• Carregando...
Osny Preuss participou dos 
desfiles dos calouros quando foi aprovado em Medicina | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Osny Preuss participou dos desfiles dos calouros quando foi aprovado em Medicina| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
 |

O sonho de ser aluno da UFPR

Veja parte dos depoimentos de uma aluna da UFPR e de uma jovem que não desistiu de entrar na instituição:

Henry Milleo/Gazeta do Povo

"Estudar na UFPR é um presente. Mas é um daqueles presentes que você dá a si mesmo. Não foi fácil ingressar e é mais difícil ainda se manter nela. Costumamos, em nosso grupo de amigos, definir a UFPR como nossa ‘namorada possessiva’, visto que a dedicação é praticamente exclusiva."

Vivian Cristhiane Monteiro Pereira, 25 anos, estudante de Física na UFPR desde 2009.

Divulgação

"Eu tinha 9 anos quando decidi que iria fazer Direito e que seria na Federal. Com o tempo a ideia se consolidou ainda mais. Estava animada com a prova deste ano, mas não consegui passar novamente. Lá se foram quatro tentativas. Uma hora vou conseguir entrar."

Karen Letícia Fernandes, 19 anos, vestibulanda da UFPR.

 |

Livro retrata ex-alunos de Geologia

Foi lançado neste mês o livro Quatro Décadas do Curso de Geologia na Universidade Federal do Paraná, trabalho que traz informações sobre ex-alunos que passaram pelo curso de Geologia desde 1973. "Queríamos descobrir onde estavam os estudantes que passaram pela universidade e, desde junho de 2010, buscamos contribuições.Conseguimos mostrar as informações de 99% dos alunos", diz o professor Rubens José Nadalin, ex-coordenador do curso e um dos autores da obra. O livro resgata informações dos profissionais e fotos da época da graduação e está à venda na secretaria do Departamento de Geologia, no CentroPolitécnico, por R$ 60.

  • Imagens de desfiles de calouros, do arquivo pessoal de Osny Preuss
  • Imagens de desfiles de calouros, do arquivo pessoal de Osny Preuss
  • Trote em local não determinado, em foto datada de março de 1934
  • Calouros da UFPR na Rua XV de novembro em de abril de 1950

O coração mal tinha disparado por ter visto seu nome entre os aprovados em Medicina na Federal e Osny Preuss já teve o cabelo picotado e a metade do bigode raspado. Voltou para casa feliz – e um pouco constrangido por ser alvo de olhares e comentários de todos que estavam no ônibus. Caminhava flutuando, deixando um rastro de farinha pelo chão.

Se não fosse o detalhe do bigode, a história poderia ser a de qualquer calouro dos anos 2000, mas Preuss, 84 anos, entrou na Faculdade de Medicina em 1949 – depois de ter feito as provas de Física, Química e Biologia em papel almaço e de ter enfrentado uma prova oral e outra prática. "Assim que o resultado era afixado do lado direito da Santos Andrade, os veteranos repicavam o cabelo e metade do bigode, além de dar um banho de farinha", lembra. Preuss conta que banho de lama não havia, mas os calouros mais resistentes eram jogados no chafariz da praça.

Na época, era comum os diretórios acadêmicos organizarem calouros e veteranos para um desfile que percorria a Rua XV de Novembro. "A rivalidade entre os acadêmicos de Medicina e Engenharia era manifesta, não só no desfile, mas em todas as atividades sociais e esportivas", relata Preuss, que também foi professor de Ortopedia e Traumatologia da UFPR entre 1957 e 1997.

Cuidados

Segundo a pró­-reitora de Assuntos Estudantis, Rita de Cássia Lopes, a UFPR tem dedicado atenção especial ao trote nos últimos anos, depois que começaram a ser constatados problemas relacionados principalmente com álcool. Entendido como um "rito de passagem", o trote vem sendo abordado na universidade por meio de ações preventivas e educativas. "Temos um aumento significativo de ações culturais, esportivas e de cidadania, presentes nas programações dos centros acadêmicos e Diretório Central dos Estudantes. No próximo resultado, com certeza teremos uma grande festa, com o tradicional banho de lama, apresentações artísticas, participação dos centros acadêmicos dos vários cursos, além da alegria e grande emoção dos aprovados e seus familiares", diz Rita.

Seleção reavaliada constantemente

A cada ano, o processo seletivo é reavaliado internamente pela UFPR, mas no momento não há qualquer discussão sobre uma grande alteração ou abolição do vestibular, segundo o coordenador do Núcleo de Concursos, Raul Von der Heyde. "Todo ano o vestibular tem de ser melhor que o do ano anterior. Infelizmente, é um processo que deixa um número muito grande de bons candidatos de fora, pois temos o limite físico, de recursos humanos e de orçamento", diz.

Para 2012, está prevista a discussão sobre o modelo de vestibular estendido, pelo qual candidatos dos cursos de Matemática, Matemática Industrial e Estatística – além das duas fases do processo seletivo comuns a todos os candidatos – cursam um semestre da graduação antes de serem efetivamente aprovados. O último vestibular, cujo resultado será conhecido no início de janeiro, bateu recorde de candidatos. No total, foram mais de50 mil inscritos.

>>> Principais mudanças no vestibular da UFPR nas últimas décadas:

1972 - As provas de admissão deixam de ser feitas em separado em cada setor e o processo se torna unificado, após decreto assinado no ano anterior.

1996 - As respostas das questões estão estruturadas de forma somatória, o que faz com que o aluno possa ter acerto parcial em cada questão.

2003/2004 - As provas deixam de ser aplicadas em Joinville (Santa Catarina) e Londrina e são aplicadas somente em Curitiba.

2004 - O sistema de somatória deixa de existir, dando lugar à questões com cinco alternativas em que apenas uma deve ser selecionada.

2005 - Passam a funcionar as cotas na universidade, sendo 20% das vagas reservadas para as cotas raciais, 20% para sociais (destinadas a quem vem de escolas públicas) e 60% para a classificação geral. Indígenas são atendidos no vestibular em separado, com 10 vagas destinadas ao processo.

2005 - Primeiro vestibular da UFPR Litoral.

2005 a 2007 - Provas em Curitiba e região metropolitana.

2008 - É realizado o primeiro vestibular em Palotina. Antes disso os candidatos para os cursos de Palotina faziam a prova em Curitiba.

2009 - A partir desse ano é feita a inclusão de uma vaga em cada curso para portadores de necessidades especiais que precisem de acompanhamento pedagógico específico, portadores de autismo e de deficiências visuais e auditivas, por exemplo.

2009 - Passa a ser adotada a nota do Exame Nacional do ensino Médio (Enem) com peso 1 no processo seletivo. Os outros 9 pontos são compostos pelo desempenho dos estudantes no vestibular.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]