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Natalie Campos, caloura de Jornalismo da UFPR, comemorando a conquista com o avô, Osvaldo. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Natalie Campos, caloura de Jornalismo da UFPR, comemorando a conquista com o avô, Osvaldo.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

Divulgado nesta sexta-feira (8), o resultado do vestibular 2015/2016 da Universidade Federal do Paraná (UFPR) consolidou a predominância dos candidatos paranaenses. Dos 4.856 aprovados, 3.731 nasceram no Paraná – 77% do total. O número de estudantes admitidos que residem no estado foi ainda maior: 3.965 candidatos (82%). O concurso foi marcado ainda pelo avanço do sistema de cotas. A festa de divulgação contou com o tradicional “banho de lama” dos calouros recém-aprovados.

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“Isso [o número de paranaenses admitidos] reforça a nossa vocação de atender os jovens do Paraná”, definiu o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, que homologou o resultado do vestibular.

Quase a metade dos aprovados – 2.377 estudantes – concorreu por meio do sistema de cotas, que vem se ampliando ano a ano. O aumento de cotistas entre os aprovados foi de 24% em relação à edição 2014/2015, quando 1.914 vagas foram preenchidas desta forma. Além disso, este foi o primeiro em que o sistema de cotas foi adotado desde a primeira fase do vestibular.

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Todos os cotistas cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas. Destes, 291 são candidatos que se declararam negros, pardos ou indígenas. Além de terem frequentado a rede pública, 1.045 estudantes tinham renda familiar per capita inferior a 1,5 salário mínimo. Destes, 242 são negros, pardos ou índios. “Esse sistema se trata de uma política pública corajosa”, disse o reitor da universidade.

Definido por lei federal, o sistema de cotas está longe de ser unanimidade. O coordenador do núcleo de concursos da UFPR, professor Mauro Belli, reconheceu que o modelo recebeu uma série de críticas, sobretudo pelo fato de cotistas conseguirem uma vaga com nota muito mais baixa do que candidatos da ampla concorrência – por outro lado muitos enfrentaram uma concorrência maior por vaga. Apesar disso, ele avalia que o mecanismo tem garantido inclusão social, que é um dos papeis da universidade pública.

Recorde

A edição 2015/2016 bateu o recorde no número de inscritos, com 58,9 mil candidatos. Na edição anterior, haviam sido registrados 57,1 mil inscrições.

“Há essa diferença de nível [entre cotistas e ‘não-cotistas’], mas temos que estimular o nivelamento e a igualdade”, disse.

Alguns cursos exemplificam bem esse abismo. Em engenharia de produção, por exemplo, o cotista aprovado com a menor nota fez 137,5 pontos: quase cinco vezes menos que o aprovado da ampla concorrência que obteve menor pontuação, com 668,3. Em direito, o cotista admitido com a pior nota fez 362,3 pontos, enquanto o “não-cotista” aprovado com o pior desempenho teve 703,2. Em medicina a diferença foi menor: 516,1 e 764,2. Uma reportagem da Gazeta do Povo, no último mês de novembro, já tinha mostrado o peso dessa diferença para a passagem do candidato para a segunda fase do vestibular.

Sisu

Outras 2.050 vagas da UFPR serão preenchidas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que utiliza notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições podem ser feitas a partir de segunda-feira (11).

“Banho de lama” lavou a alma dos novos calouros

Assim que o resultado foi divulgado, centenas de aprovados no vestibular 2015/2016 da Universidade Federal do Paraná (UFPR) comemoraram a conquista com o tradicional banho de lama, no campus de agrárias, em Curitiba. Em clima de festa, os jovens extravasaram a euforia. Alguns familiares e professores de cursinho, que acompanhavam os calouros, também se sujaram.

Entre os aprovados, estava Daniel Araújo Macedo, 18 anos, que conseguiu uma vaga para cursar medicina. Mesmo depois de pular na piscina de lama, o jovem permanecia atônito, parecendo não acreditar na conquista. “É um alívio, mas parece que é mentira. Quando me ligaram contando que eu tinha passado, a minha primeira reação foi não acreditar. A segunda reação foi gritar, depois gritar e gritar de novo. Aí, vim pra cá, pra tomar esse banho de lama”, disse o rapaz.

A caloura Natalie Campos, de 17 anos, estava tão nervosa que conferiu a lista errada. Por um momento, pensou que não tinha sido aprovada. Quando percebeu o equívoco, encontrou seu nome entre os aprovados ao curso de jornalismo. “Levei um susto enorme, mas agora é só alegria. Tudo maravilhoso. Até o banho de lama foi maravilhoso”, disse. O avô dela, Osvaldo Gallego Campos, de 63 anos, fez questão de acompanhar a festa e não escondia o orgulho. “Acompanhar minha neta neste momento é uma das maiores alegrias da minha vida”, definiu.

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