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Para diminuir o estrago no Enem 2010, marcado por erros de impressão e de montagem das provas, o Ministério da Educação adotou hoje o discurso de que o exame deste ano foi, segundo palavras das autoridades, um "sucesso". "Missão cumprida", disse o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto. "As falhas acontecem", minimizou. Segundo ele, os problemas não abalaram a credibilidade do Enem, não houve falha na segurança da aplicação das provas, e nenhum estudante será prejudicado.

O discurso do governo é uma tentativa de impedir a ressurreição da crise de 2009 - quando o Enem foi anulado por causa do vazamento das provas revelado pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Há uma preocupação com a pressão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público para que o exame seja anulado. "É um processo complexo, humano e pode ter falhas", afirmou Soares Neto. "Não vejo como isso possa minar o Enem", disse. "Me sinto muito orgulhoso em ter liderado esse processo. Não houve problemas graves", reforçou.

Até a tarde deste domingo, o Inep ainda não tinha uma versão sobre as trocas dos cabeçalhos do cartão-resposta da prova de sábado. Indagado pela reportagem sobre a responsabilidade do Inep na fiscalização da impressão do material, mencionada no edital de contratação da gráfica, Soares Neto esquivou-se. Disse que ainda está em fase de apuração do que ocorreu. "Não posso trabalhar com hipóteses".

Para ele, o uso de telefones celulares durante a aplicação do Enem, confirmado por pessoas que fizeram a prova, não mostra uma falta de segurança. "Não acho que houve falha", disse o presidente do Inep, justificando que não cabe ao ministério fazer a segurança dos locais de prova.

Possibilidade de nova prova - Soares Neto informou que o Inep deve procurar os estudantes que foram prejudicados pelas falhas de montagem na prova do sábado. Ele disse que o governo avalia a possibilidade de realizar um novo exame para essas pessoas. O dirigente não soube estimar, no entanto, quantos estudantes foram prejudicados pelo erro cometido, nem quando eles serão procurados. "Preciso ver os fatos de forma tranquila. Não tenho data precisa. Não vai demorar", afirmou.

O presidente do Inep disse que, a partir de quarta-feira, o site do Enem vai disponibilizar o requerimento para os estudantes que se sentiram prejudicados pela troca do cabeçalho do cartão-resposta e que, por isso, querem a correção das provas de maneira invertida. Eles terão até o dia 16 de novembro para preencher o requerimento.

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