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O Ministério da Educação (MEC) pretende realizar oficinas em escolas públicas para discutir como será na prática o ensino do conteúdo do ensino médio sem a divisão por disciplinas.

Pela proposta do MEC apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e que ainda depende de aprovação, as 12 matérias atuais seriam distribuídas em quatro grandes áreas: línguas; matemática; exatas e biológicas; e humanas. O objetivo da mudança é atrair o interesse do estudante de ensino médio, área crítica da educação .

"Em vez de fazer a discussão num escritório em Brasília, queremos fazer o debate dentro de uma escola. Aí, a partir dessas oficinas, sairá um documento com propostas concretas. Por exemplo, aula de história pode ser dada dessa maneira e assim por diante", afirmou ao G1 a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.

O projeto do MEC será debatido numa audiência pública a ser realizada pelo CNE no dia 1º de junho, das 13h às 18h. Segundo a secretária, no dia 3 ou 4, a proposta deverá ser votada no plenário do CNE. A idéia é fazer três ou quatro oficinas em agosto.

"Queremos fazer oficinas dentro de uma escola pública de ensino médio para convidar movimentos de jovens e do terceiro setor, além de professores, que são principalmente aqueles que estão atuando, e os alunos", disse.

A primeira oficina deve acontecer em uma escola da Baixada Fluminense. "Será num sábado, para não atrapalhar as aulas, durante o dia todo, mas queremos os alunos presentes, que são os protagonistas. Com o documento em mãos, pretendemos discutir como a escola funciona na prática, como é ter esse currículo."

Segundo a secretaria, as outras oficinas seriam realizadas em uma escola do Nordeste, uma do Centro-oeste e outra do Sul. "Queremos escutar muito os alunos e professores, dialogando com quem tem a prática, para não ficarmos restritos ao gabinete."

A implantação no sistema público de ensino dependerá dos Estados, que têm autonomia para aderir ou não. "Esperamos que haja adesão já a partir do próximo ano letivo. O MEC pretende dar suporte técnico e financeiro, num valor ainda não estimado, para os governos que adotarem as mudanças.

Pelo novo sistema, os alunos terão um conteúdo básico, que inclui línguas, literatura e matemática, e as matérias focadas no seu interesse e na sua aptidão. A secretária de Educação Básica explica que, se um aluno pretender seguir a carreira de engenharia, ele verá o conteúdo de matemática mais aprofundado do que outro que planeja ir para uma área de humanas.

A proposta também vem ao encontro das alterações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que terá uma divisão por quatro grandes áreas. O MEC também propõe um aumento de 25% na carga horária (de 2.400 horas para 3.000 horas).

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