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Pré-candidatos que tentam se viabilizar como uma alternativa às candidaturas de Lula e Bolsonaro: Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Sergio Moro (Podemos), Rodrigo Pacheco (PSD) e João Doria (PSDB)| Foto: Marcos Lopes/ALMT; Divulgação/MDB; Saulo Rolim/Podemos; Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil; Governo do Estado de S. Paulo

Faltando pouco mais de seis meses para a data limite de registro de candidaturas (15 de agosto), postulantes ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano têm limites de prazos estipulados pelos partidos para que suas pré-candidaturas ganhem viabilidade. Caso contrário, a expectativa é de que deixem a corrida presidencial para que suas legendas possam construir alianças com outros candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais.

Até o momento, pelos menos 12 nomes trabalham na construção de suas candidaturas. Mas a expectativa é de que esse número seja reduzido pela metade nos próximos meses. Candidato natural à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é nome certo na disputa e seus aliados já trabalham na construção de palanques para a disputa eleitoral.

Outro nome que deve ser confirmado é o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que negocia a formação de uma frente ampla de centro-esquerda para voltar ao Planalto. Para isso, ele conta com a presença do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) como vice em sua chapa. No entanto, a possibilidade de uma composição com o ex-governador é alvo da pressão contrária de parte de integrantes do PT e de aliados do ex-tucano em São Paulo.

Alckmin deixou o PSDB em dezembro do ano passado e, até o momento, não definiu qual será o seu futuro partido. Além da possibilidade de ser vice do petista, Alckmin também é cotado para disputar o governo do estado de São Paulo. No entanto, petistas entusiastas da composição com Lula afirmam que o ex-tucano precisa definir o seu futuro partido o mais breve possível, pois será necessário pacificar a composição com campos resistentes da esquerda, entre eles o Psol.

Além do PT, indefinição de Alckmin divide o PSD de Kassab

A negociação com o PT deixou o PSD a ver navios. O partido tinha convidado Alckmin para se filiar com o intuito de lançá-lo na disputa pelo governo de São Paulo. O presidente do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab, vem sendo pressionado pelos integrantes do partido por conta da indefinição de Alckmin.

De acordo com integrantes do PSD, diversos prefeitos do estado haviam sinalizado apoio à candidatura do ex-governador, mas agora começam a sinalizar apoio a outros nomes já colocado na disputa, entre eles Rodrigo Garcia (PSDB) e o ex-ministro Tarcísio Freitas (sem partido), candidato de Bolsonaro no estado. Com isso, o partido de Kassab teme ficar isolado na disputa paulista, caso os mais de 60 prefeitos do partido no estado confirmem as debandadas.

Ala tucana ligada a Aécio pressiona por desistência de João Doria

Apesar de ter vencido as prévias do PSDB, o governador de São Paulo, João Doria, ainda precisa reverter as resistências internas no seu partido para que seu nome seja confirmado na disputa presidencial. O deputado Aécio Neves (MG), por exemplo, pressiona para que o partido não tenha candidatura própria ao Palácio do Planalto no intuito de reforçar a bancada no Congresso.

Desafeto de Doria, Aécio tem reunido integrantes do PSDB para que a candidatura presidencial seja questionada durante o período das convenções partidárias, que pelo calendário eleitoral será entre 20 de julho e 5 de agosto. Com base em dados de pesquisas eleitorais, essa ala pretende questionar a candidatura junto à Executiva do partido.

"Nós vamos aguardar. Com a vitória nas prévias, ele [Doria] tem legitimidade para construir sua candidatura. Se a viabilidade vier não vamos fazer qualquer inflexão contra ele, mas não dá para o governador de São Paulo ter 2% das intenções de voto e levar o partido para uma derrocada nas urnas", admitiu um deputado da bancada tucana.

