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Durante treinamento, alunos da Tuiuti aprenderam lições de sobrevivência e de socorro em acidentes aéreos. | Divulgação / Tuiuti
Durante treinamento, alunos da Tuiuti aprenderam lições de sobrevivência e de socorro em acidentes aéreos.| Foto: Divulgação / Tuiuti

Experiência

União é a melhor arma contra o cansaço

Estudante do 4º período, Lucas Evandro Oliveira, 22 anos, foi um dos aventureiros da Tuiuti no curso de sobrevivência e admite não ter sido fácil superar o cansaço. "Foi bem complicado enfrentar a privação de sono, comer pouco e ainda socorrer feridos no meio da mata, mas a gente sabe que é um conhecimento importante na profissão que escolhemos."

Ele conta que, mesmo o grupo sendo formado por jovens saudáveis, entre 20 e 22 anos, todos passaram com dificuldade pela experiência e só chegaram ao fim do treinamento graças à união que surgiu na equipe. "Todo mundo se ajudou muito. É o tipo de situação em que você tem de pensar em grupo, senão você morre", afirma.

De todos os momentos de tensão, ele elege as atividades feitas na água como as mais importantes para o crescimento pessoal dele. "Sempre tive receio de lidar com situações de perigo na água e foi bom aprender a sair de algumas delas." Os estudantes atravessaram lagos usando técnicas de tirolesa e aprenderam a usar botes salva-vidas. (JDL)

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    Quem escolhe ser piloto de avião tem de estar preparado para o pior e saber o que fazer em caso de acidente. A maioria dos cursos para formação desse tipo de profissional inclui o ensino de primeiros socorros e aulas de sobrevivência, mas nada prepara tão bem o futuro aviador quanto viver uma situação real de dificuldades e privações. O professor Carlos Lobo, da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), quis garantir essa experiência aos seus alunos e, durante três dias, os faz dormir na mata, caçar a própria comida e lidar com animais peçonhentos.

    Os últimos aventureiros foram 40 alunos de vários períodos do curso de Tecnologia em Pilotagem Profissional de Aeronaves. Eles participaram voluntariamente, em maio, do treinamento "Sobrevivência de selva, mar e deserto", no município de Quitandinha. A atividade é organizada por Lobo há dois anos, em parceria com a empresa Força Vital, credenciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para treinar casos de urgência e emergência.

    Lobo, que também é diretor de ensino no Aeroclube do Paraná, afirma tomar todas as precauções de segurança necessárias, mas é rigoroso com os alunos que topam o desafio – a começar pela surpresa no início do treinamento. Antes de partir, a turma é convidada a levar o máximo de alimento que conseguir e tudo é confiscado no início. Os alunos só voltam a ver os pacotes de bolacha e as latas de refrigerantes no último dia e são convidados a doar o que levaram a instituições de caridade. "São garotos de apartamento. Estão acostumados a ter acesso a tudo com facilidade, mas, no caso de acidentes, eles têm de saber tirar o que comer da natureza", afirma.

    O rigor do professor, no entanto, tem limite. Lobo ensina os alunos a prepararem armadilhas para capturar peixes e pequenos animais da mata, mas é raro alguma delas garantir uma refeição no pouco tempo que passam na selva. Os organizadores dão um incentivo e, como se fosse pura sorte, as armadilhas conseguem prender coelhos e galinhas grandes o bastante para satisfazer todo o grupo. Cabe aos alunos a tarefa de preparar a caça antes de comê-la, o que inclui matar, limpar e cozinhar a carne dos animais.

    A lista de desafios inclui ainda o preparo de barracas usando troncos, cipós e folhas de árvores, o atendimento de primeiros socorros em casos de fratura e hemorragia, identificação de animais venenosos e o uso de artifícios pirotécnicos para pedir socorro a outras aeronaves.

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