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Nome de Simone Tebet vai precisar ser aprovado pela Executiva do PSDB, Cidadania e MDB
Nome de Simone Tebet vai precisar ser aprovado pela Executiva do PSDB, Cidadania e MDB| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Representantes do partidos PSDB, Cidadania e MDB adiaram o anúncio do nome que irá disputar à Presidência da República pela chamada terceira via, mas informações extra-oficiais dão como certa a indicação da senadora Simone Tebet (MDB). Os líderes partidários tiveram acesso nesta quarta-feira (18) aos resultados das pesquisas encomendadas para definir qual o nome mais viável do grupo e Tebet teria ficado em vantagem na comparação com o ex-governador João Doria (PSDB).

O nome dela agora será levado às executivas dos três partidos em reuniões separadas na próxima terça-feira (24). Se aprovada, o anúncio oficial será, enfim, feito.

"Chegamos a um consenso, mas não somos nós que vamos decidir. O que nós concordamos é que vamos levar essa posição para os integrantes dos partidos. O que vimos [na pesquisa] é que 50% dos brasileiros não estão satisfeitos com essa polarização", afirmou o presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, em entrevista ao lado dos presidentes do PSDB, Bruno Araújo, e do MDB, Baleia Rossi, que tomaram o cuidado de ainda não indicar publicamente o nome dela. "O importante é a solidez da decisão e acho que hoje avançamos aqui", disse Araújo.

O instituto responsável pela coleta de dados não registrou a pesquisa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, portanto, os dados só podem ser usados para consumo interno das siglas. O levantamento, contratado pelas legendas, foi realizado no último final de semana pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento. De acordo com a empresa, foram 2 mil entrevistas realizadas presencialmente em 23 estados, distribuídos por todas as regiões do país, em que foram ouvidas pessoas de perfis variados quanto à gênero, idade e renda.

"A pesquisa nos trouxe alguns números que são positivos na construção de uma unidade da melhor via. Primeiro, o que já foi falado: a sensação da polarização é que ela prejudica os brasileiros. Esse é um dado extremamente relevante para construção de uma alternativa mais equilibrada, mais moderada que busque responder aos problemas reais dos brasileiros", afirmou Rossi, do MDB.

Cresce pressão para que Doria abre mão de candidatura 

A provável opção dos partidos de terceira via por Simone Tebet e o adiamento do anúncio público da aliança em torno da candidatura dela evidencia o isolamento de João Doria. Ele vem sendo pressionado dentro do próprio PSDB a abrir mão da pré-candidatura. O ex-governador ameaça judicializar a questão, já que foi escolhido pré-candidato pelas prévias do partido em novembro do ano passado.

Na última terça-feira (17), a Executiva do PSDB se reuniu em Brasília para avaliar o futuro da pré-candidatura de Doria. Dos 38 presentes no encontro, apenas sete lideranças foram favoráveis ao ex-governador de São Paulo.

Adversário de Doria, o deputado federal Aécio Neves (MG) disse que o ex-governador paulista precisa ouvir das lideranças regionais que a sua candidatura à Presidência atrapalha o partido nos estados. "Ele [Doria] terá duas alternativas: o gesto de grandeza política de desistir de sua candidatura ou permanecer neste enfrentamento", disse o mineiro.

A cúpula do partido chegou a enviar um convite para uma reunião particular com Doria, mas o pré-candidato alegou compromissos de agenda para declinar da reunião. Agora, o ex-governador tucano espera mobilizar aliados para que o cenário desfavorável a ele seja revertido.

"O que nós vimos foi que João Doria, nosso candidato a presidente, não teve quase tempo nenhum para se dedicar à campanha por conta de estar o tempo todo sendo pressionado por aqueles que não ganharam as prévias", defendeu a vice-presidente do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, uma das poucas vozes pró-Doria.

Líderes do partido acreditam que o novo encontro com a presença de Doria funcione como uma espécie de “choque de realidade” para ele sobre a inviabilidade de sua candidatura. Paralelamente, a equipe de Doria pode questionar a decisão do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que o tucano teria vencido as prévias do PSDB.

Tebet diz que vai aceitar resultado de pesquisa da terceira via

Na contramão da crise do PSDB, a senadora Simone Tebet sinalizou que vai acatar o resultado que for apresentado pelas pesquisas contratadas pela terceira via. A pré-candidata disse ainda que, se as pesquisas indicarem o nome dela como o mais viável para representar o grupo, manterá a candidatura mesmo sem uma aliança com João Doria.

"Eu aceitei as regras de um jogo e nós teremos uma ‘quali’ sendo apresentada para ver qual dos dois nomes, se o meu ou o do ex-governador Doria, é o melhor nome dentro dessa frente", disse Tebet após participar de ciclo de debates promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira (17).

No último levantamento Ipespe, divulgado em 13 de maio, Doria registrou 3% das intenções de voto, ante 1% de Tebet. De acordo com a pesquisa, a corrida eleitoral é liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 44%, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que somou 32%.Nos bastidores, lideranças dos partidos envolvidos nas negociações admitem que Tebet foi o nome de "consenso". Agora, o nome da senadora será avaliado pelas Executivas dos três partidos.

Metodologia de pesquisa citada na reportagem

A pesquisa Ipespe foi realizada por telefone entre os dias 10 e 11 de maio de 2022, a pedido da XP Investimentos. A amostragem é de mil eleitores brasileiros, com margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos e nível de confiança é de 95,5%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-02603/2022.

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