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O presidente Jair Bolsonaro durante a posse de sua primeira equipe ministerial no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro durante a posse de sua primeira equipe ministerial no Palácio do Planalto.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O governo de Jair Bolsonaro (PL) tem atualmente 31 ex-ministros. A lista inclui nomes célebres, como Sergio Moro (Justiça) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), e outros menos conhecidos, como Floriano Peixoto Vieira Neto (Secretaria-Geral da Presidência) e Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional). Destes, 15 são nomes certos na eleição de outubro, para a disputa de quase todos os cargos em em disputa.

A relação também mostra uma variedade na filiação partidária dos ex-ministros. Os pré-candidatos fazem parte de seis agremiações: União Brasil, PP, PMB/Brasil 35, Republicanos, MDB e, claro, o PL de Bolsonaro. Também há ampla distribuição nos estados onde devem se candidatar os ex-ministros. Eles se apresentam como pré-candidatos no Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco.

Outra variedade se dá no grau de aproximação entre a gestão Bolsonaro e os pré-candidatos. Alguns têm alinhamento pleno com o governo e usarão isso como bandeira de campanha. Um exemplo é Osmar Terra, ex-ministro da Cidadania e pré-candidato a deputado federal pelo Rio Grande do Sul. Grande parte dos pré-candidatos com esse perfil permaneceu na Esplanada até o limite do prazo obrigatório para sair do cargo devido à legislação eleitoral – exemplos disso são Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Onyx Lorenzoni (Trabalho).

Do outro lado, alguns pré-candidatos adotam o discurso de que Bolsonaro e seu governo "se corromperam" e, portanto, suas plataformas políticas são distantes das do atual chefe do Executivo. Nenhum, porém, ingressou em algum partido que esteja no espectro da esquerda ou que faça oposição formal ao governo, como PT ou PSB.

Dois ex-ministros na "disputa" por uma vaga de vice-presidente

O ex-ministro da Defesa e Casa Civil Braga Netto (PL_ é o favorito de Bolsonaro para ser seu vice na chapa de reeleição. Mas isso ainda não foi oficializado.

Quem corre por fora para ser vice de Bolsonaro é Tereza Cristina (PP), que foi ministra da Agricultura do início do governo Bolsonaro até o dia 30 de março. Mas a tendência é que ela seja candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul.

Ex-ministros que podem ser candidatos a governador

São quatro os ex-ministros de Bolsonaro que foram lançados como pré-candidatos a governador: Onyx Lorenzoni (PL), ex-titular de Casa Civil, Cidadania e Trabalho, no Rio Grande do Sul; Abraham Weintraub (PMB), ex-ministro da Educação, em São Paulo; Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura, também em São Paulo; e João Roma (PL), ex-ministro da Cidadania, na Bahia.

Onyx, Tarcísio e Roma são do grupo dos ex-ministros fiéis a Bolsonaro e que tentarão colar seus nomes ao do presidente para vencer a eleição. Tanto Tarcísio quanto Onyx foram ministros do início da gestão até o término do prazo para as desincompatibilizações.

Já Weintraub se posiciona como um defensor dos ideais conservadores que elegeram Bolsonaro, mas vê um desvirtuamento nas condutas do presidente, em especial na sua aproximação com o Centrão. Nos últimos meses, ele colheu adversários dentro do governismo, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente. Weintraub está filiado ao PMB, o Partido da Mulher Brasileira, que tenta trocar seu nome para Brasil 35 e se consolidar como agremiação conservadora.

Senado também é alvo de disputa de ex-titulares da Esplanada

Filiados ao PL, os ex-ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), pelo Rio Grande do Norte, e Gilson Machado Neto (Turismo), em Pernambuco, são pré-candidatos ao Senado. Devem concorrer com o "carimbo" de candidatos de Bolsonaro.

Também ex-titular do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio (PL) busca viabilizar seu nome para o Senado em Minas Gerais. O ex-ministro, que atualmente é deputado federal, esbarra na dificuldade de um palanque sólido. O governo Bolsonaro não tem, até hoje, uma pré-candidatura sólida ao governo mineiro, o que poderia colaborar com o projeto de Marcelo.

