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Brasília - O governo federal anunciou em maio deste ano o cumprimento da meta do programa Luz para Todos. A proposta de levar energia elétrica para todas as comunidades do país, porém, deixou para trás pelo menos 17.795 escolas, na maioria, rurais. São cerca de 500 mil estudantes, especialmente de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, que estudam em escolas onde não há geladeira, tevê e, em um dia sem sol, cadernos e livros ficam difíceis de decifrar.

Em número de alunos, essas escolas representam menos de 1% dos estudantes brasileiros. Na sua maioria, estão em áreas rurais, afastadas da zona central dos municípios, mas, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), que realiza o censo escolar, mesmo em áreas urbanas há casos. "A escola do bairro de Itapoã, em Brasília, teve a energia ligada este ano, porque não havia luz em todo o bairro", conta Maria Inês Pestana, diretora de estatísticas educacionais do Inep. "Muitas vezes a educação chega antes da infraestrutura."

Entre 2007 e 2008, 4.133 escolas brasileiras receberam a ligação de energia elétrica. Desde 2003, 16 mil escolas rurais teriam sido beneficiadas. Ainda assim, o número de alunos no escuro ainda é alto.

Escolas sem luz, mesmo que apenas diurnas, impedem a chegada de laboratórios de informática – que o Ministério da Educação pretende levar a todas as escolas rurais até o fim de 2010 –, não permitem o uso de tevês, vídeos e outros materiais para apoio às aulas e prejudicam até mesmo a merenda escolar. Sem uma geladeira para guardar frutas, verduras e carnes, a alimentação dos estudantes fica mais pobre.

"A falta de luz é uma situação grave, dificulta o trabalho em sala de aula e até mesmo a chegada de programas", afirma a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda que, no entanto, achou o número encontrado pelo censo excessivo.

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