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A psicóloga Lianna Calderari Oliveira, que passou três meses na África do Sul depois de concluir a graduação | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A psicóloga Lianna Calderari Oliveira, que passou três meses na África do Sul depois de concluir a graduação| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Aprender um novo idioma, “turbinar” o currículo, conhecer uma nova cultura. As vantagens de fazer um intercâmbio são muitas e, ao contrário do que muitos acreditam, os adolescentes e jovens não são os únicos públicos para os quais os programas são recomendados.

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Cada vez mais, é crescente o número de adultos e de pessoas da terceira idade que investem na experiência de passar uma temporada fora do país para buscar uma formação complementar ou o enriquecimento cultural e o lazer.

“Costumamos falar que dos oito aos oitenta anos existem opções de intercâmbio”, aponta Alexandre Argenta, coordenador regional da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) no Paraná e Santa Catarina. Assim, mais do que a idade, o que conta na decisão pelo intercâmbio é o objetivo do viajante, além, é claro, do tempo e dos recursos financeiros de que ele dispõe para investir no programa.

Modalidades

De forma geral, os programas de férias, com duração de duas a três semanas, são indicados para crianças e adolescentes de oito a 15 anos que desejam mesclar o estudo da língua com atividades esportivas e de passeio. “É uma maneira de aproveitar as férias de forma mais construtiva”, avalia Argenta.

Já entre os jovens de 14 a 18 anos, a preferência é por cursar um ou dois semestres do ensino médio em uma instituição do exterior. Foi o que fez a jovem Ana Carolina Pavan Dodl, de 16 anos, que passou o primeiro semestre deste ano em Miramichi, no Canadá. Ela conta que, por estar em ano de vestibular, teve medo de que o intercâmbio a fizesse perder muito conteúdo, o que não aconteceu.

“Não perdi o semestre, pois as matérias que fiz lá são validadas aqui. Ainda amadureci muito, inclusive para o vestibular. Estou mais dedicada, organizada e madura para entrar na universidade”, avalia ela, que irá prestar vestibular para Engenharia Química.

Dos 18 aos 30 anos, a preferência é para os programas que unem estudo e trabalho, como os realizados nos meses de férias da faculdade, ou apenas de trabalho, visando o enriquecimento da carreira. Intercâmbios para a realização de mestrado e/ou doutorado no exterior também são procurados por recém-formados ou por profissionais que já estão no mercado, mas desejam buscar uma qualificação, como acrescenta Argenta.

Voluntariado

Outra modalidade que tem atraído jovens de até 30 anos são os intercâmbios de voluntariado. Geralmente associados ao estudo da língua, mas também com opções “avulsas”, os programas permitem ao viajante participar de projetos nas áreas da saúde, conservação ambiental ou direcionados ao trabalho com crianças.

“Ter esta experiência no currículo me ajudou muito. Muitas das coisas que vivi no intercâmbio consigo compartilhar com os alunos da escola onde trabalho e com as crianças que atendo no consultório”, conta a psicóloga Lianna Calderari Oliveira, que passou três meses na África do Sul depois de concluir a graduação estudando inglês e realizando trabalhos voluntários junto a crianças hospitalizadas e de comunidades carentes.

Ela conta que a vivência no exterior e o contato com outra realidade também fez com que ela amadurecesse, aprofundasse seu senso de solidariedade e aprendesse a “viver, a ser feliz com muito menos”.

Pelas pessoas acima dos 50 anos, os programas mais buscados assemelham-se aos de férias dos adolescentes. Com duração média de duas a quatro semanas, eles são direcionados ao estudo da língua e à realização de atividades culturais. “Os jovens entre 18 e 30 anos costumam ir para trabalhar, enquanto as pessoas mais novas e mais velhas viajam para estudar e se divertir”, resume o coordenador regional da Belta.

Atenção ao perfil e aos objetivos pessoais são fundamentais

A disponibilidade financeira é uma das principais preocupações dos aspirantes a intercambistas. Alexandre Argenta, coordenador regional da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association) no Paraná e Santa Catarina lembra que, mais do que o valor a ser gasto, quem deseja viajar precisa dedicar atenção ao seu perfil para, a partir dele, definir o programa adequado.

“Às vezes a pessoa tem orçamento indefinido, mas nem sempre o programa mais caro é adequado para ela. Se viajar despreparada, sem alinhar a expectativa que criou aos detalhes de como vai ser a vida lá fora, o intercâmbio pode resultar em uma experiência frustrada”, explica Argenta.

Este preparo, por sua vez, costuma ser realizado pelas agências de intercâmbio por meio das conversas presenciais ou do aconselhamento psicológico oferecido por algumas empresas. Segundo Argenta, há casos em que a discussão se estende por meses até que se encontre o momento [e o local] ideal para se fazer o intercâmbio. “Ele não é uma viagem organizada por impulso”, completa.

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