Para tentar acabar com as divisões internas, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, assumiu recentemente a coordenação política de Doria. A expectativa dos aliados do governador paulista é de que Araújo consiga acabar com as arestas no ninho tucano.

Candidatura de Tebet sofre pressão de caciques do MDB

Lançada pelo MDB como forma de colocar o partido em evidência, a senadora Simone Tebet (MS) trabalha para manter sua pré-candidatura até o registro oficial das candidaturas. No entanto, a senadora enfrenta resistências de caciques emedebistas que apostam em uma recomposição com o PT de Lula, principalmente em estados do Nordeste.

Caso a candidatura de Tebet não se viabilize até o final de junho, nomes do MDB apostam na possibilidade de liberar os diretórios estaduais para construir alianças de acordo com os interesses locais. Paralelamente, Tebet tem mantido conversas com Doria para ocupar o posto de vice na chapa do tucano.

Além da senadora, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) também pode abrir mão de sua pré-candidatura para que seu partido apoie o nome de João Doria na disputa. O partido de Vieira discute uma federação com o PSDB, o que pode ser acertado ainda no primeiro trimestre deste ano.

"Estamos discutindo essa ideia porque o PSDB é o partido com a visão de país que mais se aproxima do Cidadania. A federação será uma forma de impedir que a cláusula de barreira por desempenho acabe com o Cidadania na eleição de 2022", admitiu o presidente do partido Roberto Freire.

Federação de esquerda pressiona Ciro Gomes a desistir de candidatura pelo PDT

Parte da bancada do PDT acompanha o desenrolar das discussões do PT com outros partidos de esquerda como PSB, PCdoB, PV e Psol sobre a criação de uma federação para 2022. Caso as negociações avancem nos próximos meses, pedetistas podem ampliar a pressão para que Ciro Gomes retire sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.

Integrantes do partido temem maiores dificuldades para renovar seus mandatos diante da federação, pois o PDT ficaria isolado dos demais partido de esquerda. Para esse grupo, a candidatura de Ciro enfrenta a forte concorrência de Sergio Moro (Podemos) na chamada terceira via.

Por enquanto a cúpula da legenda tem se mostrado favorável à manutenção da pré-candidatura do ex-ministro cearense. Publicamente o pedetista tem descartado qualquer possibilidade de abandonar a disputa.

"Não [há chance de desistir], a minha candidatura não me pertence. Eu antes queria muito ser presidente do Brasil, mas vendo que o nosso país está passando, eu agora preciso salvar o Brasil. Preciso juntar todo mundo que tenha boa vontade para salvar esse país desse desastre que está aí", disse Ciro recentemente, em evento em Ribeirão Preto (SP).

Outros pré-candidatos ao Planalto

No Podemos, Sergio Moro descarta a possibilidade de abandonar a disputa presidencial. A cúpula do partido aposta na composição com o União Brasil para ampliar a viabilidade e a construção de palanques regionais para o ex-juiz da Lava Jato.

De volta ao Brasil, depois de passar o final de ano nos Estados Unidos, Moro afirmou que vai rodar o país nas próximas semanas. "Conto com vocês nessa jornada que está só começando. Temos um país para salvar de uma triste polarização entre pelegos e milicianos. Vamos construir a nação moderna e inclusiva que queremos", escreveu Moro nas suas redes sociais no último dia 5.

Aposta do PSD para a disputa presidencial, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), também começa a reunir nas próximas semana aliados para a construção de um plano de governo. O senador pretende avançar com alguns projetos no Senado como forma de dar visibilidade ao seu nome como presidenciável.

Já o Novo tem como pré-candidato o empresário Felipe D'Avila, que pode abrir mão de sua candidatura para apoiar Sergio Moro. Contudo, isso só deve ocorrer no período das convenções partidárias. A lista de pré-candidatos conta ainda com o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, que ainda procura um partido para se filiar, com o deputado André Janones do Avante e com Leonardo Perícles, do partido de esquerda Unidade Popular (UP).

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