PT afirmou que Bolsonaro estaria utilizando as motociatas para fazer propaganda eleitoral antecipada, argumento que acabou rejeitado pelo TSE.
PT afirmou que Bolsonaro estaria utilizando as motociatas para fazer propaganda eleitoral antecipada, argumento que acabou rejeitado pelo TSE.| Foto: Alan Santos/PR.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou duas ações apresentadas pelo PT contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em razão de motociatas realizadas nas cidades de Cuiabá (MT) e Rio Verde (GO) em abril deste ano. O partido alegava que Bolsonaro estaria utilizando os eventos para fazer propaganda eleitoral antecipada, argumento que acabou rejeitado pela Justiça Eleitoral.

Na ação referente a motociata realizada em Cuiabá, no dia 19 de abril, a relatora do processo, ministra Maria Claudia Bucchianer, afirmou que não houve nenhum tipo de pedido de voto explícito do presidente. “Ante o exposto e tendo em vista a ausência de pedido explícito de voto e de utilização de meios considerados proscritos pela legislação eleitoral, afasto a imputação de propaganda eleitoral antecipada e julgo improcedente a presente representação”, diz a ministra. “Conforme o entendimento deste Tribunal Superior, “a aferição de propaganda eleitoral antecipada deve ser realizada a partir de dados e elementos objetivamente considerados, e não conforme intenção oculta de quem a promoveu”, diz a decisão.

Já na ação que questionava a motociata realizada em Rio Verde, no dia 20 de abril, o relator do processo, ministro Raul Araújo, também afirma que não houve pedido explícito de voto do presidente Jair Bolsonaro. “Na hipótese dos autos, o discurso proferido pelo representado Jair Messias Bolsonaro não contém pedido explícito de voto, consubstancia-se na exaltação de suas qualidades pessoais, revela opiniões críticas aos seus adversários, bem como exterioriza pensamento pessoal sobre questões de natureza política”, diz a decisão.

“Quanto à alegação de propaganda eleitoral negativa nas falas do representado Jair Messias Bolsonaro, é forçoso reconhecer que as críticas direcionadas aos adversários políticos, mesmo que veementes, fazem parte do jogo democrático. Nesse contexto, “não se deve optar por esgotar o debate democrático com a interferência da Justiça Eleitoral”, destaca o ministro, afirmando ainda que a motociata – como a passeata ou carreata – não é forma vedada durante o período oficial de propaganda, razão pela qual também não é proibida em período de pré-campanha.