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      Imagine entrar em um túnel do tempo e retornar um século. Entrar em uma sala de aula, encontrar um professor que fala um idioma diferente do seu, mas que mesmo assim o tenta ensinar, sem fazer muito esforço para ser entendido.

      Essa ilustração sobre a falta de sintonia entre o estudante e o professor, cada um preso ao seu tempo, exemplifica a escola do século 21, na opinião do psicólogo e professor de psicologia da Universidade de Harvard, Howard Gardner, que esteve em Curitiba, no mês passado, em palestra na Universidade Positivo.

      Na opinião de Gardner, as escolas não acompanharam as principais revoluções dos últimos tempos, como a globalização, as transformações do cérebro, da genética e da mídia digital. "Hoje, provavelmente as crianças usam mais redes sociais na internet do que leem livros. É uma característica que tem de ser levada em conta pelo professor", diz.

      Considerado um dos mais importantes pesquisadores da criatividade, Gardner é conhecido como o pai da teoria das inteligências múltiplas, criada há 25 anos, que defende que o cérebro tem até oito tipos diferentes de inteligências.

      O pesquisador defende que as avaliações em sala de aula devem ser feitas de maneiras diferentes, que contemplem cada uma das inteligências existentes e cita um modelo aplicado na Dinamarca, em que 50 jogos conseguem desempenhar esse papel. Como esse outro jeito de avaliar necessita de grandes investimentos, Gardner diz que uma boa solução é ir adiante com o estudante que está indo bem nos estudos. "No mundo todo desperdiçamos tempo demais testando as crianças", diz ele.

      Quanto ao Brasil, o pesquisador diz não conhecer suficientemente o sistema educacional para emitir uma análise. "Se o Brasil quer se empenhar mais com a educação no século 21, tem de se voltar para si. Não adianta importar modelos, mas olhar para o espelho", afirma.

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