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Guilherme Boulos (Psol) e Bruno Covas (PSDB) disputam o segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo.
Guilherme Boulos (Psol) e Bruno Covas (PSDB) disputam o segundo turno das eleições para prefeito de São Paulo.| Foto: Divulgação/Nelson Almeida/AFP

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) usaram o primeiro debate do segundo turno para trocar acusações e tentar emplacar rótulos. Covas acusou o candidato do Psol de ser radical e inexperiente. Já Boulos fez o nome de João Doria, governador de São Paulo, onipresente na discussão. Doria apoia Covas, mas tem um alto índice de rejeição na capital paulista. O debate foi realizado pela CNN Brasil nesta segunda-feira (16).

"Aqui não se trata de debater quem tem o melhor ou pior apoio político, não se trata de ficar atacando o presidente Lula ou o ex-prefeito Haddad para me descolar do Guilherme Boulos", afirmou o atual prefeito sobre o impacto dos padrinhos políticos. “Eu entendo que a questão do Doria é incômoda para você", alfinetou Boulos, que relembrou o apoio de Jair Bolsonaro a Doria, durante a eleição de 2018, que ficou conhecido como "Bolsodoria".

Covas saiu do primeiro turno realizado no domingo (15) com vantagem, teve 1.754.013 votos, que representam 32,85%. Já Boulos conseguiu 1.080.736 votos, ou seja 20,24%.

Críticas às ações contra a pandemia da Covid-19 deu tom ao debate

Boulos afirmou que vai realizar a testagem em massa da população de São Paulo, caso seja eleito. Ele criticou duramente a forma como Covas tem conduzido a capital paulista durante a pandemia de Covid-19. E disse que numa eventual segunda onda, trabalhará com agentes comunitários da saúde, usará os equipamentos públicos, como escolas que estão fechadas para fazer o isolamento de pessoas que não tem condição de manterem-se isoladas.

"É muito fácil ser engenheiro de obra pronta”, respondeu o atual prefeito às críticas, que considerou um desrespeito aos profissionais de saúde. “O radicalismo ideológico sabe criticar, mas não sabe salvar vidas”, apontou Covas.

"Chefe de movimento", diz Covas sobre Boulos

Questionado sobre um possível aumento nos impostos da cidade, Boulos afirmou que não pretende fazer um aumento da carga tributária no ano que vem. Mas sim focar em um plano de enfrentamento e recuperação econômica devido aos impactos da pandemia. "Dinheiro em São Paulo tem, só precisa ser usado de maneira correta", completou.

"Veja a diferença que faz você não ter experiência e não entender de gestão pública, recurso em caixa não significa recurso liberado para fazer o que bem entender”, pontuou Covas. E completou: “ele, como chefe de um movimento, está acostumado a mandar”. Boulos é coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

"Lamento muito que você tenha entrado no vale tudo para levar a eleição", disse Boulos ao criticar ter sido chamado de "chefe de movimento". Ele considerou o discurso de Covas após a eleição no domingo (15) "cheio de raiva".

Covas declarou ter vencido o radicalismo no primeiro turno, pois ganhou de Celso Russomanno (Republicanos), apoiado pelo presidente Bolsonaro. E disse que venceria o radicalismo, mais uma vez no segundo turno, ao se referir a Boulos. O candidato do Psol afirmou que Bruno Covas "quer levar o voto de quem é mais alinhado ao Jair Bolsonaro".

Próximos passos

O tucano voltou a afirmar que vai vencer o radicalismo, na tentativa de colar uma imagem de radical ao concorrente. Já Boulos pediu um "voto de esperança" aos eleitores.

Há cerca de duas semanas do segundo turno, que ocorre no dia 29 de novembro, os dois aparentemente já definiram o tom das campanhas. Covas deve optar por ressaltar a inexperiência de Boulos, citada mais de uma vez no debate. E Boulos não deve deixar que os eleitores esqueçam o histórico do atual prefeito com João Doria.

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