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O ministro da Educação Abraham Weintraub, na cerimônia desta tarde. Foto: André Borges | MEC.
O ministro da Educação Abraham Weintraub, na cerimônia desta tarde. Foto: André Borges | MEC.| Foto: Andre Sousa Borges

O novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez um discurso forte a funcionários do MEC, durante a cerimônia de transmissão do cargo, com a presença do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez. Logo no início, disse que quem fizer briga dentro do MEC ou desobedecer o que estiver previsto "estará fora".

"A gente vai pacificar o MEC. E como funciona a paz? A paz a gente está decretando a partir de agora. Porque o MEC tem um rumo, uma direção, e quem não estiver satisfeito com ela, por favor, avise que vai ser tirado", afirmou, após uma breve introdução, na qual elogiou o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez.

"Eu posso ter posições diferentes do que o presidente Bolsonaro acha. Eu tenho duas alternativas, ou eu obedeço ou eu caio fora", continuou.

Em seguida, Weintraub disse que não existe hipótese de "haver discordância" e que isso não era sinônimo de autoritarismo. Ao mesmo tempo, declarou estar "disposto a mudar de ideia" caso algum colaborador apresentasse uma argumentação lógica acompanhada de dados aferidos cientificamente.

"A gente está aberto ao diálogo, a gente quer conversar, mesmo que a pessoa não tenha um alinhamento ideológico igual ao nosso, a gente escuta as opiniões, com argumentação lógica, processo cartesiano, método aristotélico, significa números, dados, evidência empírica", disse. Se for assim, "a gente cede. Não reconhecer um erro é burrice".

Pacificar não significa "ser amiguinhos"

Weintraub afirmou também que conversará com todos, em busca de pacificação dentro da pasta. Mas esclareceu que "pacificar" não significa dizer "vamos ser amiguinhos".

"E o que a gente vai fazer aqui é, primeira coisa, pacificar. Pacificar não significa ‘vamos ser amiguinhos’. Não. Quem continuar na guerra, batendo, está fora. Não tem um segundo aviso".

Durante discurso, Weintraub falou novamente sobre a necessidade de fazer o MEC funcionar e que vai ouvir a todos, olavistas, militares e pessoas de esquerda, desde que dispostas ao diálogo.

"Falta de educação, gritaria, ameaça de morte, descumpriu a lei, está fora. A gente não discute, ok?", descreveu. "Pisou fora da linha, começou a plantar coisa, começou a brigar internamente, está fora na hora".

"Por que essa determinação? Porque o MEC, toda essa estrutura do MEC, esse orçamento de 120 bilhões, advém única e exclusivamente dos pagadores de impostos. E é a eles que nós devemos total lealdade, não vou falar subserviência, mas o dever de mostrar um bom serviço, que agregue valor ao pagador de impostos e a toda sociedade. O MEC não é nosso: é da sociedade, dos cidadãos que pagam impostos, e é a eles que a gente tem obrigação de retribuir com bons serviços", disse.

O ministro citou ainda os péssimos indicadores educacionais do Brasil. "O Brasil gasta como um país rico e tem indicadores de um país pobre, em termos do PIB per capita", "não pode ser assim".

Discurso de posse

O tom do ministro, durante o discurso de posse, horas antes, foi bem mais descontraído. Weintraub brincou que as pessoas têm que relaxar um pouco quando falarem seu nome. "Podem me chamar de Abraham só". Ele pregou "calma de ânimos" no País e agradeceu a confiança do presidente Jair Bolsonaro pela nomeação e também do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a quem era vinculado antes de ser indicado para substituir o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez.

O novo ministro disse que ver "a substituição (de ministros) como algo natural", em referência à saída de Vélez, que deixa a função após uma série de polêmicas acumuladas na pasta. "São vinte e dois ministros - dois times de futebol completos - e dificilmente você vai ver o técnico não fazer uma ou outra modificação. Não porque seja ruim ou seja bom o ministro. Mas porque talvez naquele momento não esteja adequado. Vejo a substituição como algo natural", considerou. "O foco é com a população, que está demandando serviços melhores, com os pagadores de impostos, com as famílias", acrescentou.

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