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Mauro Serafim começou seu relacionamento com a instituição na década de 50 | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Mauro Serafim começou seu relacionamento com a instituição na década de 50| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

Um campeão entre os mais queridos

Há algum tempo as homenagens a funcionários em formaturas tornaram-se costume nas turmas de graduação. Os alunos dizem com quem tiveram mais afinidade e quem recebe mais indicações leva um presente.

Se pudermos medir o nível de popularidade de alguém a partir dessa prática, ao menos na Universidade Positivo Mauro César da Silva é imbatível. Há dez anos na instituição ele já foi homenageado dez vezes, por três cursos diferentes.

Trabalhando atualmente no setor financeiro, Mauro já foi inspetor, almoxarife, atuou na rádio universitária e no protocolo. Sua rotina o coloca em contato diário com estudantes, mas só o seu carisma explica o carinho de tantos alunos com ele.

"Acho que eles fazem essas homenagens por afinidade. Com o tempo a gente acaba ficando amigos uns dos outros", explica modestamente.

Entre as muitas tarefas que executa, Mauro faz cobrança de boletos, negocia dívidas e ainda ajuda o pessoal do protocolo com confecção de carteirinhas e recebimento de projetos acadêmicos.

Interatividade

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Em um momento de paralisação dos servidores das instituições federais de ensino superior, o Vida Universitária entrevistou algumas dessas pessoas que fazem a diferença na vida dos alunos:

Depois de ser aluno e professor, Mauro hoje acolhe

No Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba) todo aluno sabe a quem recorrer quando é preciso lidar com algum problema burocrático, financeiro ou até de relacionamento. Mauro Serafim, de 74 anos, começou seu relacionamento com a instituição na década de 50. Formou-se em Direito, foi professor e hoje acumula as funções de assessor da Reitoria, supervisor de convênios internacionais e ouvidor.

Carregando assumidamente uma aura paternal sobre todos os alunos, colegas e até professores, Mauro tem histórias demais para algumas poucas linhas, desde pais de alunos que chegam furiosos à sua sala e saem dando boas risadas, até estudantes que veem em sua conhecida paciência a chance de desabafar problemas pessoais e financeiros. "A experiência de avô e bisavô dá esse jogo de cintura, mas só o fato de dar os ouvidos e os ombros já alivia quem vem com reclamações", conta.

O envolvimento de Mauro com os dramas vividos pelos alunos é grande o bastante para ele admitir que já foi às lágrimas, várias vezes, ouvindo estudantes que pensavam em abandonar a faculdade por não conseguirem pagar a mensalidade. "Com toda a alegria já tirei dinheiro do meu bolso para ajudar algumas dessas pessoas", confessa sem timidez, apresentando o gesto como um dever moral.Essas pequenas satisfações cotidianas alimentam o ânimo de Mauro em continuar o trabalho, mas nada lhe dá mais alegria do que ver pessoas que já ajudou, como professor ou ouvidor, chegarem a se tornar procuradores, desembargadores, políticos e outros importantes postos na sociedade.

Refeições que geram amigos

Poucos setores dentro de uma universidade recebem diariamente a visita de um número tão grande de pessoas, com perfis tão diferentes como a cantina. Gislaine Silveira é gerente e nutricionista da Lumi Lanches, uma das lanchonetes mais movimentadas da PUCPR, e confirma. "Todo dia vêm alunos, professores, filhos de professores, ex-alunos, funcionários, visitantes e até os adolescentes do colégio vizinho almoçam aqui", conta.

Apesar da correria dos horários de pico, Gislaine diz que sempre há tempo para uma conversa agradável com aqueles que sempre comparecem para comprar aquela coxinha diária. "Temos clientes cativos que chamamos pelo nome. Os alunos dividem com a gente a nota que tiraram, as brigas de namoro e de tudo um pouco", conta.

Com os professores o tratamento também é muito cordial. Muitos daqueles que precisam de materiais recicláveis para alguma experiência procuram por ela, seja pedindo para guardar garrafas pet ou mesmo em situações de emergência, quando alguém esquece o material.

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