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O ex-ministro da Justiça e presidenciável Sergio Moro. saiu do Podemos e migrou para o União Brasil
O ex-ministro da Justiça e presidenciável Sergio Moro.| Foto: Saulo Rolim/Podemos

O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro anunciou nesta quinta-feira (31), em rede social, que abriu mão da candidatura a presidente da República a fim de "facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única". A decisão foi tomada conjuntamente à iniciativa do ex-juiz de se filiar ao União Brasil. "Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor", escreveu Moro.

"O Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única", completou o ex-juiz, que agradeceu à direção do Podemos pelo apoio recebido nos últimos cinco meses, quando ingressou na legenda.

Segundo o deputado Junior Bozzella (SP), vice-presidente nacional do União Brasil, Moro chega à nova sigla sem "definição de seu futuro político". Especula-se que Moro possa agora concorrer a deputado federal.

O ex-juiz da Lava Jato se reuniu na manhã desta quinta com integrantes da cúpula do União Brasil, em São Paulo. Segundo Bozzella, no encontro Moro foi informado que sua entrada na sigla não lhe garantia uma candidatura à sucessão presidencial. No caso, o partido poderia dar legenda a ele para um posto no Legislativo.

"Teve um desprendimento muito grande da parte do Sergio Moro em relação essa aproximação com o União Brasil, se apresentando como soldado do partido, se colocando à disposição do partido", disse Bozzella. De acordo com o deputado, Moro deve transferir o seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.

Oo deputado Alexandre Leite (União Brasil), afirmou que o ex-juiz deve mesmo sair como candidato ao cargo de deputado. "Moro vem para o União com a expectativa de ser um dos deputados mais votados da história do país. Daremos todas as condições para isso", afirmou o parlamentar em nota.

União Brasil lidera articulação da terceira via

O movimento de entrada de Moro no novo partido faz parte de uma articulação do presidente nacional do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), em unificar as candidaturas da chamada terceira via. Além do União Brasil, as articulações envolvem partidos como o PSDB, Cidadania e MDB.

"O Bivar tem liderado esse movimento e buscado os partidos na busca dessa convergência. A filiação [de Moro] já foi abonada pelo presidente Bivar. O Sergio assinou a ficha e agora a gente vai somar esforços", disse.

Por que Moro assinou filiação ao União Brasil e deixou o Podemos

Moro estava isolado nas articulações entre os partidos da chamada terceira via. Além do União Brasil, as articulações contam com partidos como PSDB, Cidadania e MDB.

Dentro do Podemos, Moro tinha desafios a superar. O primeiro é que o partido tem estrutura pequena para uma disputa presidencial – diferentemente do União Brasil, que é um partido grande.

Além disso, integrantes do Podemos o pressionavam a desistir da disputa. Essa ala da legenda argumenta que a candidatura do ex-juiz não decolou e que seria melhor para o partido investir os recursos do fundo eleitoral em candidaturas mais viáveis para outros cargos.

Mais cedo, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) confirmou à Gazeta do Povo que a mudança de partido foi informada à presidente do Podemos, Renata Abreu, na manhã desta quinta-feira A sigla não teria participado das discussões. Contudo, o grupo já vinha conversando que, no Podemos, as chances do ex-ministro da Justiça conseguir viabilizar seu nome na disputa presidencial eram pequenas, devido ao tamanho do partido.

O ex-juiz se filiou ao Podemos em novembro do ano passado, ocasião em que se lançou pré-candidato ao Planalto.

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