Tereza Cristina será candidata ao Senado no Mato Grosso do Sul se não for escolhida a vice de Bolsonaro. Já duas outras ex-ministras protagonizam um "fogo amigo". Damares Alves (Republicanos), ex-titular do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, e Flávia Arruda (PL), ex-ministra da Secretaria de Governo, planejam ser candidatas ao Senado pelo Distrito Federal.

Na eleição de 2022, porém, diferentemente do ocorrido em 2018, há apenas uma vaga ao Senado em disputa. E embora tecnicamente seja possível a apresentação das duas candidaturas, é pouco provável que dois nomes do mesmo grupo político se confrontem. Uma solução que está sendo costurada é a de uma ex-ministra ser a suplente da outra.

Câmara é escolha de quatro ex-ministros

Ex-titular da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS) é deputado federal e tentará continuar no posto. Ele está na Câmara desde 2001. Também buscarão uma vaga de deputado federal três outros ex-ministros que nunca tiveram cargo eletivo: Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), ambos do PL de São Paulo, e Eduardo Pazuello (Saúde), do PL do Rio de Janeiro.

Pontes e Salles encararam as urnas em 2018. Pontes foi eleito segundo suplente na chapa de Major Olímpio (SP), senador que morreu em março do ano passado; e Salles, representando o Partido Novo, teve 36 mil votos para deputado federal, insuficientes para levá-lo à Câmara.

Há ainda alguma possibilidade de Marcos Pontes sair como candidato ao Senado por São Paulo, depois que o apresentador de TV José Luiz Datena desistiu de concorrer. Datena seria o candidato apoiado por Bolsonaro em São Paulo.

Quem ainda não definiu qual cargo irá disputar

O ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) ainda não definiu seus planos para 2022. Ele já falou que estuda ser candidato ao Senado ou a deputado federal pelo Paraná. Mas, nos bastidores, não se descarte que ele venha a ser candidato a governador – embora essa possibilidade seja pequena.

O ex-juiz da Lava Jato, porém, precisa superar obstáculos políticos no Paraná. Ele precisa conquistar os diferentes segmentos do União Brasil se quiser ser candidato ao Senado. E se for, poderá ter como adversários o atual ocupante da cadeira no Senado, Alvaro Dias (Podemos), que foi seu padrinho político, e o deputado Paulo Eduardo Martins (PL), que concorrerá tendo como trunfo o apoio de Bolsonaro.

Outra indefinição é a que envolve o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde), filiado ao União Brasil. Ele lançou pré-candidatura ao Palácio do Planalto assim que deixou o governo Bolsonaro. O projeto não prosperou e Mandetta passou a ambicionar a candidatura ao Senado. O problema é que seu partido no Mato Grosso do Sul tem uma pré-candidata ao governo, a deputada Rose Modesto, e conceder a vaga no Senado a outra legenda pode fazer parte da estratégia da agremiação para aumentar sua aliança eleitoral. Mandetta pode acabar concorrendo a uma vaga de deputado federal, posto que ocupou entre 2015 e 2019.

Já o general Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo no início da gestão Bolsonaro, almeja ser candidato a presidente da República pelo Podemos. O partido está com a vaga "vazia" desde que Moro deixou a agremiação – e atualmente, estuda se lançar um nome próprio ao Palácio do Planalto é o melhor caminho.

Ex-ministros de fora das urnas

A relação de ex-ministros de Bolsonaro que não se candidatarão em 2022 tem nomes que atualmente ocupam outros postos da vida pública, como André Mendonça (ex-Justiça), que hoje é parte do Supremo Tribunal Federal (STF); Floriano Peixoto Vieira Neto (ex-Secretaria-Geral), hoje presidente dos Correios; Jorge Oliveira, também ex-titular da Secretaria-Geral, que hoje é ministro do Tribunal de Contas da União (TCU); e Gustavo Canuto, antigo ocupante do Desenvolvimento Regional, e atual presidente da Dataprev.

A lista de ex-ministros inclui nomes que se afastaram da vida partidária ou nunca se posicionaram no cenário eleitoral, como Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Nelson Teich (Saúde), José Levi Mello (Advocacia-Geral da União), Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Carlos Decotelli, Ricardo Vélez e Milton Ribeiro, todos da Educação.

Outro ex-ministro de Bolsonaro foi Gustavo Bebianno, que comandou a Secretaria-Geral no início da gestão e morreu em 2020.

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