata cidade de Antonina, no Litoral paranaense, receberá pela 22.ª vez os agitos e o movimento cultural que marcam todo ano o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O evento começa no próximo sábado e segue até 14 de julho, período em que centenas de visitantes – principalmente jovens estudantes – lotam pousadas e hospedagens do município para curtir shows e participar de oficinas. Com o festival prestes a começar, restam poucos dias de inscrição.

A programação para o evento reserva atividades culturais para pessoas de diferentes faixas etárias e expectativas. As oficinas são destinadas a adultos, crianças, profissionais, curiosos e até especificamente à comunidade local. Entre as áreas abrangidas estão música, teatro, dança, artes plásticas, artesanato, literatura e comunicação – somando 43 opções de oficinas e aproximadamente mil vagas.

Entre os cursos de aprimoramento, destinados a quem tem conhecimento em determinadas áreas, o festival traz nomes reconhecidos em seus campos de atuação, como o carioca Mestre Odilon, que ministrará uma oficina sobre bateria de escola de samba, e seu conterrâneo André Marins, que falará sobre carros alegóricos. Ambos são profissionais atuantes no carnaval do Rio de Janeiro, convidados especialmente devido à tradição carnavalesca de Antonina.

Crianças

Embora uma taxa de inscrição que varia entre R$ 40 e R$ 50 seja cobrada na maioria das oficinas, as atividades voltadas ao público infantil são gratuitas e se destacam como as mais procuradas. "Algumas [crianças] vêm com os pais e ficam na fila desde a madrugada", conta Juliane Blume, aluna de Comunicação Social na UFPR e instrutora da oficina "Caranguejinho – jornal diário para crianças".

O trabalho que Juliane desenvolverá com as crianças simula a atividade jornalística real. As crianças saem em duplas ou trios pela cidade, entrevistando outras crianças, instrutores ou visitantes sobre o festival e até tiram fotos com celulares. "Em seguida, a gente diagrama, imprime e o material é distribuído nos pontos de referência da cidade", conta a estudante.

Comunidade

O músico Cainã Alves, 21 anos, lembra o quanto se divertia quando era apenas um garoto e participava das atividades do festival. Criado em Antonina, Alves foi fortemente influenciado pelo festival, formou­se em Música pela UFPR no ano passado e agora é regente da Filarmônica Orquestra Show, banda vinculada à Filarmônica Antoninense e que se apresentará no festival interpretando músicas de Luiz Gonzaga, Raul Seixas, Roupa Nova e outros artistas.

Para Alves, o festival é muito mais do que uma mostra de atividades. O evento cria expectativas nos habitantes locais e está incorporado à alma do município. "A cidade muda totalmente. Num dia comum, Antonina é bastante pacata, e o festival traz uma energia toda nova para o povo."

Oficinas programadas passam por processo prévio de avaliação

A coordenadora de Oficinas do Festival de Inverno da UFPR, Patrícia Salles, explica que a oferta das atividades segue um criterioso processo de escolha, que envolve o valor cultural da oficina e a adaptação às condições da cidade e seus habitantes. Todo fim de ano, a organização do festival anuncia a abertura de inscrições para quem quer apresentar projetos de oficinas. As propostas são separadas por áreas e encaminhadas a bancas avaliadoras formadas por especialistas em cada tipo de arte ou produção cultural.

Os projetos aprovados pela banca seguem para uma análise de viabilidade técnica, que procura adequar a proposta à estrutura disponível em Antonina. Quando alguma área específica das artes não é contemplada nas propostas apresentadas, a própria organização convida profissionais do ramo.

Segundo Patrícia, normalmente os projetos são montados por profissionais, mas há casos em que são os universitários que tomam a iniciativa. "A oficina do Caranguejinho é um exemplo disso. Ela foi sugerida por estudantes e surgiu de uma antiga oficina voltada ao público adulto, chamada Caranguejo."

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