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Eloy Casagrande quer parceria com universidades para administrar Curitiba
Eloy Casagrande, candidato a prefeito de Curitiba pela Rede| Foto: Jonathan Campos/Especial para a Gazeta do Povo

Com 61 anos de idade e professor da UTFPR, Eloy Casagrande é o candidato da Rede Sustentabilidade (REDE) à prefeitura de Curitiba nas eleições de 2020. Em 2016, já disputou uma cadeira de vereador na cidade, mas ficou apenas como suplente. Logo abaixo, ele responde a três perguntas feitas pela Gazeta do Povo. Confira:

Por que o senhor acha que será um prefeito melhor do que seus adversários nestas eleições? O que o difere dos demais candidatos?

Eu me preparei mais de 20 anos para isso. Eu tenho pós-graduação na área de engenharia de recursos minerais e meio ambiente, tenho pós-doutorado em inovação tecnológica e sustentabilidade. Sou há 20 anos professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o antigo Cefet. E durante os 20 anos eu apresentei mais de 70 trabalhos que sempre buscaram soluções para os problemas da cidade. Em relação à questão ambiental, moradia, saúde, educação, e, principalmente, a questão da sustentabilidade. Eu trabalho com a cidade que precisa se preparar para o futuro. Nós estamos vivendo um momento crítico de mudanças climáticas. Um problema sério com a estiagem. E você não vê nenhuma proposta, de nenhum dos candidatos, abordar a questão. A minha proposta é muito concreta. Eu tenho projetos que já foram implantados, e classificados com êxito, em outras cidades. E a gente sempre tentou levar isso para a gestão pública aqui e nunca encontrou as portas abertas. Então eu acredito que uma boa equipe de trabalho, inclusive em parcerias com a própria universidade [UTFPR], a gente possa fazer uma gestão pública inovadora, mais sustentável, mais criativa, mas inclusiva.

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Uma das ideias que o senhor coloca no seu plano de governo é uma “tarifa integrada com a RMC a um preço mais acessível (...) e disponibilizar mais ônibus em horários de pico”. E neste ano a gente viu as empresas de ônibus reivindicando uma compensação pela redução do número de passageiros na esteira da pandemia do novo coronavírus. Como resolver isso? Ou seja, como será possível, na prática, se comprometer com uma tarifa “mais acessível” e “mais ônibus em horário de pico” no atual cenário?

Eu acho que é uma questão de gestão e de rever esses contratos draconianos que foram feitos pelas empresas de ônibus com o atual prefeito [Rafael Greca, do DEM]. Os R$ 200 milhões que foram repassados é um absurdo. E a Urbs não se explicou corretamente, uma vez que os ônibus estavam lotados. É uma incongruência. Além disso, a Urbs não tem controle algum sobre a composição da tarifa de ônibus. A tarifa pode ser menor se a Urbs implantar controles, para medir melhor o custo da passagem: por exemplo, 15% da passagem é relacionada a uso de combustível, óleo, lubrificante, etc, mas a partir de planilhas apresentadas pela própria empresa; não é a Urbs que controla isso. Tem que ser mais criativo também. Colocar, por exemplo, nos ônibus, uma forma de subsidiar a passagem, como as propagandas dentro dos ônibus, como já é praticado em muitos lugares, no Brasil e fora. Eu acho que com um bom olhar nos contratos, e uma boa gestão em relação ao transporte, que pode ser mais igualitário, é possível sim baixar o custo da tarifa.

A Rede Sustentabilidade foi criada em 2015, encabeçada pela Marina Silva, mas desde então tem patinado para eleger seus quadros. A gente não tem hoje nenhum vereador da REDE em Curitiba, nenhum deputado estadual e nenhum deputado federal na bancada do Paraná. No que a REDE está falhando?

Eu acho que o mecanismo democrático do Brasil também é muito falho em relação a tudo isso. Nos partidos pequenos, como a REDE, é difícil alcançar visibilidade quando não tenho tempo nem de TV, nem de rádio, por conta de uma lei que confunde legislação federal, pela falta de deputados federais eleitos, com gestão municipal. Eu deveria ter a igualdade, ter espaço na TV e no rádio, e mostrar os nossos candidatos a vereador, mostrar a minha candidatura a prefeito. Então fica difícil concorrer com uma lei que privilegie grandes partidos, partidos já estabelecidos, partidos com grandes financiamentos de capital, e tem também os partidos que vendem suas legendas... A REDE tem um princípio, que é não ter nenhum tipo de aliado ou financiamento de pessoas que não forem ficha limpa. É um partido que preserva pela sua qualidade de candidatos. E isso fica muito difícil. Nós somos um partido que preserva a questão ambiental, social, econômica, e, principalmente, ética. E é isso que queremos manter e vamos lutar pelo nosso espaço até o fim. A Marina Silva tem uma reputação que foi construída ao longo dos últimos 30 anos e é preciso respeitar tudo isso. O que nós desejamos é mais democracia para poder manter espaço no cenário político.

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