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Saber que os filhos estão bem logo ali  ao lado, ajudam pais e responsáveis a retomarem seus estudos. | Pedro Serapio/Gazeta do Povo
Saber que os filhos estão bem logo ali ao lado, ajudam pais e responsáveis a retomarem seus estudos.| Foto: Pedro Serapio/Gazeta do Povo

A estudante Claudiane de Oliveira, de 26 anos, abandonou os estudos no 5.º ano do ensino fundamental, quando os pais se separaram e ela precisou arrumar um trabalho. O marido, Elias Batista, também saiu da escola antes de começar o ensino médio. Com dois filhos pequenos, só há alguns meses os dois voltaram a estudar, com o apoio de uma iniciativa da prefeitura de Curitiba que desde 2013 oferece espaços, dentro das escolas, para o cuidado dos filhos dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Agora, quando Claudiane e Elias desanimam, muitas vezes são as crianças, de 8 e 4 anos, que dão aquele “empurrão” e insistem para ir à escola.

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As chamadas Salas de Acolhimento estão entre as estratégias do projeto dos Centros Regionais de Educação de Jovens e Adultos (Cerejas). Até o momento cinco escolas municipais oferecem o Cereja, nos bairros Cajuru, Uberaba, Tatuquara, Campo de Santana e Sítio Cercado. Enquanto os pais ou avós prestam atenção nos professores, cerca de 130 crianças de até 10 anos ficam sob os cuidados de educadoras concursadas da rede municipal.

Escolas oferecem espaço para filhos dos alunos

Enquanto os pais prestam atenção nos professores, cerca de 130 crianças de até 10 anos ficam sob os cuidados de educadoras concursadas da rede municipal.

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Durante quatro horas os filhos e netos têm direito a merenda, brincadeiras e descanso. “Não é creche ou pré-escola, é uma sala para as crianças serem cuidadas, com atividades de caráter lúdico e educativo, para que elas não fiquem ociosas”, explica Maria do Socorro Ferreira de Moraes, da Coordenadoria de Políticas Educacionais para Jovens e Adultos da Secretaria de Educação de Curitiba.

Escolas participantes

Os Centros Regionais de Educação de Jovens e Adultos (Cerejas) têm 860 alunos matriculados. Os Cerejas funcionam nas escolas municipais: Senador Enéas Faria (Cajuru), Rachel Mader Gonçalves (Uberaba), Dona Pompília (Tatuquara), Helena Kolody (Campo de Santana) e Colombo (Sítio Cercado).

Curitiba tem 30 mil pessoas com mais de 15 anos que não sabem ler nem escrever, o que corresponde a mais ou menos 2% de sua população. Levar essas pessoas de volta à escola e fazer com que permaneçam até a conclusão da educação básica é o grande objetivo do projeto. Como as aulas da educação de jovens e adultos normalmente acontecem à noite, para liberar os adultos para o trabalho de dia, as Salas de Acolhimento incentivam o estudo de pais e mães que não teriam com quem deixar os filhos. “Verificamos que mesmo matriculados os pais tinham dificuldade de frequentar as aulas. Eles trabalham de dia e, como não há creche à noite, não têm com quem deixar os filhos para estudar”, afirma Maria do Socorro.

A coordenadora explica que as Salas de Acolhimento integram um conjunto mais amplo de medidas adotadas pela Secretaria de Educação para incentivar alunos atendidos pelos Cerejas a persistir nos estudos. Outra estratégia é oferecer aos estudantes todas as modalidades de educação de jovens e adultos, da formação no ensino fundamental à conclusão do ensino médio, além de cursos profissionalizantes. “Segundo a legislação, o município tem como atendimento prioritário os anos iniciais do ensino fundamental [1.º ao 5.º ano], atendemos esse público que precisa ser alfabetizado ou tem baixa escolaridade. Mas recebemos também estudantes que precisam dos anos finais do fundamental e do ensino médio, por meio de convênio com o governo do estado”, diz Maria do Socorro.

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