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Foto ilustrativa. | /Bigstock
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Um professor do ensino médio no estado de Virgínia, nos Estados Unidos, foi demitido na última semana por supostamente desrespeitar um estudante pela sua escolha de gênero (ação reduzida à palavra “misgender”, em inglês). É a primeira vez que um educador perdeu o emprego no estado por usar pronomes de acordo com o sexo biológico para se referir a um estudante.

Por 5 votos a zero, o Conselho Escolar da instituição votou por demitir Peter Vlaming, que ensina francês, de acordo com o jornal Richmond Times-Dispatch.

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Vlaming, de 47 anos, foi acusado de discriminação depois de não usar os pronomes masculinos para se dirigir a uma estudante do sexo biológico feminino. Vlaming não desprezou intencionalmente a estudante – usou o nome masculino adotado pela estudante de sexo biológico feminino –, mas evitou usar qualquer pronome para nominar ou falar sobre a aluna, para concordar com sua fé cristã, relatou o Times-Dispatch.

“Estou muito feliz em usar o novo nome”, disse a Vlaming à rede WWBT, afiliada da NBC. “Fico feliz em evitar que os pronomes femininos não ofendam porque não estou aqui para provocar ... mas não posso me referir a uma mulher como homem e a um homem como mulher em boa consciência e fé.”

Um dia, por engano, Vlaming se referiu à estudante com um pronome feminino. O professor então foi colocado em licença administrativa remunerada em outubro.

“Misgendering”, em inglês, refere-se ao uso de pronomes biológicos para uma pessoa transgênero, em oposição aos pronomes que estão de acordo com a nova identidade de gênero da pessoa. “Deadnaming” refere-se ao uso do “nome antigo (morto)”, o nome que a pessoa usou antes da transição, para descrever ou abordar uma pessoa transgênero.

Evitar o uso dos pronomes “corretos” fez com que a estudante transexual se sentisse desrespeitada pelo professor, afirmou o relatório do fato.

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“Essa discriminação leva à criação de um ambiente de aprendizado hostil. E o estudante expressou isso. Os pais expressaram isso ”, disse a superintendente de escolas de West Point, Laura Abel, segundo o jornal. “Eles se sentiram desrespeitados”.

Após a reclamação sobre o comportamento da Vlaming, os administradores da escola alegaram que a Vlaming havia transgredido as políticas contra o assédio e de não discriminação na escola. “Ao Sr. Vlaming foi recomendada a rescisão do contrato devido à sua insubordinação e recusa repetida em cumprir com as determinações feitas a ele por vários administradores da instituição”, disse Abel em um comunicado.

As políticas da West Point High School incluem proteções para pessoas que se identificam como transgênero, mas não incluem linguagem específica sobre o uso de pronomes.

“Um desses direitos que não é restringido é o de estar livre de ser obrigado a falar algo que viole sua consciência”, disse o advogado do professor, Shawn Voyles.

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Numerosos professores e estudantes demonstraram apoio ao professor Vlaming, de acordo com o Times-Dispatch. Alguns levantaram questões sobre a imparcialidade da demissão de Vlaming por supostamente violar uma política que não existe ou não está clara.

“Se não existe uma política, como eles podem simplesmente retirá-lo?”, perguntou Jennifer Haynes, da West Point High School, segundo o jornal Times-Dispatch.

O incidente na Escola de Ensino Médio de West Point não é o primeiro. 

Na Inglaterra, o professor de matemática Joshua Sutcliffe, de uma escola de ensino médio de Oxfordshire, foi suspenso por seis semanas e depois demitido por ter dito a dois estudantes “muito bem, meninas”, um dos quais era transexual, em dezembro de 2017. Ele entrou com uma ação contra a instituição de ensino pouco tempo depois.

O Twitter proibiu o uso de pronomes biológicos para se referir a pessoas transexuais, acrescentando uma cláusula, proibindo a prática, à sua política de inibição de ações consideradas de “conduta odiosa” na rede social. 

©2018 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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