O presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
A reunião de líderes da Câmara dos Deputados começou nesta segunda (1º) com bate-boca e troca de ofensas entre o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o candidato ao posto Arthur Lira (PP-AL).| Foto: Lula Marques

A reunião de líderes da Câmara dos Deputados começou nesta segunda (1º) com bate-boca e troca de ofensas entre o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o candidato ao posto Arthur Lira (PP-AL). O embate começou após o PT alegar problemas técnicos para registrar apoio a Baleia Rossi e, por isso, teria perdido o prazo, que se encerrava às 12h. Diante das dificuldades, Maia convocou reunião de líderes para permitir o registro do bloco.

A decisão final sobre reconhecer o registro do bloco cabia apenas a Maia, como presidente da Casa. Lira então disse ter consultado o diretor técnico da Casa, que teria informado não haver problema nenhum no sistema e que todos os outros partidos conseguiram fazer o registro no prazo - Rede, PV, PCdoB, Cidadania, PDT, MDB, PSDB, Solidariedade e PSB. "É só uma questão de coerência temporal. Todos cumpriram o prazo menos o PT", disse Lira, segundo parlamentares presentes à reunião. Diante dos protestos de Lira, Maia respondeu: "Eu sou presidente da Câmara hoje. Eu decido. Amanhã você pode decidir".

Lira continuou os protestos. "Se você quiser fazer a eleição em outro dia é só dizer, porque assim não vai ter eleição", afirmou. Maia disse então que Lira havia prometido "o que não tinha para entregar", em referência aos cargos da Mesa, que não ficariam mais apenas com o bloco de Lira. Lira respondeu: "Não sou você, não". Foi quando os líderes pró-Lira decidiram deixar a reunião, em protesto. O líder do PSL, Felipe Francischini (PR), levantou a possibilidade de a eleição na Câmara terminar na Justiça. Mas passados alguns minutos, Lira e os líderes que o apoiam decidiram voltar para a reunião. "Não vamos complicar uma eleição já ganha", disse Lira. Ao fim da discussão, o bloco de Baleia Rossi conseguiu fazer o registro com dez partidos, incluindo PT, que alegou problemas técnicos, além do PSDB e do Solidariedade, que cogitaram ficar neutros na disputa.