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Imagem do vídeo  “O Grito Silencioso” exibido para estudantes de 13 anos | Reprodução /YouTube
Imagem do vídeo “O Grito Silencioso” exibido para estudantes de 13 anos| Foto: Reprodução /YouTube

Um professor de religião de ensino médio da cidade de Monopoli, na província de Bari, na Itália, foi denunciado por dois deputados italianos ao Ministro de Educação do país, Marco Bussetti, por explicar a estudantes de 13 anos como é feito um aborto. 

Na Itália, as classes de religião católica são facultativas e acontecem uma vez por semana no ensino secundário. Em uma dessas aulas, o padre católico Oronzo Negletto convidou um representante do Movimento pela Vida italiano para falar sobre o assunto.

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“A prática do aborto inclui que se extraiam pedaços de pernas e braços de embriões já formados”, seria uma das frases fortes ditas pelo professor durante a aula do último dia 4 de dezembro, de acordo com nota veiculada pelos deputados Veronica Giannone e Luigi Gallo, do “Movimento 5 Estrelas”. Segundo os parlamentares, poucos dias depois, “o professor de religião católica projetou, sempre aos de primeiro ano [do Liceo, similar ao ensino médio] um documentário de título ‘O Grito Silencioso’, de 1984, vetado a menores, no qual se veem cenas explícitas de abortos, que terminam com imagens de bebês dilacerados e desmembrados”.

“Não há necessidade de acrescentar mais nada”, continuaram os deputados em sua manifestação. “Estamos cientes da perturbação causada a dezenas de jovens, chocados com esse duplo episódio. (...) A interrupção da gravidez é um assunto muito delicado que merece ser tratado com a maior atenção, principalmente quando há crianças envolvidas”.

O caso rendeu discussões acaloradas nas mídias sociais de pessoas favoráveis ou contrárias à iniciativa do padre. “Isso é um exagero, nossos jovens assistem diariamente na televisão e na internet cenas muito mais sangrentas”, afirmou Pietro Netti, no Facebook, diretor de outra escola italiana. Ludovico Abbaticchio, do departamento de Direitos Humanos do município, por outro lado, classificou a aula dada pelo padre como “vergonhosa”.

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Pais demonstraram solidariedade ao professor. “A minha total e incondicionada solidariedade ao padre Oronzo Negletto pelo ataque que está sofrendo agora pelo Movimento 5 Estrelas. E digo como pai de um rapaz de 15 anos que frequenta o Liceo. Esta é mais uma demonstração de que nos encontramos frente a uma força política que ameaça todas as liberdades. Neste caso, a liberdade de ensinar. Uma força política que está em tudo e é contrária a tudo. Uma força política radicalmente anticristã. Agora me dirijo aos pais: não voltem atrás. Pensem com a vossa cabeça. Por que está em jogo o nosso futuro e o dos nossos filhos, o futuro da nossa democracia”, escreveu Mimmo Muolo no Facebook.

Pela lei italiana 194 de 1978, o aborto é permitido até os 90 dias de gravidez, por qualquer motivação socioeconômica, e após os 90 dias quando a gestação implique grave perigo para a vida da mulher ou má formação do embrião.

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Consequências

Enquanto o diretor da escola Martino Cazzorla afirmou que iria “averiguar o que aconteceu”, o prefeito de Monopoli, Angelo Annese, afirmou que os jovens terão outra aula sobre o aborto, mas dada pelo departamento de Ginecologia do Hospital San Giacomo.

“O Dr. Sabino Santamato participará de uma reunião com os alunos para explicar o tema da interrupção voluntária da gravidez, uma discussão importante após 40 anos da lei 194 de 1978”, afirmou pelo Facebook da Prefeitura da cidade italiana.

Quem é favor do aborto, em geral, se resiste a mostrar como os embriões são mortos e também evita que as mães façam o ultrassom e vejam o filho antes de morrer. Também se fala pouco sobre as consequências físicas e psicológicas para as mulheres que fazem aborto. 

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*** Veja abaixo o vídeo exibidos aos alunos:

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