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Bolsonaro pesquisas
Bolsonaro reduziu a diferença para Lula em determinados segmentos do eleitorado, segundo três pesquisas divulgadas nesta quarta-feira (6).| Foto: Nathalia Aguilar/EFE

Três pesquisas eleitorais para presidente da República divulgadas nesta quarta-feira (6) mostraram poucas variações nos resultados gerais neste último mês. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manteve na liderança, com números de intenção de voto que variaram de 41% a 45% no primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece na sequência, variando de 31% a 36%, conforme a pesquisa. E os demais pré-candidatos, abaixo dos dois dígitos – veja os resultados gerais dos levantamentos do PoderData, Genial/Quaest e Paraná Pesquisas.

Mas, apesar da aparente calmaria, as pesquisas apresentaram variações importantes em alguns segmentos do eleitorado, trazendo notícias positivas para a campanha de reeleição de Bolsonaro.

Bolsonaro ganha votos no Nordeste

A pesquisa Genial/Quaest mostrou um avanço de sete pontos percentuais de Bolsonaro no Nordeste no último mês: ele passou de 15% para 22%. Embora a avaliação negativa do governo continue alta entre os nordestinos (55%, queda de 2 pontos em relação ao mês anterior), ele parece ter capturado o potencial eleitor do Lula, que caiu nove pontos em comparação ao levantamento de junho, passando de 68% para 59%. Os votos em branco, nulo ou em outros candidatos permaneceram estáveis em relação ao mês anterior.

Uma variação positiva para Bolsonaro no Nordeste também foi detectada pelo PoderData. A intenção de voto do presidente subiu de 22% no começo de junho para 30% no levantamento desta quarta. O crescimento foi superior à margem de erro para a região, que é de 3,5 pontos percentuais. O PoderData, entretanto, não registrou mudanças relevantes na intenção de voto do Lula. Um mês atrás ele tinha 57% e nesta quarta tinha 56%.

As pesquisas foram realizadas depois de Bolsonaro intensificar sua agenda de viagens à região, participando de festas e inaugurações em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Bahia.

O Paraná Pesquisas não registrou esses movimentos, mas colocou Bolsonaro com 25,4% das intenções de voto no Nordeste. Lula, por sua vez, estava com 53,8%.

Os resultados apresentados nas pesquisas neste momento estão próximos do percentual de votos obtidos por Bolsonaro no Nordeste no primeiro turno das eleições presidenciais de 2018: 26%.

Além dessa movimentação no Nordeste, a Genial/Quaest de julho indica que houve uma diminuição na vantagem de Lula sobre Bolsonaro no Sudeste. Lula caiu de 43% para 38% e Bolsonaro subiu de 30% para 33%. Na avaliação do governo Bolsonaro, a pesquisa também registrou uma redução da percepção negativa, de 46% para 43% dos entrevistados, ao passo que a avaliação positiva passou de 26% para 28%. Nos outros dois levantamentos, não houve variações significativas, além da margem de erro, para esta região.

Bolsonaro também melhora entre as mulheres, mas Lula mantém liderança

Os institutos também capturaram um crescimento das intenções de voto em Jair Bolsonaro entre as mulheres. A mudança mais significativa veio do levantamento da Quaest, que mostrou Bolsonaro com 27%, frente a 22% que ele havia marcado no mês anterior. No PoderData, a oscilação foi mais tímida: de 29% para 32%; e no Paraná Pesquisas, de 30,4% para 31,3%.

Mas enquanto a Quaest mostrou uma variação negativa de Lula entre as eleitoras de quatro pontos percentuais (50% para 46%), o PoderData apresentou uma evolução positiva do pré-candidato petista neste perfil, passando de 43% no começo de junho para 47% em julho. No Paraná Pesquisas, Lula estava com 42,2% das intenções de voto das mulheres em julho.

