A eleição para a prefeitura de São Paulo deste ano atingiu o recorde de 11 debates entre os candidatos. O nono encontro está marcado para o próximo sábado (28), às 21h, pela TV Record. Depois disso, ainda estão previstos mais dois debates antes do primeiro turno com votação no dia 6 de outubro.
O recorde anterior foi registrado nas eleições de 2016, vencida por João Doria (sem partido), com seis debates na capital paulista. Além do número de encontros entre os candidatos para discussão de propostas, a disputa de 2024 é marcada pela escalada da violência nos debates, com troca de acusações e ofensas até culminar nos episódios de agressões físicas.
Para o debate da TV Record, estão confirmados: Guilherme Boulos (Psol), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
Próximos debates em São Paulo
- TV Record: 28 de setembro, às 21h
- Folha/UOL: 30 de setembro, às 10h
- TV Globo: 3 de outubro, às 22h
TV Record mantém Pablo Marçal após pressão de candidatos adversários
Após Nahuel Medina, assessor de Marçal, agredir com um soco o marqueteiro de Ricardo Nunes, Duda Lima, cogitou-se a possibilidade de barrar o candidato do PRTB nos próximos debates, o que não deve ocorrer. Apesar da pressão dos candidatos adversários, a TV Record confirmou a participação do empresário no evento, que de acordo com a emissora seguirá "com as mesmas regras e candidatos já previstos no documento assinado pelas assessorias”.
A Justiça negou nesta quarta-feira (25) o pedido de medida protetiva a Lima, contra Medina. A juíza Tânia Magalhães Avelar considerou que a agressão foi "isolada e pontual". Em coletiva, Marçal condenou a agressão, reconhecendo que, apesar de ser legítima defesa, o soco foi “desproporcional”.
A campanha de Tabata Amaral emitiu uma nota pedindo uma reflexão aos veículos de comunicação sobre a presença de Marçal nos debates. "É necessário avaliar os motivos que levam a convidar um candidato que não debate propostas para a cidade, participa com a intenção de tumultuar e cujos requisitos legais não tornam sua participação obrigatória."
Nunes já afirmou durante sabatinas que não se sente à vontade com a presença de "pessoas desse nível" nos debates, ao comentar a postura de Marçal nos encontros. Datena, que agrediu o empresário com uma cadeirada, também criticou a falta de rigor da Justiça Eleitoral em relação à participação do adversário, classificando Marçal como uma “ameaça à democracia” que “deturpa completamente o debate”.
Em sabatina na rádio CBN, Boulos declarou que “não entrou nos debates para rolar na lama” e tem feito comentários na tentativa de culpar Marçal e Nunes pelas agressões nos debates, afirmando que a dupla é "bolsonarista" . Marina Helena foi a única candidata que não se pronunciou publicamente contra a participação de Marçal.
Debates são marcados por agressões, xingamentos e poucas propostas
Até o momento, oito debates para a prefeitura de São Paulo foram realizados, com dois encontros marcados por atos de violência física. A primeira agressão ocorreu no debate da TV Cultura, quando Datena agrediu Marçal com uma cadeira. Ambos saíram do debate, Datena foi expulso e Marçal precisou de atendimento médico.
A segunda agressão aconteceu no debate promovido pelo Grupo Flow na última segunda-feira (23). O confronto foi entre assessores. Durante as considerações finais de Marçal, o mediador Carlos Tramontina o expulsou por ataques ao atual prefeito. Em seguida, houve um tumulto no estúdio e o assessor de Marçal, Nahuel Noah, agrediu com um soco o marqueteiro Duda Lima. Ambos registraram Boletim de Ocorrência por lesão corporal e Lima precisou de seis pontos no rosto.
Além das agressões físicas, os debates têm sido marcados por xingamentos e provocações, deixando as propostas em segundo plano. O tema mais discutido pelos candidatos é a segurança pública, com foco no reforço da Guarda Civil Metropolitana (GCM), na redução da população de rua e em possíveis soluções para a cracolândia.
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