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Domingo é o último dia de shows do Lollapalooza. A organização pode ser multada em R$ 50 mil se os artistas fizerem manifestações políticas| Foto: EFE/Sebastião Moreira

A decisão liminar do Tribunal Superior Eleitoral de proibir a manifestações políticas de artistas no festival Lollapalooza foi desafiada logo no primeiro show da tarde deste domingo (27). A banda Fresno, durante sua apresentação, exibiu no telão do palco a frase "Fora, Bolsonaro", que foi repetida pelo vocalista Lucas Silveira. Fora dos palcos, outros artistas também criticaram a decisão da justiça eleitoral.

A liminar atendeu a um pedido do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que acionou o TSE após críticas feitas ao presidente durante os shows na noite de sexta-feira, bem como o fato da cantora Pabllo Vittar ter levantado uma toalha com a imagem do petista Luiz Inácio Lula da Silva durante sua apresentação. A decisão é monocrática e foi tomada pelo ministro Raul Araújo, do TSE, determinou multa de R$ 50 mil para a organização do festival em caso de novas manifestações de artistas durante os shows.

Outros artistas que participaram do Lollapalooza comentaram a liminar fora dos palcos. A cantora Anitta, que se apresentou no sábado, usou suas redes sociais para zombar da multa: "R$ 50 mil? Poxa... menos uma bolsa. Fora, Bolsonaro. Essa lei vale fora do país? Pq meus festivais são só internacionais", tuitou. Depois, ela voltou ao tema: "Não existe isso de proibir um artista de se expressar publicamente a infelicidade dele diante do governo", disse. "Cada um vota em quem quer. Porém, proibir a gente de expressar a nossa insatisfação com o governo é censura [...]. E eu vou lutar com todas as minhas armas".

O cantor Lulu Santos também criticou a decisão após participar do show da Fresno: "Como diz a Carmen Lucia, 'cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu'.