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Cenas gravadas em Londrina, em 9 de janeiro, mostram calouros ajoelhados, sendo puxados por coleiras, obrigados a beijar os pés de veteranos e a tomar bebida alcoólica. Guardas municipais viram a situação e não tomaram providências. | Reprodução / Internet
Cenas gravadas em Londrina, em 9 de janeiro, mostram calouros ajoelhados, sendo puxados por coleiras, obrigados a beijar os pés de veteranos e a tomar bebida alcoólica. Guardas municipais viram a situação e não tomaram providências.| Foto: Reprodução / Internet

Instituições incentivam mudança de cultura com ações solidárias

Para driblar os trotes agressivos, as universidades buscam mudar o teor dos trotes, incentivando ações de solidariedade. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), por exemplo, há até premiação em dinheiro para o melhor trote nesse estilo. O prêmio é de R$ 3 mil para o primeiro lugar e de R$ 1 mil para os 2.º e 3.º lugares.

Embora não recebam dinheiro, os calouros da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também ganham certificação pela acolhida solidária. As ações costumam incluir doação de sangue, arrecadação de alimentos e livros, mutirões contra a dengue, entre outras atividades.

"A instituição e toda a comunidade devem trabalhar nessa mudança de cultura. Para receber bem, não é preciso extrapolar, não há necessidade de bebidas e situações que possam constranger os alunos", define a pró-reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rita de Cássia Lopes. (AL)

INTERATIVIDADE

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A chegada de calouros às universidades deve trazer mais uma temporada de trotes e, quando a recepção dos novos alunos tem características agressivas ou vexatórias, as brincadeiras se tornam um problema para as instituições. Os trotes têm sido proibidos dentro dos câmpus, sob pena de punição severa aos veteranos envolvidos, mas, nem por isso, deixam de ocorrer do lado de fora. Monitorar o que é feito nessas situações é um desafio para as universidades.

Em Londrina, o primeiro dia de aulas nem chegou, mas a integração entre veteranos e recém-aprovados no vestibular da Universidade Estadual de Londrina (UEL) já chamou atenção pelo teor ofensivo. Imagens gravadas no aterro do Lago Igapó mostram jovens ajoelhados, sendo puxados por coleiras, obrigados a beijar os pés de veteranos e a tomar bebida alcoólica. Eles ainda seguiam ‘comandos’, como sentar e rolar. As cenas chegaram a ser presenciadas por guardas municipais, que nada fizeram.

Segundo a pró-reitora de Graduação da UEL, Maria Helena Guariente, casos como esse, que ocorrem fora dos muros da universidade, são difíceis de serem controlados pela instituição. Ela assinala ainda que, nessas condições, as imagens podem ser submetidas aos centros acadêmicos e às coordenações de curso, embora seja mais complicado identificar, de fato, os alunos envolvidos. "Se isso acontecer dentro da UEL, abrimos um processo administrativo que pode culminar até na expulsão do aluno. Mas fora, não", comenta.

Responsabilidade civil

A responsabilização dos veteranos por trotes fora do câmpus deve ser civil, diz o diretor de Graduação da Pró-Reitoria de Ensino da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Eduardo Radovanovic. "Fora da universidade, a instituição não tem responsabilidade sobre o que acontece. O que nós fazemos é orientar os alunos para que não se submetam, de jeito nenhum, a atividades que não queiram fazer", observa.

A pró-reitora de Assuntos Estudantis da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rita de Cássia Lopes, também argumenta que, fora dos domínios da instituição, os calouros estão sob a guarda da segurança pública como qualquer cidadão. Por isso, é importante que a comunidade faça a sua parte. "A sociedade deve denunciar quando isso acontecer", pontua. Dentro da universidade, lembra Rita, os trotes não podem ter características violentas nem humilhantes e precisam estar dentro da programação de recepção dos calouros, acordada com o colegiado e a coordenação de cada graduação.

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