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| Foto: Marcelo Elias /Gazeta do Povo

Os estudantes de 15 anos do Espírito Santo conquistaram a melhor nota em ciências do Brasil no Pisa 2015, avaliação internacional que testa alunos em 72 países e economias nas disciplinas de ciências, matemática e leitura.Os 435 pontos alcançados pelos capixabas superam de longe a média do estado pior colocado, Alagoas, com 360 pontos, e um pouco a média nacional, 401 pontos. Essa diferença corresponde a dois anos de estudo, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo levantamento.

PISA 2015: Acesse o relatório

Brasil continua entre os piores do mundo em ciências, matemática e leitura

INFOGRÁFICO: Confira o desempenho dos estados brasileiros no Pisa 2015

Essa e outras diferenças entre os estados mostram a grande desigualdade entre eles, segundo os dados apresentados pelo Inep, órgão do Ministério da Educação (MEC), responsável pela aplicação do Pisa no Brasil. Enquanto o Brasil está entre os piores colocados no ranking geral, alguns estados estão ainda muito abaixo da média nacional. E dois não obtiveram a quantidade necessária de participantes nas avaliações, o que tornam suas notas não confiáveis: o Paraná, que aparece bem no ranking, e o Amapá.

Em leitura, cuja média do Brasil foi de 407 pontos, e em matemática, cuja média foi 377, 15 estados ficaram abaixo da média nacional: Roraima, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Rondônia, Amapá, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe, Maranhão, Tocantins, Bahia e Alagoas.

Quase metade dos estudantes brasileiros (44,1%) está abaixo do nível de aprendizagem adequado em leitura, matemática e ciências

Entre os fatores destacados pelo Inep que influenciam o baixo desempenho está o índice de repetência que, entre outras questões, pode desestimular os estudantes. Na avaliação, 36% dos jovens de 15 anos afirmaram ter repetido uma série pelo menos uma vez.

O nível socioeconômico também influencia o desempenho. Alunos com maior nível socioeconômico tendem a tirar notas maiores. Entre os países da OCDE, a diferença entre estudantes com maior e menor nível pode chegar a 38 pontos de proficiência. No Brasil, essa diferença chega a 27 pontos, ou o equivalente um ano de aprendizagem.

“O Brasil não melhorou a qualidade e nem a equidade nos últimos 13 anos, principalmente”, diz Maria Helena. “A única melhora do país foi no fluxo. É importante registrar que 77% dos estudantes que fizeram o Pisa estão no ensino médio”, diz a secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Maria Helena Guimarães de Castro.

Abaixo da média

Quase metade dos estudantes brasileiros (44,1%) está abaixo do nível de aprendizagem considerado adequado em leitura, matemática e ciências.

Esses estudantes obtiveram uma pontuação que os coloca abaixo do nível 2, considerado adequado nas três áreas avaliadas pelo Pisa. Separadamente, 56,6% estão abaixo do nível 2 e apenas 0,02% está no nível 6, o máximo da avaliação. Em leitura, 50,99% estão abaixo do nível 2 e 0,14% estão no nível máximo; em matemática, 70,25% estão abaixo do adequado, contra 0,13% no maior nível.

Isso significa que esses estudantes não conseguem reconhecer a ideia principal em um texto ou relacioná-lo com conhecimentos próprios, não conseguem interpretar dados e identificar a questão abordada em um projeto experimental simples ou interpretar fórmulas matemáticas.

“O nível 2 é o nível considerado mínimo para a pessoa exercer a cidadania”, afirma Maria Helena Guimarães de Castro. “Todos os educadores insistem e nós também na questão da equidade. Esse resultado mostra problema de desigualdade muito grande”.

O Pisa testa os conhecimentos de matemática, leitura e ciências de estudantes de 15 anos de idade. A avaliação é feita a cada três anos e cada aplicação é focada em uma das áreas. Em 2015, o foco foi em ciências, que concentrou o maior número de questões da avaliação.

No total, participaram da edição do ano passado 540 mil estudantes que, por amostragem, representam 29 milhões de alunos dos países participantes. O Pisa incluiu os 35 países-membros da OCDE, além de economias parceiras, como o Brasil. No país, participaram 23.141 estudantes de 841 escolas. A maior parte deles (77%) estava matriculada no ensino médio, na rede estadual (73,8%), em escolas urbanas (95,4%).

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