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Professores das universidades federais rejeitaram pedido do governo de suspensão da greve por 20 dias | Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Professores das universidades federais rejeitaram pedido do governo de suspensão da greve por 20 dias| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo

Calendário

Embora haja especulação na internet sobre possíveis cancelamentos de calendário, a UFPR e a UTFPR informam que as Reitorias não têm autonomia para tomar essa medida, que caberia aos respectivos Conselhos Universitários. Segundo o Pró-Reitor de Graduação e Educação Profissional da UTFPR, Mauricio Alves Mendes, o conselho da instituição já recebeu uma proposta de cancelamento, mas ele lembra que em greves anteriores a instituição nunca suspendeu o calendário. A assessoria da UFPR informou que há uma reunião marcada para o fim deste mês, mas o assunto não está em pauta.

A greve dos professores das universidades federais completa um mês com docentes de 53 das 59 instituições do país envolvidos e com a visibilidade do movimento reforçada pelo início da greve dos servidores na semana passada. No primeiro dia de paralisação, em 17 de maio, professores de 33 universidades declararam adesão ao movimento grevista. Até a última sexta-feira, profissionais de outras 20 instituições também haviam interrompido suas atividades.

Nesse período, uma medida provisória publicada na semana da deflagração da greve (concedendo aumento de 4% à categoria) parece ter servido apenas para aumentar a tensão entre sindicatos e governo federal. Em entrevistas à Gazeta do Povo, representantes dos sindicatos locais disseram que o gesto foi recebido como uma desrespeitosa tentativa de desmobilizar a categoria.

Segundo o professor Arandi Bezerra Júnior, membro do Comando Local de Greve na UTFPR, desde então o clima de descontentamento com a postura do governo só cresceu. "A insistência do MEC [Ministério da Educação], em dizer que já nos foi dado o que pedíamos, nos deixa surpresos." O professor lembra que a ênfase dada pelo movimento não está no aumento salarial, mas sim na reestruturação da carreira docente, prometida desde o acordo que deu fim à greve de 2011.

Governo

Embora um dos maiores agravantes na deflagração dos servidores tenha sido o cancelamento, pelo governo federal, de uma reunião agendada para o fim de maio, o MEC e o Ministério do Planejamento deram sinais, na semana passada, de que querem retomar as negociações.

Em um encontro ocorrido em 12 de junho, o governo sugeriu que a carreira dos docentes tenha como base a dos servidores da área de ciência e tecnologia e pediu trégua para trabalhar no projeto. A categoria rejeitou o pedido de suspensão da greve por 20 dias, mas uma nova reunião sobre o assunto está agendada para amanhã.

Adesão nem sempre é total

Alguns estudantes compartilharam com a reportagem como está a greve em seus cursos e o que têm feito com o tempo livre. Segundo o estudante de Economia da UFPR Pedro Américo Vieira, notícias sobre o movimento são compartilhadas com frequência entre os colegas de turma. A prática também é adotada por estudantes de outros cursos.

A estudante Ana Gabriela Leal, de Educação Física da UTFPR, conta que as aulas pararam parcialmente e tem usado os horários vagos para adiantar seu trabalho de conclusão de curso. A Faculdade de Direito da UFPR também não teve adesão total, mas, segundo o aluno Alcides Santos Neto, professores que mantiveram as aulas têm ajustado os horários para que os estudantes tenham aulas seguidas em um único dia, sem precisarem ir ao câmpus a semana inteira.

Já o estudante paraguaio Délis Sandoval, do curso de Letras da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila), conta que tem aproveitado para se dedicar mais ao projeto de extensão do qual participa, sobre pesquisa e difusão da língua Guarani.

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