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Enzo e Caroline com o professor Cleber mostram um dos projetos que será qpresentado em uma feira em São Paulo | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Enzo e Caroline com o professor Cleber mostram um dos projetos que será qpresentado em uma feira em São Paulo| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Evento

Para todo mundo ver

Nas escolas municipais, os projetos mais interessantes são apresentados em uma grande feira. Nara Luz Salamunes, diretora do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação, comenta que, neste ano, ela acontecerá entre os dias 2 e 10 de novembro, no Parque Barigüi. No ano passado, 70 escolas participaram.

A participação é aberta a todas as escolas que apresentarem projetos "que tem como lema interagir, observar, refletir e compreender", explica Nara. O tema principal será "interação consciente". "Interação essa com as tecnologias, com as pessoas, com o meio ambiente", sugere Nara.

Também há dez subtemas, como "viagem pelo planeta", "conhece-te a si mesmo" e "nem tudo que reluz é estrela".

Neste mês, as escolas já estão trabalhando a todo vapor. Porém, quem quiser participar ainda tem tempo e deve procurar o seu Núcleo Regional. Em outubro, as escolas enviam um CD com os registros dos trabalhos e em novembro eles são apresentados.

A Prefeitura custeia o transporte das escolas, inclusive as que queiram apenas visitar o evento.

A média brasileira de pesquisadores por milhão de habitantes é de apenas 600, segundo dados da diretoria científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Este número é mínimo quando comparado ao Japão, que tem 5.500 pesquisadores por milhão de habitantes. Também é pouca se comparada à Espanha, com 2.600 pesquisadores. As feiras de Ciências, tradicionalmente realizadas nas escolas, pretendem mudar este panorama e tornar várias disciplinas mais atrativas.Nara Luz Salamunes, diretora do Departamento de Ensino Funda­mental da Secretaria Municipal de Educação, explica que a ideia das feiras é que "o ensino das Ciências não fique ‘livresco’ (preso ao livros), pois as crianças devem vivenciá-lo". Ela completa que nestes eventos "os alunos aprendem muito: desde valores básicos até o conhecimento científico propriamente dito."

Desde pequenos

Para Celso Maurício Hartmann, coordenador do ensino médio do Colégio Positivo, há a necessidade de os alunos "pensarem cientificamente". A maior prova disso é um dos trabalhos apresentados entre centenas na última feira realizada pelo colégio.

Os estudantes Beatriz Glaser Pimpão e Raphael Yudi Kai, do 2.° ano do ensino médio, apresentaram uma solução que contribui para a diminuição dos alagamentos nas grandes cidades. Eles desenvolveram um reservatório com defletor (como se fosse uma grelha de churrasqueira) para ser inserido ao lado dos bueiros. Assim, quando o lixo cai nos bueiros fica preso, evitando o entupimento. "Sempre vemos notícias sobre alagamentos e pensamos em uma maneira de evitá-los", conta Beatriz, que participa de feiras de ciências desde a 1.ª série.

Este projeto, que contou com a orientação de alunos de Enge­nharia Mecânica da Universidade Positivo, ficou pronto em cerca de dois meses.

Hartmann conta que as feiras no colégio acontecem desde a educação básica. A partir da 5.ª série, os trabalhos são avaliados conforme normas científicas e a participação na feira é voluntária. Na última, cerca de 20% dos alunos participaram.

Reciclagem

No Colégio Expoente, as feiras contam com o auxílio da robótica – uma ciência que estuda tecnologia e eletrônica. Graças a ela, os projetos ganham vida. A montagem dos trabalhos feitos pelos alunos é realizada nas aulas da disciplina de Robótica. Nelas, os estudantes podem conectar seus projetos a um dispositivo chamado Cyberbox, que é uma interface que liga o trabalho ao computador, fazendo-o funcionar.

Cleber de Freitas Ramos, professor dessa matéria, conta que antes as feiras usavam apenas peças de jogos de montar, o que restringia o projeto a uma disciplina apenas. Na atual forma da feira, "é possível mesclar várias matérias", diz.

Ao final de cada semestre, os projetos (que contam com a participação de toda a turma) são apresentados. Apesar de serem desenvolvidos em grupo – para reforçar o espírito de equipe –, as notas são individuais. Um destes projetos, selecionado para participar da Feira do Saber em São Paulo, mostra o desmatamento de uma floresta, conta o estudante da turma da 6.ª série, Enzo Kalinki. O trabalho tem direito a lenhador derrubando árvore, fogo (criado através de lâmpadas de led), iluminação nos caminhões e até barco motorizado transportando as toras de madeira.

A colega de turma de Enzo, Caroline Lazzari, conta que o material usado foi todo reciclado, como palitos de sorvete, papelão, papel e o led (que é mais econômico em comparação a uma lâmpada comum). Ela acredita que o trabalho criou uma consciência de responsabilidade. "Tudo começa na escola", diz.

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