• Carregando...
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara dos Deputados  para detalhar como será feito o bloqueio de verbas de universidades públicas e institutos federais. O ministro foi convocado para falar sobre bloqueio de recursos.
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Câmara dos Deputados para detalhar como será feito o bloqueio de verbas de universidades públicas e institutos federais. O ministro foi convocado para falar sobre bloqueio de recursos.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A sessão na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados desta quarta-feira (22), com a presença do ministro da Educação, Abraham Weintraub, acabou sendo interrompida após tumulto entre os parlamentares. Essa é a terceira vez que o ministro comparece ao Congresso Nacional para explicar a situação da pasta. No Plenário, Weintraub foi criticado pelos deputados por "falta de propostas" e ameaçado de processo pela parlamentar Tabata Amatal (PDT-SP).

Leia também: Mensalidade em universidade pública não deve ser tabu, diz governador do PT

Após distribuir à Casa um documento impresso, que teria informações pessoais de contato da deputada Tabata, Weintraub foi ameaçado de processo pela parlamentar. Os prints comprovariam o histórico de convites feitos pelo Ministério da Educação (MEC) à deputada, que primeiramente disse não ter sido convidada.

"Nesse momento, eu estou entrando com um processo por danos morais contra o senhor por distribuir a uma comissão pública não apenas o meu número pessoal, prints com o meu número pessoal e da minha equipe, com mentiras, o que é pior. Isso é um constrangimento, isto não é atitude de um ministro, isso envergonha", criticou. "A gente está aqui cobrando planejamento estratégico, falando de coisas sérias, com respeito, e o senhor me responder com isso [documento]. Isso é falta de maturidade, pelo amor de Deus”.

Segundo ela, os convites teriam sido feitos na época em que Ricardo Vélez, e não Weintraub, estava à frente da pasta. O primeiro dos pedidos de reunião, afirmou, "foi cancelado".

O ministro afirmou que foram quatro envios feitos pelo MEC. "A sua equipe talvez não tenha passado para a senhorita, mas ai é uma questão de gestão da equipe”, disse ele.

"O segundo convite, o senhor me mandou pelo WhatsApp pessoal. E eu vou lembrar, porque isso é muito escandaloso: convite a parlamentares se faz por e-mail, telefone oficial", disse Tabata. Ao terceiro pedido de visita do MEC, a deputada enviou um assessor para representá-la. "O senhor não tem direito de questionar a minha gestão".

Em nota enviada à Gazeta do Povo, após o término da sessão, a deputada afirmou que cobrou planos e ações do MEC e foi respondida de forma contrária. "O ministro respondeu divulgando meu telefone pessoal e tentando manchar a minha imagem e a da minha equipe. Usou dos mesmos mecanismos que emprega com os problemas da educação: polemiza e mente. Isso não é atitude de ministro", criticou.

“Época de jogar dinheiro acabou!”

O ministrou voltou a falar sobre o contingenciamento no orçamento das universidades, além de citar os hospitais universitários:  “Não houve corte. Para os hospitais universitários não teve nenhum centavo de contingenciamento. Não é verdade que os hospitais tiveram corte de 100% como publicaram por aí”.

Weintraub também disse ser contra a cobrança de mensalidade nas universidades públicas do país. "Cobrar dos alunos, eu sou contra. Dos alunos de graduação. É uma discussão que vai ser muito acalorada, e a gente vai gastar uma energia gigantesca para pouca receita que a gente vai pegar, de poucos alunos de famílias ricas que vão pagar", afirmou.

Em resposta ao comentário de alguns deputados em exaltação ao educador Paulo Freire, o ministro rebateu e disse que "não tem nenhum país no mundo que adota o modelo [de alfabetização] dele. "Geralmente, quando algo é bom, a gente copia, imita. Eu respeito quem ganha prêmio Nobel", disse.

À Casa, o chefe do MEC relembrou que a "autonomia das universidades não é soberania". "A universidade é de quem paga o imposto, é de todo cidadão, não é um país à parte", criticou.

Vários parlamentares o questionaram sobre o Fundeb, que é o financiamento da Educação repassado às secretarias estaduais e municipais. A lei vigente prevê que ele acabe em 2020 e, até agora, não há diretrizes sobre o que será feito para substituí-lo.

"A questão do Fundeb é muito importante, a gente está trabalhando numa proposta que melhore o Fundeb. Eu sou a favor de aumentar os recursos, mas sou a favor também de cobrar algumas metas", afirmou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]