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Professora Samara (PSTU)
Professora Samara (PSTU), candidata à prefeitura de Curitiba| Foto: Reprodução/Facebook

Uma ruptura com sistemas tradicionais e mais poder para o estado estão no discurso da professora Samara Garratini, candidata à prefeitura de Curitiba pelo PSTU. Aos 29 anos, e em sua primeira disputa ao Executivo municipal, ela aposta em obras como o metrô, financiado com dinheiro público, para atrair votos na disputa eleitoral. Na reta final da campanha, a Gazeta fez três perguntas para a candidata, que tem ao seu lado o servidor dos Correios Samuel Mattos como vice. Confira:

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Por que a senhora é diferente dos demais candidatos e merece ser prefeita de Curitiba?

Eu tenho um programa que é voltado realmente para a classe trabalhadora, diferentemente dos outros candidatos, que dizem que querem governar para todo mundo. A gente sabe que esses programas para a cidade que querem governar para todo mundo acabam sempre tendo um lado, que não é o da classe trabalhadora. O trabalhador acaba sempre saindo prejudicado nisso. Eles acabam beneficiando o lucro dos grandes empresários da cidade, aumentando o desemprego, o valor dos alimentos, das tarifas, da água, da luz... Nós temos um programa específico que estabelece que não vamos mesmo governar para todos. Vamos governar para a classe trabalhadora, para quem sustenta a cidade. Queremos romper com os grandes empresários, com a propriedade privada, com o lucro das pessoas que dominam a cidade.

Seu plano de governo é o único a defender o metrô. Nele você cita que será uma obra 100% pública. Esse projeto já foi ventilado e descartado algumas vezes, sobretudo pelo custo. Quanto custará o seu projeto e como ele será financiado?

Para a gente poder ter um transporte que atenda à demanda da população, sem ter o trânsito caótico ou um sistema já saturado por conta do aumento populacional da cidade, precisamos romper com o pagamento da dívida pública. Só aí são R$ 200 milhões por ano que saem da prefeitura. E a gente quer mudar a lógica de financiamento do transporte. Hoje quem financia o transporte é a prefeitura, são os trabalhadores. Seja por meio da tarifa, que é bem alta, seja pelos repasses que a prefeitura e o governo do estado fazem às empresas privadas de transporte. Queremos romper com isso e estatizar as frotas, o que já economiza um bom tanto. Vamos romper com as empresas e assumir esse trabalho pela prefeitura e aí, sim, abrir uma pesquisa de rotas que os trabalhadores fazem: onde moram, onde trabalham. As propostas anteriores queriam fazer um metrô embaixo das canaletas dos biarticulados. Nós achamos que não é por aí. Tem que fazer uma pesquisa de horários de picos na cidade e uma pesquisa geográfica, já que Curitiba é banhada por rios.

Ainda em seu plano de governo, sua chapa descreve que a eleição é um “teatro”. Por que a senhora ainda participa da eleição e qual seria sua solução para uma forma de escolha mais justa de representantes?

É um teatro mesmo. Tanto que a própria Globo anunciou mudanças no critério de apresentação de agenda dos candidatos [a candidata se refere à escolha editoral da RPCTV, que estabeleceu a divulgação da agenda dos cinco melhores colocados de acordo com as pesquisas Ibope]. E quando nós estávamos em sexto lugar, só apresentou as cinco candidaturas mais bem colocadas na pesquisa do Ibope. E, claramente, isso acaba prejudicando a nossa campanha. É um teatro no sentido de que os partidos pequenos, mais pobres, não têm espaço de divulgação, de tevê, de rádio. Acabam sendo marginalizados nesse processo. A gente quer romper com essa lógica de só [ter espaço] os grandes partidos e pessoas de família com dinheiro, com dinheiro para campanhas milionárias. Achamos que os mandatos devem ser revogáveis. A população deveria ter o direito de escolher que hora colocar e que hora tirar [os eleitos] quando eles, durante a campanha, prometem um monte de coisa e depois não cumprem nada. [Outras ações seriam] Diminuir o salário do prefeito, dos vereadores, dos secretários e de toda essa administração formada.

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