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“Querides alunes”: colégio adota linguagem neutra
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O Colégio Franco-Brasileiro, instituição particular na Zona Sul do Rio de Janeiro, emitiu um comunicado à comunidade escolar afirmando que vai promover estratégias para adotar a chamada linguagem neutra de gênero nos espaços formais e informais de aprendizagem da escola. O modelo é defendido por movimentos sociais, mas não por linguistas. Após ampla repercussão nas redes sociais, a escola publicou uma nova nota de esclarecimento; leia no fim da matéria.

"Renovando diariamente nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolas, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem", diz a nota pública do colégio à comunidade escolar.

Segundo a instituição, o corpo docente e discente não será obrigado a adotar a linguagem.

Defensores da linguagem neutra afirmam que essa é uma forma de acolher linguisticamente os chamados "não binários", pessoas que afirmam não se identificar nem como do gênero masculino ou feminino. Os adeptos, em geral, utilizam "e, x ou @" para substituir nas palavras.

À Gazeta do Povo, pesquisadores explicaram que se utilizar do gênero masculino para se referir a determinados grupos de pessoas, como, por exemplo, todos, povos - segundo a chamada regra gramatical "masculino genérico" -, não se revela uma forma de preconceito.

O modelo da linguagem neutra, ainda segundo especialistas, não tem amparo científico. Apesar disso, tem sido defendido mundo afora. A ONU, por exemplo, já se manifestou favorável. No Brasil, algumas escolas privadas e parlamentares também saíram em defesa desse tipo linguagem.

Outras ações da escola

Mas essa não é a primeira iniciativa relacionada à ideologia de gênero adotada pela escola. Na área institucional do seu site, o colégio também informa que criou um Comitê de Diversidade e Inclusão. Segundo o Franco-Brasileiro, ele tem o "objetivo de propor discussões e políticas internas sobre questões relativas às temáticas das relações étnico-raciais, gênero, sexualidade, pessoas com deficiência e voluntariado. A iniciativa busca intensificar a reflexão acerca desses temas a partir de perspectivas diversas: sociocultural, histórica, educacional e política".

O colégio também promoveu a Semana da Diversidade, na qual foram discutidos temas como "gordofobia, a visão social da matemática, literatura afro-brasileira, oficinas de música com o corpo, literatura hispano-americana, representatividade, monumentos históricos de personagens controversos, empatia e antirracismo". De acordo o site da escola, o evento foi elogiada por pais e alunos, os quais "agradeceram pela inclusão de pautas tão importantes em uma semana específica, o que ajudou a chamar mais a atenção para os temas".

Comunicado do Colégio Franco-Brasileiro

Nova nota de esclarecimento

O Liceu Franco-Brasileiro, que esta semana completa 105 anos, é uma instituição de ensino comprometida com a qualidade da educação e o respeito à diversidade e à inclusão. Em comunicado recente, o colégio afirmou o respeito à autonomia de professores e alunos no uso da neutralização de gênero gramatical na escola. Em nenhum momento, informou que passaria a adotar essa prática em avaliações e em sua comunicação oficial.

O Liceu Franco-Brasileiro, portanto, reafirma que continuará a seguir o padrão da norma culta do português, como tem feito desde sua fundação. Como demonstração disso, comunicados e avaliações desta semana usaram os termos “alunos” e “alunas”. Espaço de formação e de múltiplos diálogos, o colégio adota a discussão sobre questões expostas pela sociedade, que não podem ficar só extramuros. Assim, por meio do seu Comitê da Diversidade e da Inclusão, o Franco-Brasileiro vai promover encontros com a comunidade escolar para debater e aprofundar a reflexão sobre o tema.

Escola do Recife também ensina linguagem neutra

Em setembro, a Gazeta noticiou outro exemplo de uma instituição particular que ensinava a chamada linguagem neutra. Naquela oportunidade, alunos do 8.º ano tiveram uma aula sobre “pronomes neutros” no Recife (PE). Nos slides projetados, era possível observar neologismos como “obrigade”.

O fato foi registrado no Colégio Apoio. Segundo a escola, a temática daquela aula não teria sido proposta pelos professores ou pela equipe pedagógica e sim pelos próprios alunos.

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