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Apenas um dos sete candidatos apoiados por Bolsonaro nas capitais se elegeu
| Foto: Marcos Correa/PR

O segundo turno das eleições municipais confirma o desempenho pífio não só do PT – que pela primeira vez não elegeu nenhum prefeito nas capitais –, mas também dos candidatos apoiados por Jair Bolsonaro. A derrota mais contundente foi no Rio de Janeiro, onde Marcelo Crivella (Republicanos) perdeu para Eduardo Paes (DEM).

Dos sete candidatos a prefeito apoiados por Bolsonaro nas capitais, apenas um se elegeu: foi Tião Bocalom (PP) que derrotou, com folga, Socorro Neri (PSB), em Rio Branco. Os bolsonaristas decepcionaram em Fortaleza e Belém neste domingo (29).

No primeiro turno, outros candidatos apoiados pelo presidente amargaram mau desempenhos: Celso Russomanno (Republicanos), em São Paulo, e Bruno Engler, em Belo Horizonte.

Ao longo da campanha, Bolsonaro sinalizou apoio a diversos candidatos durante suas lives semanais que, conforme ele mesmo afirmou, se tornaram uma espécie de horário eleitoral gratuito para seus apadrinhados. O envolvimento do presidente não foi suficiente. Partidos de centro foram os grandes vencedores destas eleições.

No Rio, Crivella teve quase 36% dos votos válidos e perdeu para Eduardo Paes (DEM), que obteve 64% das preferências. Após a derrota, o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus agradeceu Bolsonaro. "O presidente é um homem de convicções. Ele nos apoiou, esteve ao nosso lado, deu declarações. Ele contrariou a maré por suas convicções", disse Crivella, acrescentando que vai batalhar pela reeleição do presidente.

O engajamento de Bolsonaro, porém, não foi dos mais comprometidos: em outubro, quando declarou voto no candidato, ele afirmou que sabia que o Crivella era "polêmico". Na última sexta-feira (27), com as pesquisas apontando uma vitória folgada de Paes, o presidente recuou e tentou se descolar do candidato. "Votem em quem quiserem", afirmou sobre as eleições cariocas.

Em Belém, o delegado Everaldo Eguchi (Patriota), alinhado a Bolsonaro, também não se elegeu. Ele foi derrotado por Edmilson Rodrigues, do Psol, por uma margem apertada: 48% contra 52%. Eguchi não se apresentou oficialmente como candidato bolsonarista, mas, ao longo da campanha, disse várias vezes que compartilhava das mesmas ideias do presidente.

Em Rio Branco, onde Tião Bocalom (PP) obteve 63% dos votos válidos, a situação foi diferente. No primeiro turno, Bolsonaro ignorou a candidatura e não pediu votos para o candidato. Porém, no segundo turno, o presidente, vislumbrando uma possível vitória, gravou vídeo em apoio: “Olá prezado Bocalom, nesse segundo turno ‘tamo junto’. Boa sorte”, disse o presidente.

Bocalom se filiou ao PP neste ano, exatamente para a disputa municipal. Na onda do bolsonarismo, em 2018 ele estava no PSL, partido de Bolsonaro na ocasião, e tentou uma vaga de deputado federal, mas não se elegeu.

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), candidato à prefeitura de Fortaleza, foi um dos poucos candidatos que receberam explicitamente o apoio de Jair Bolsonaro. Neste domingo (29), numa disputa acirrada, ele obteve 48% dos votos válidos e perdeu para Sarto (PDT), que teve 52% das preferências.

Além das lives semanais, o presidente também usou uma publicação no Facebook na véspera do primeiro turno para pedir votos ao Capitão Wagner. No dia da eleição, 15 de novembro, Bolsonaro decidiu apagar a postagem. Naquele dia, o candidato foi o mais votado, com 31% dos votos válidos, e foi para o 2º turno contra o candidato apoiado por Ciro Gomes (PDT).

Na reta final da campanha, porém, Capitão Wagner tentou se desvincular da imagem de Bolsonaro. “Não tenho políticos tradicionais ao meu lado, não tenho padrinhos políticos, e me orgulho disso, viu?”, escreveu o candidato numa rede social.

Para completar o cenário, outros candidatos que gozavam da simpatia do presidente não superaram o primeiro turno – Coronel Menezes (Patriota), em Manaus, e a candidata do Podemos, Patrícia, à prefeitura de Recife.

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