A decisão de Guilherme Boulos (Psol), Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB) de não participarem do debate eleitoral promovido pela Veja nesta segunda-feira (19) foi criticada pelos demais candidatos que compareceramm ao evento. Os candidatos ausentes foram chamados de "fujões" e "covardes". Nos bastidores, a informação é de que a estratégia por faltar ao encontro foi definida devido ao incômodo com o comportamento de Pablo Marçal (PRTB) nos debates anteriores.
Nunes e Boulos têm denunciado a propagação de notícias falsas por parte do candidato do PRTB contra eles. Marçal, inclusive, foi condenado, no sábado (17), pela Justiça Eleitoral por insinuar que Boulos é usuário de drogas e terá que publicar, em suas redes sociais, três direitos de resposta do candidato do Psol.
Oficialmente, o motivo declarado pelos candidatos para justificar ausência no mais recente debate em São Paulo foi a "incompatibilidade de agendas". Com isso, o evento desta segunda-feirateve a participação de Marçal, Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).
Ao ser questionado por Tabata sobre propostas para combater a insegurança alimentar em São Paulo, Marçal disse que a pergunta seria respondida apenas na sua conta do Instagram e não no debate. E utilizou seu tempo para desferir críticas aos candidatos que não participaram do evento: “Vou tirar chapéu para todas as mulheres que vieram no debate, Tabata e Marina, e falar que estamos com problema de masculinidade e virilidade na nação. Por isso, homens, principalmente o que lidera a prefeitura (de São Paulo), não tiveram coragem de vir”.
Já Marina Helena aproveitou sua primeira fala no embate de ideias para chamar Boulos, Nunes e Datena de “fujões”. Ela escreveu a palavra na palma da mão e mostrou para as câmeras. “Quem tem medo de crítica não deve ir para a política. A política, gente, é o lugar de quem aceita crítica e resolver problema e não é de quem corre de problema”.
Tabata, por sua vez, chamou os candidatos que não participaram do debate de “covardes” . “Quero pontuar a covardia de quem não veio aqui hoje. Querem que essa eleição seja decidida por partidos políticos, sala fechada, e não por você, eleitor, que tem o direito de conhecer as propostas”.
Em seguida, alfinetou também Marçal: “Essa mesma covardia de Nunes e Boulos, vemos com Marçal que se recusa a me responder as perguntas e coloca tudo nas redes sociais, porque deve ter alguém ali pesquisando e formulando a resposta pra ele”, observou a candidata do PSB.
Debates anteriores à prefeitura de São Paulo tiveram discussões e Marçal condenado
Este foi o terceiro debate realizado com os candidatos à prefeitura de São Paulo nas eleições 2024. Antes, teve o da TV Band e o encontro marcado em uma parceria entre Estadão,Terra e Faap. O incômodo de alguns postulantes à postura do Marçal se dá em relação à forma como ele reagiu à pergunta de Tabata sobre uma condenação dele por furto qualificado e envolvimento em uma organização criminosa, no debate televisivo.
Há críticas, ainda, em relação ao “exorcismo” de Marçal a Boulos com a carteira de trabalho no debate do Estadão. “Eu sou o padre Kelmon, eu vou exorcizar o demônio, com a carteira de trabalho, você nunca vai ser prefeito de São Paulo enquanto tiver homem nessa cidade”, disse Marçal. Boulos reagiu, acusou o empresário de divulgar fake news e deu tapas na carteira de trabalho exibida pelo candidato do PRTB.
Marçal foi condenado, no último sábado (17), pela Justiça Eleitoral por insinuar nos dois debates anteriores que Boulos é usuário de cocaína. Com isso, ele terá de excluir das redes os trechos do debate com essas afirmações e, ainda, publicar em seus perfis o direito de resposta de Boulos.
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