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Segundo dados do Inpe, a floresta amazônica somou 93.356 focos de incêndios em 2020, um aumento de 25%. No Pantanal, o avanço foi de 49%, com 21.115 focos.
Segundo dados do Inpe, a floresta amazônica somou 93.356 focos de incêndios em 2020, um aumento de 25%. No Pantanal, o avanço foi de 49%, com 21.115 focos.| Foto: Vinicius Mendonça/Ibama

Os incêndios florestais na Amazônia e no Pantanal estão na agenda política e ambiental do governo federal, dos estados e também de outros países – o tema apareceu, até, em um dos debates da eleição presidencial nos EUA. Por outro lado, candidatos a prefeito de municípios bastante afetados pelo fogo pouco ou nada levantaram sobre o assunto durante a campanha eleitoral.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a floresta amazônica somou 93.356 focos de incêndio entre janeiro e outubro de 2020, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. No Pantanal, o avanço foi de 49% (21.115 focos), o que faz deste ano o pior na região pantaneira desde que o Inpe começou a contabilizar os registros de focos de fogo, em 1998.

Dos dez municípios mais atingidos neste ano, em todo o Brasil, quatro estão no Pantanal e seis na Amazônia. O recordista é Corumbá, no Mato Grosso do Sul, seguido por Poconé, no Mato Grosso, e São Félix do Xingu, no Pará.

E, enquanto o fogo arde, parte dos candidatos dessas três cidades ignora a questão, inclusive nos planos de governo apresentados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Quando há alguma menção ao assunto, é genérica e sem aprofundamento.

Menções sobre combate a incêndios são discretas nos planos de governo

Em Corumbá, dos seis candidatos, dois não citam nenhuma ação de combate a incêndios nas propostas. Os outros quatro falam em investimento em brigadas de incêndio, campanhas públicas de combate às queimadas e adoção de medidas preventivas. Nenhum plano específico para o tema é apresentado.

O atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Marcelo Iunes (PSDB), foi discreto sobre o assunto no plano de governo. Entretanto, tem tentado usar o assunto para angariar votos. “Entreguei este pedido diretamente ao presidente Jair Bolsonaro para que seja implantada, de forma permanente, uma Política de Combate ao Fogo no Pantanal”, disse em um material de campanha na televisão.

No mesmo programa, ele cita o decreto municipal nº 2.305, de 2020, que reordenou o Comitê Municipal de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais no Pantanal de Corumbá. “Agimos mesmo não sendo competência da prefeitura. Reativamos o comitê municipal de prevenção e combate aos incêndios florestais, que estava parado há seis anos", falou.

Em Poconé, no Mato Grosso, somente um dos quatro concorrentes à prefeitura fez menção ao tema no plano de governo. “Criar uma estrutura para prevenção e combate aos incêndios”, diz o documento da campanha de Camila Silva (PP), na parte dedicada às propostas para o meio ambiente.

O atual prefeito Tatá Amaral (DEM) não apresentou propostas no plano do governo, mas também tenta usar politicamente os incêndios. Nas redes sociais publicou um vídeo de um funcionário do Posto de Atendimento a Animais Silvestres (Paeas) elogiando a atuação da prefeitura na crise ambiental. “[O Paeas] está fortemente amparado e apoiado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da prefeitura de Poconé. Foi fundamental o apoio deles no início, quando tivemos que vencer a inércia e estruturar minimamente esse posto”, disse.

São Félix do Xingu é o terceiro município brasileiro com mais focos de fogo em 2020. A prefeita e candidata à reeleição Minervina (PSD), porém, não fez propostas no programa de governo em relação aos incêndios. Outros três postulantes ao cargo também não mencionam o tema.

Na outra ponta, Du Reis (Cidadania), João Cleber (MDB) e Professor Darci (PSB) incluíram nos planos de governo o que pretendem fazer em relação aos incêndios caso sejam eleitos. Em comum, os três citam o combate ao desmatamento ilegal como forma de preservar o meio ambiente e evitar focos de incêndio.

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