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Alçapão, Alcólitros e Narcóticos são três das principais baterias formadas por alunos da PUCPR | Daniel Caron / Gazeta do Povo
Alçapão, Alcólitros e Narcóticos são três das principais baterias formadas por alunos da PUCPR| Foto: Daniel Caron / Gazeta do Povo

Grupos dizem não ter apoio institucional

Uma das principais reclamações das baterias da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) está ligada à falta de apoio da instituição. Os integrantes argumentam que não há um lugar para os ensaios ou para guardar os instrumentos, comprados por eles mesmos. "Nós já tocamos para 2 mil pessoas nas festas de Direito e sempre convidamos mais alunos para entrar. Tem muita gente que se empolga, mas é muito difícil ficar. Ensaiamos tarde, das 22 horas à meia-noite, em um espaço muito apertado", conta Vitor Salmazo, do Alçapão.

Teatro ocupado

Segundo o diretor de Relações Internas da PUCPR, João Oleynik, as baterias são independentes e a universidade não tem como disponibilizar espaço para os ensaios porque apenas o teatro tem isolamento acústico e está sempre ocupado com eventos e formaturas durante os fins de semana, quando as baterias poderiam usá-lo. "Esse pessoal tem mais tempo à noite e fins de semana. Para ceder o teatro, o que fazemos às vezes, é mais fácil durante o dia. Há também a concha acústica, que é externa, mas a vizinhança reclama muito do barulho", afirma.

O diretor conta que não há, no momento, previsão de construção de outro espaço que tenha isolamento acústico. "Infelizmente, há essa limitação de espaço. Mas, apesar dos transtornos, os alunos têm contornado a situação e até recebido premiações", diz.

É praticamente impossível se formar na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) sem ter ouvido o batuque das baterias criadas por alunos de diferentes cursos para animar torcidas durante os jogos universitários. Até os calouros já devem ter se deparado com elas ou pelo menos ter encontrado cartazes pelos câmpus com o convite para conhecê-­las.

Os ensaios da bateria mais tradicional da universidade, o Alçapão, dos alunos de Direito, começaram há 18 anos. Os encontros ocorriam perto de um depósito de lixo, por ser um local em que os alunos podiam ficar escondidos das câmeras de segurança. Chamado oficialmente de Grêmio Recreativo Escola de Samba Bateria de Combate Acadêmicos do Alçapão Alcoólico, o grupo já recebeu títulos de melhor torcida e melhor bateria em jogos jurídicos nacionais.

Um dos 30 integrantes assíduos da bateria é Vitor Salmazo, 23 anos, estudante do 5.º ano de Direito. Ele já fazia parte do Alçapão antes mesmo de entrar na faculdade. "Eu tocava samba no grupo Pagode do Alçapão. Era a mesma turma. Na bateria não tocamos outras músicas, só o hino da torcida. Os ensaios ocorrem uma vez por semana e chegam a quatro vezes antes dos jogos. Seja na chuva, no frio ou do lado de fora da PUC", diz.

O batuque também anima estudantes de outras áreas. Tão grande quanto o Alçapão, a bateria Narcóticos, da Associação Atlética Acadêmica de Comunicação Social, conta com 28 membros. Gabriel Zornig, 24 anos, toca tamborim desde que entrou para a turma de Relações Públicas, em 2006. Já se formou, mas diz que, se puder, vai acompanhar os jogos "para sempre". "Meus melhores amigos eu fiz na Atlética e não são só da PUC. Também conheci um pessoal de outras faculdades e tenho vários contatos profissionais por causa disso", diz.

Rivalidade

Embora torçam por times de cursos e faculdades diferentes, as baterias não se veem como rivais. Na fundação da Bateria de Engenharia – a Católitros –, a estudante do 5.º ano de Engenharia Civil Ane Cunha Guinossi, 21 anos, recebeu apoio da bateria de Comunicação Social e até do grupo da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). "Completamos um ano há pouco tempo e nos primeiros jogos nossa bateria tinha um galão de água e um megafone. O pessoal do Cefet [UTFPR] nos emprestou os instrumentos e ensinou a gente a tocar. A rivalidade fica só dentro da quadra mesmo", diz.O seu curso também abriga uma iniciativa diferente? Qual? Deixe seu comentário.

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