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A dentista Andrea Doetzer fez parte do doutorado em Tubingen, na Alemanha, e abriu portas para conduzir novas pesquisas no exterior | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
A dentista Andrea Doetzer fez parte do doutorado em Tubingen, na Alemanha, e abriu portas para conduzir novas pesquisas no exterior| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Currículo

Quem teve a oportunidade aprova e recomenda

A dentista Andrea Doetzer fez o doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mas teve a possibilidade de conduzir parte da pesquisa em Tubingen, na Alemanha. Para ela, o contato com técnicas e materiais que não eram comuns no Brasil foi essencial para o crescimento profissional.

"Além de aprender muito sobre a profissão, mantive uma porta aberta com a instituição, que já me convidou para que eu volte e faça um pós-doutorado", conta. A especialista em cirurgia bucomaxilofacial conta que os investimentos em pesquisa feitos fora do país são maiores e os pesquisadores têm mais chances. "Os materiais desenvolvidos lá chegam ao Brasil, mas demora. Se houver incentivo suficiente aqui, podemos ser mais independentes com relação à tecnologia", indica.

O biólogo Leandro Pereira, que cursa doutorado na Universidade Federal do Paraná, passou quatro meses na universidade de Victoria, no Canadá. Ele argumenta que, para estudar no exterior, além do idioma, é preciso "um bom orientador fora do Brasil e um bom projeto de pesquisa", elenca. Pereira, que é professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR), comenta que a experiência de intercâmbio ajudou a somar pontos em seu currículo, criando um diferencial para concorrer no mercado de trabalho.

Prioridade

Confira quais são as áreas de conhecimento que terão prioridade para serem atendidas pelo programa:

- Engenharias e demais áreas tecnológicas

- Ciências Exatas e da Terra

- Biologia e Ciências do Mar

- Ciências Biomédicas e da Saúde

- Computação e Tecnologias da Informação

- Tecnologia Aeroespacial

- Fármacos e Biotecnologia

- Produção Agrícola Sustentável

- Petróleo, Gás e Carvão Mineral

- Tecnologias de Prevenção e Mitigação de Desastres Naturais

- Energias Renováveis

- Tecnologias Mineral e Nuclear

- Nanotecnologia e Novos Materiais

- Tecnologias de Transição para a Economia Verde

- Biodiversidade e Bioprospecção

- Indústria Criativa (voltada a produtos e processos para desenvolvimento tecnológico e inovação)

- Novas Tecnologias de Engenharia Construtiva

- Formação de Tecnólogos

Fonte: Portal do Programa Ciência sem Fronteiras (www.cienciasemfronteiras.gov.br).

Pouco mais de R$ 3 bilhões serão investidos em bolsas de estudos para graduação e pós-graduação até 2015. O objetivo do programa federal Ciência sem Fronteiras é, em parceria com instituições estrangeiras, oferecer oportunidades a estudantes fora do país e atrair pesquisadores para o Brasil, contribuindo para a formação de recursos humanos e proporcionando reflexos positivos na qualidade do ensino no país. Serão oferecidas 100 mil bolsas de diversas modalidades com o apoio da iniciativa privada, que ficará responsável por cerca de 25% dos benefícios.

Durante o lançamento oficial do programa, na terça-feira passada, foram lançados 11 editais, que oferecem 12,5 mil vagas para graduação-sanduíche, tecnólogos, doutorados plenos e sanduíche, além de editais para pesquisadores estrangeiros participarem de pesquisas em instituições de ensino superior brasileiras. As inscrições podem ser feitas até 15 de janeiro de 2012.

Seis empresas firmaram parceria para garantir o financiamento das bolsas. Elas vão passar o valor integral às agências de fomento de pesquisa brasileiras – Coordenação de Aperfeiçoa­men­­to de Pessoal de Nível Su­­pe­­rior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, que farão o repasse aos alunos. Já confirmaram participação a Federação Brasileira de Bancos (6,5 mil bolsas), a Confederação Nacional das Indústrias (6 mil), a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (5 mil), a Petrobras (5 mil), a Eletrobras (2,5 mil) e a Vale do Rio Doce (1 mil).

Detalhes

A oferta de vagas é ampla, mas a procura pode ser menor que a esperada. "Para que o aluno seja aprovado e cumpra os requisitos do edital, precisa ter alto grau de competitividade e agora, precisamos ir atrás de alunos que preencham esse perfil", avalia o assessor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Siqueira.

Os editais oferecem vagas em universidades da Alemanha, Itália, Reino Unido, França, Es­­tados Unidos e Canadá. Os alunos selecionados ganham passagens de ida e volta, além da isenção de taxas escolares. Recebem também bolsas de estudo durante o período de estada no exterior e seguro saúde. O período de permanência fora do país depende do edital e da disponibilidade das instituições que receberão os alunos.

"O programa é interessante porque grandes universidades estão sendo requisitadas. Isso vai facilitar a aproximação delas com as instituições brasileiras e isto é muito positivo porque vai internacionalizar as pesquisas nacionais", comenta Siqueira.

O programa elencou campos prioritários, que envolvem formações nas áreas de exatas e tecnologia. Os cursos relacionados à área de Humanas, como Economia, Letras, Filosofia e Ciências Sociais, por ora, ficaram de fora. "Mas o compromisso do governo é estudar uma maneira de incluir também essa área, em um segundo momento do programa", garante o assessor.

De acordo com ele, a principal barreira é a proficiência no idioma dos países que participam do programa. "Vemos que muitos alunos não têm o domínio da língua estrangeira e teremos de fazer um esforço neste sentido", considera.

Primeira turma embarca em janeiro

No início do ano que vem, 616 alunos de graduação embarcam para os Estados Unidos, onde passarão um ano em intercâmbio. Eles são os primeiros selecionados do programa federal Ciência sem Fronteiras, inscritos na primeira chamada pública, lançada em julho passado.

Entre as instituições contempladas, estão 14 universidades paranaenses, como a Uni­­versidade Positivo, que enviará dois alunos para estudar fora. "Os jovens que estão cursando a graduação têm oportunidade ímpar com tamanha chance de estudar fora do país", afirma a coordenadora de Pesquisa da universidade, Vanete Soccol. De acordo com ela, a instituição está programando atividades extras para incentivar os alunos a participar do programa e desenvolver pesquisas científicas. "Os alunos precisam se preparar, ter domínio da língua do país para onde vão e bons projetos de pesquisa", indica.

Novas ideias

Um dos estudantes que fará o intercâmbio no ano que vem é Ricardo Parolin Schnekenberg, aluno de Medicina. Para ele, a oportunidade é valiosa. "A carreira acadêmica é uma das formas de trazer as novas ideias da medicina para o país", diz. Uma das exigências do programa é que os alunos retornem ao Brasil após o término do intercâmbio.

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Interatividade

Você já usufruiu de alguma bolsa de estudo no exterior? Que dicas pode dar para quem tenta conseguir uma?

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As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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