Ponta Grossa - Cerca de R$ 15 milhões serão destinados até o final do ano a 930 escolas do Paraná que apresentaram baixo rendimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A verba faz parte do pacote de R$ 517 milhões que será depositado pelo Ministério da Educação (MEC) nas contas de 27 mil escolas brasileiras que estão na mesma situação. Como o dinheiro é escasso, os diretores usam a criatividade e os poucos recursos pedagógicos que têm para manter a atenção dos alunos nas aulas. O Ideb é medido através dos resultados da Prova Brasil e das taxas de repetência e evasão escolar.
A Prova Brasil, que cobra conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática aos alunos das quartas e oitavas séries do ensino fundamental, além dos terceiros anos do ensino médio, está previsto para outubro. Apesar de ainda faltarem seis meses para o exame, os alunos do Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que teve nota 3,2 no Ideb de 2007, começaram no último sábado as aulas de reforço. A diretora, Andréa Schafranski, afirma que com a preparação antecipada e com o dinheiro que virá do MEC a tendência é que o Ideb suba.
Os R$ 21 mil garantidos pelo programa federal já têm destino certo. Conforme Andréa, serão comprados novos livros para a biblioteca, novos dicionários revisados pelo novo acordo ortográfico e materiais de apoio para as aulas de Educação Física. Mas a verba do governo federal é irrisória. O colégio conseguiu arrecadar mais que o dobro R$ 47 mil , apenas com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) no ano passado. O dinheiro foi usado na compra de ventiladores e cortinas para as salas de aula.
No Colégio Leopoldina Pedroso, em Tibagi, nos Campos Gerais, o repasse será de R$ 31 mil. O diretor, André Wrobel, admite que a verba é curta, mas que dará para fazer muitas coisas. "Queremos deixar as aulas mais atraentes e assim fazer com que os alunos aprendam", diz. Ele pretende comprar aparelhos de DVDs para todas as salas de aula, mapas e globos para as aulas de Geografia, jogos para as aulas de Matemática e novas tabelas de basquete para as aulas de Educação Física. O Ideb de 2007 do colégio foi de 3,6.
Programa
O recurso extra virá do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) que foi criado pelo MEC para dar uma atenção especial às instituições com baixo rendimento no Ideb como uma ferramenta gerencial que ajuda os gestores a planejar seus gastos e suas ações. O dinheiro será depositado pela primeira vez nas contas das escolas da área de risco, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Cada escola receberá entre R$ 10 mil e R$ 75 mil, de acordo com o número de alunos. O recurso será repassado em duas parcelas.