Nos três levantamentos, há vantagem de Lula sobre Bolsonaro quando se considera o público feminino, maior do que o resultado geral. A campanha do presidente tem se esforçado para atrair o apoio das mulheres, apostando no protagonismo de figuras governistas importantes, como a deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), que apareceu em uma inserção de propaganda partidária em junho, e a primeira-dama Michelle Bolsonaro, também filiada ao PL.

Apesar de melhorar entre o público feminino, a pesquisa da Quaest mostrou uma queda de dois pontos na intenção de voto em Bolsonaro entre os homens, em comparação ao levantamento de junho (de 36% para 34%).

A disputa pelo voto de quem recebe o Auxílio Brasil fica mais acirrada

Outro dado positivo para a campanha de reeleição de Bolsonaro está nos resultados referentes aos eleitores que recebem o Auxílio Brasil. Enquanto a pesquisa Genial/Quaest mostra um crescimento da avaliação positiva do governo (de 18% para 24% em um mês) e uma queda na percepção negativa (de 51% para 48%) neste segmento do eleitorado, o PoderData capturou um aumento de nove pontos percentuais nas intenções de voto para o presidente na pesquisa desta quarta-feira, em relação à realizada na segunda quinzena de junho.

A nova pesquisa do PoderData mostrou Bolsonaro com 37% das intenções de voto dos eleitores que receberam algum pagamento do Auxílio Brasil no mês anterior. Na rodada anterior, realizada entre 19 a 21 de junho, 28% deste eleitorado tinha a intenção de votar para reeleger Bolsonaro.

Neste recorte, a margem de erro é de cinco pontos percentuais, o que coloca o presidente tecnicamente empatado com Lula nesta pesquisa, ainda que com vantagem para o petista. O ex-presidente tinha 43% das intenções de voto, dois pontos percentuais a menos do que no levantamento de junho. A diferença entre os dois, portanto, passou de 17 para seis pontos percentuais.

Outra particularidade deste segmento é que o pré-candidato do Avante, André Janones, aparecia isolado na terceira colocação, com 8%. Ciro Gomes, do PDT, marcou 1% e os demais não pontuaram – brancos e nulos somaram 9% e 2% não souberam responder.

Analistas avaliam que o resultado positivo para o presidente pode ser reflexo de uma expectativa sobre a aprovação da medida que pretende aumentar de R$ 400 para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil, proposta que ainda está em tramitação na Câmara dos Deputados.

A redução do ICMS sobre os combustíveis, embora ainda não estivesse em vigor nos dias da pesquisa, também pode gerar um efeito positivo para o presidente nas próximas rodadas. No momento, a pesquisa da Quaest mostrou que Bolsonaro conseguiu reduzir a percepção entre o eleitorado de que ele seria o culpado pela alta dos preços dos combustíveis. Em junho, 28% acreditavam ser ele o principal responsável. Em julho, esse percentual caiu para 25%, ao passo que aumentou a percepção de que a Petrobras é a culpada pelo combustível mais caro (de 16% para 20%) – o que está sendo analisado como resultado do esforço do governo federal em trocar o presidente da Petrobras, criticar os altos lucros da estatal e ameaçar abrir uma CPI para investigar a empresa.

Metodologias das pesquisas citadas

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada pelo instituto Quaest e contratada pelo Banco Genial. Foram ouvidos 2.000 eleitores entre os dias 29 de junho e 2 de julho de 2022 em todas as regiões do país. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, para os resultados gerais. E o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral, sob o protocolo BR-01763/2022. O relatório completo está disponível para download aqui.

O levantamento do PoderData, que contratou a própria pesquisa, ouviu 3 mil eleitores em 317 municípios das 27 unidades da federação entre os dias 3 e 5 de julho de 2022. As entrevistas foram feitas por telefone, para fixos e celulares. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. Foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-06550/2022.

O Paraná Pesquisas entrevistou pessoalmente 2.020 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 30 de junho e 5 de julho de 2022 em 162 municípios brasileiros, em 26 estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais e o nível de confiança atinge 95%. O levantamento foi contratado pela corretora BGC Liquidez e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09408/2022. O relatório completo está disponível para download aqui.

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