O atual governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL), admitiu que ocorreram irregularidades na Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (Ceperj), defendeu seu candidato a vice-governador, que pode ficar inelegível após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e justificou o apoio que tem recebido de figuras políticas envolvidas em escândalos de corrupção no estado. Castro foi entrevistado nesta quarta-feira (31) durante uma sabatina promovida pelos veículos Valor Econômico, O Globo, Extra e CBN. Nos dias anteriores foram sabatinados os candidatos Rodrigo Neves (PDT) e Marcelo Freixo (PSB).
Ao ser questionado sobre as irregularidades em pagamentos feitos pela Ceperj, o candidato à reeleição admitiu que houve erros na entidade, mas que todos os envolvidos serão investigados e punidos. “Há erros no Ceperj? Há. A grande diferença é a maneira com que se encarou esses erros. Em momento nenhum eu neguei, como a gente viu na história tantos outros que negavam o erro. Eu fui ao Ministério Público, criei uma comissão. Todos que erraram serão punidos. A resposta para o conselho é que são nossos programas sociais e nós vamos continuar os programas sociais porque eles são importantíssimos para o estado”, afirmou Castro.
Ao fala sobre o seu candidato a vice-governador, Washington Reis (MDB), que teve uma condenação confirmada pelo STF na terça-feira (30), Castro afirmou que a situação jurídica sobre o caso está sendo analisada e saiu em defesa de Reis. “Queria fazer uma defesa do Washington Reis aqui. Ele tem 10 mandatos, sendo três no Executivo. Passou por toda questão de Lava Jato, de tudo, e não tem nenhuma condenação criminal por corrupção ou por um ato que tenha lesado o povo. Eu confio muito no Washington, tem uma experiência política enorme. Se eu puder tê-lo, ele ficará (como vice) e se tiver condições será meu vice com certeza”, declarou.
Cobrado sobre o apoio que tem recebido de outros políticos envolvidos em escândalos recentes no Rio de Janeiro, como da família Garotinho, dos filhos de Jorge Sayed Picciani, de Eduardo Cunha e do filho de Sérgio Cabral, Cláudio Castro minimizou o fato e lembrou que seus adversários, Marcelo Freixo e Rodrigo Neves, também têm recebido ajuda de figuras ligadas aos ex-governadores do estado.
“Se a gente for olhar para todas as candidaturas, todos tem apoio de personagens que estavam nos outros (governos). O Rodrigo Neves tem apoio do Eduardo Paes. O Marcelo Freixo, os coordenadores da campanha dele eram todos os que levaram o Cabral ao poder, o Pezão. Isso faz parte do período eleitoral. Eu tenho um governo hoje que está mostrando resultado que indifere de quem te apoia ou não. Se essas pessoas estão me apoiando é porque elas acreditam que o resultado que estou dando está fazendo o Rio de Janeiro melhorar. Apoio nessa época de eleição, estão todos ai buscando apoio de todas as pessoas”, afirmou o candidato.
Castro negou também que esteja escondendo o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante sua campanha. “O que eu tenho com o presidente Bolsonaro é apoio mútuo. Eu apoio ele e ele me apoia. Falei isso desde a minha primeira entrevista, fui o primeiro a dizer que o apoiaria. Disse lá atrás que ele era o meu presidente e que seria o meu candidato e continua sendo. A estrategia é na primeira semana, como eu não sou uma pessoa tão conhecida, é que as pessoas me conheçam”, justificou.