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Há uma grande diferença entre dizer às crianças o que elas deveriam saber e ensiná-las a aprender.

À medida que os pais procuram mais e melhores opções de educação, o fenômeno das “microescolas” visa preencher a lacuna entre os fatos e a experiência, com aprendizagem baseada em projetos.

Embora o movimento a favor das “microescolas” tenha se iniciado nos EUA e Reino Unido na última década, seus contornos são muito mais antigos. Famílias adeptas do homeschooling podem reconhecer alguns traços em comum com as cooperativas que vêm sendo formadas desde os anos 90.

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Cada escola é independente. Por isso, não há duas iguais em termos de ênfase, estrutura de classe ou currículo. Uma escola pode ser de ensino fundamental e médio, enquanto outra pode ter classes só até o 5º ano, ou ainda oferecer apenas ensino médio. O traço comum às “microescolas” é a quantidade de alunos – menos de 150.

Os fundadores da conhecida “microescola” Acton Academy recorreram a um modelo ainda mais antigo que muitas cooperativas da homeschooling: a escola de uma só sala, como a de Laura Ingalls, do seriado “Os Pioneiros”. Porém, em vez de memorização e recitação sistemáticas, as “microescolas” usam métodos inovadores para alimentar o apetite voraz das crianças por novas experiências e ideias.

Jeff e Laura Sandefer abriram a Acton Academy quando perceberam que a experiência dos seus filhos numa Escola Montessori seria uma transição difícil para a escola tradicional.

Assim, eles desenvolveram o seu próprio modelo escolar baseado em amadurecimento de caráter e aprendizagem independente. O corpo docente atua como uma espécie de “parapeito” para a própria curiosidade dos alunos, explica um deles, ajudando-os a organizar o seu tempo e estabelecer metas que sejam realistas e desafiadoras.

Na escola, que fica em Austin, Texas, o casal Sandefer traz o seu espírito empreendedor para todas as aulas, encorajando os alunos a cometer muitos erros – para que possam aprender com eles.

Crachás de mérito são usados no lugar das notas de ensino médio, com o objetivo de reconhecer as realizações dos alunos em um tópico de Trigonometria, Literatura ou História, por exemplo.

Outra “microescola”, a Brightworks, em São Francisco, divide os seus alunos de ensino Fundamental e médio em grupos (chamados “bandas”) que exploram um único tópico com pesquisa, experiências, viagens de campo e projetos pessoais.

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Para uma banda, o tema “tecido” inspira projetos desde o design de moda à engenharia. Uma viagem de acampamento e caiaque investiga o papel do tecido como abrigo, e um desafio de construção de uma peça de vestuário ensina os alunos a usar máquinas de costura.

Integração e imersão são as principais práticas da BB International School, em Pompano Beach, Florida, que dispõe de quatro horas de formação de segunda língua todos os dias para as classes de nível fundamental, integradas de acordo com a idade.

A segunda língua está integrada às atividades programadas no dia – que podem incluir filmar uma adaptação de ópera ou preparar uma refeição. Os alunos absorvem informalmente a segunda língua, da mesma forma que aprendem o inglês.

Algumas “microescolas” são concebidas para apoiar famílias já adeptas do ensino não tradicional. Localizada em Nova Iorque, a Brooklyn Apple Academy – que prefere ser chamada de um “recurso para homeschool e centro comunitário” em vez de “escola” – dispõe de uma oficina de madeira completa e aulas de conserto diariamente.

Quartas-feiras são dedicadas a excursões de campo e sextas-feiras a atividades externas. As famílias podem se inscrever para sessões semanais de manhã ou à tarde, para dias completos da semana, ou para aulas particulares, tais como radiodifusão, ecologia ou design de games.

Tal como acontece com as escolas privadas tradicionais, nos Estados Unidos as “microescolas” podem ser surpreendentemente acessíveis. A BB International School custa apenas 10% mais do que a escola pública da Florida, em média, por aluno.

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Juntamente com as bolsas de estudo privadas, o programa de bolsa de crédito fiscal do estado ajuda os pais de alunos da BB International a cobrir esse custo. Atualmente, as bolsas de estudo de crédito fiscal ajudam mais de 270.000 alunos a frequentar a escola adequada para eles, em 18 estados dos EUA.

Contas de poupança para educação e sistemas de voucher escolar aumentaram consideravelmente as opções de educação para as famílias. As contas de poupança para educação transferem fundos alocados para um aluno para um cartão bancário pré-pago. Os pais podem então usar os fundos para custear a educação dos filhos, como as mensalidades das “microescolas”.

Mais de 15.000 alunos usam as contas de poupança para educação nos cinco estados que oferecem esse benefício, e cerca de 180.000 alunos em todos os Estados Unidos usam os vouchers escolares para pagar mensalidades em escolares privadas.

As “microescolas” são a resposta para as necessidades de muitos alunos. Não são a única solução, e tampouco funcionam para todos. Mas esse modelo inovador aponta para um movimento mais amplo, no qual pais e alunos estão assumindo o controle da educação e construindo uma vida melhor para si próprios.

* Emily Maxson é membro do Young Leaders Program, da The Heritage Foundation. Jude Schwalbach é pesquisador-assistente de Política de Educação, na The Heritage Foundation.

Tradução: Ana Peregrino

©2018 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês

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