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Ezequiel Soares tem 14 anos e está no 5.º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professora Maria Marli Piovezan, no bairro Uberaba, em Curitiba.

Tão jovem, ele já foi capaz de motivar uma transformação inspirada pela educação. Na escola em que estuda, além das turmas regulares, há duas de EJA (Educação de Jovens e Adultos), dedicadas a transmitir conhecimentos da grade curricular do 1.º ao 5.º anos.

Atento à oportunidade, ao chegar um dia da escola, o jovem fez o convite ao pai: deveria considerar a ideia de voltar a estudar. Valdivino Soares, de 44 anos, não teve as mesmas oportunidades que o filho quando mais jovem, mas poderia recomeçar agora. “Achei que estava velho para isso, mas tive tanto incentivo que voltei também para motivar meus filhos”, conta.

Há dois meses, os dois acumulam conhecimentos em classes diferentes, mas apoiados por um recurso em comum: o jornal (foto). Além de trabalharem diariamente as notícias em sala de aula, as turmas se revezam para levar as edições para casa e discutir as reportagens em família.

Ezequiel se lembra da primeira vez em que viveu a experiência com o pai. “Um dia, chamei ele no sofá e pedi para encontrar comigo uma notícia. Cada um leu uma parte e comentou. Gostei, porque estávamos juntos, um ajudando o outro”.

Ser a mudança que se quer ver

Andreia Silveira e Flaviana Mitidieri são as responsáveis pelo incentivo da prática. Envolvidas com o Ler e Pensar desde 2010, as professoras trabalham as reportagens, respectivamente, com o 5º ano e a EJA, graças ao apoio do HSBC, que patrocina a escola, oferecendo assinaturas da Gazeta do Povo.

Após lerem e refletirem as reportagens diárias, as turmas produzem conteúdos sobre os assuntos e atualizam semanalmente um mural, fixado no corredor da escola e disponível para participação de quem se interessar. “Oferecemos bloquinho e caneta para os que quiserem opinar sobre as matérias também. Nossa intenção é reunir as produções dos alunos de diferentes idades e contar com a participação da comunidade e de outros professores da escola”, diz Andreia.

Ao comentar os planos para o futuro, Valdivino é direto. “Não quero mais parar de estudar. Agora vou até o fim”.

Para Andreia, ensinar com o auxílio do jornal favorece a consciência e a criticidade dos estudantes. “Sinto que estou contribuindo com a formação de uma sociedade melhor, com cidadãos mais bem informados. Tem um ditado que diz que a mudança que queremos ver no mundo é a que precisamos começar. A nossa parte, acho que já iniciamos”, conclui.

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