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Apesar do boom de candidaturas em 2020, militares, policiais e religiosos encolheram nas eleições 2020. Profissionais da saúde cresceram.| Foto: Agência Brasil

As eleições de 2020 contaram com uma legião de candidatos da área da saúde, religiosos e militares. Mas, à exceção dos profissionais da saúde, o resultado não se traduziu numa vitória para os candidatos militares e religiosos. É o que mostram os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados após o segundo turno realizado neste domingo (29).

Os profissionais da saúde, que já haviam registrado um bom desempenho no primeiro turno – os eleitos em 2020 somam 2% a mais que em 2016 –, conquistaram ainda 11 dos 57 municípios onde houve segundo turno.

Nove prefeitos eleitos neste domingo são médicos: Edvaldo Nogueira (PDT), em Aracaju (SE); Sarto Nogueira (PDT), em Fortaleza (CE); Dr. Pessoa (MDB), em Teresina (PI); Dario Saadi (Republicanos), em Campinas (SP); Colbert Martins (MDB), Feira de Santana (BA); Sérgio Vidigal (PDT), em Serra (ES), Nélio Aguiar (DEM), em Santarém (PA); Dr João (DEM), em São João de Meriti (RJ); e Rubens Bomtempo (PSB), em Petrópolis (RJ). A eleição em Petrópolis, contudo, está sub judice.

Há ainda um médico veterinário – Alexandre Ferreira (MDB), eleito em França (SP) – e um farmacêutico – Roberto Naves e Siqueira (PP), que conquistou a prefeitura de Anápolis (GO).

Os integrantes das Forças Armadas e policiais eleitos no segundo turno são quatro: Delegado Pazolini (Republicanos), em Vitória (ES), que terá como vice a Capitã Estéfane Ferreira, também do Republicanos; Euclério Sampaio (DEM), em Cariacica (ES), que já foi policial civil e hoje é advogado; o tenente do Exército Arnaldinho Borgo (Podemos), em Vila Velha (ES); e o policial militar e ex-fuzileiro naval Capitão Nelson (Avante), em São Gonçalo (RJ).

O único representante religioso eleito no segundo turno é Rodrigo Manga (Republicanos), que vai comandar a prefeitura de Sorocaba (SP). Graduado em Marketing, ele é também missionário da Igreja Mundial do Poder de Deus.

Pandemia e onda conservadora explicam boom de candidatos

Especialistas apontam que o aumento de candidaturas de religiosos, militares e policiais nas eleições de 2020 foi um reflexo da onda conservadora que começou em 2018. Já a pandemia empurrou para a disputa eleitoral os profissionais da área da saúde, insatisfeitos com a gestão da emergência sanitária.

Se de um lado médicos e outros profissionais da saúde tiveram um bom desempenho nas urnas, o mesmo não pode ser dito para religiosos e militares. Essas categorias encolheram nas urnas de 2016 para cá, o que pode ser uma consequência do resultado abaixo das expectativa do bolsonarismo e dos partidos mais à direita.

Médicos e enfermeiros cresceram nas eleições 2020

As eleições de 2020 premiaram o engajamento dos trabalhadores de 12 categorias do setor da saúde, como médicos, enfermeiros, biólogos e farmacêuticos, que elegeram 2% mais candidatos do que há quatro anos. No primeiro turno, foram eleitos 2.938 profissionais dessa área – entre prefeitos, vice e vereadores. Em 2016, haviam sido 2.888, segundo levantamento da Gazeta do Povo, com base nos dados do TSE.

Dos 692 enfermeiros eleitos, 37 se elegeram prefeitos, 53 vice e 602 vereadores. Já dos 692 médicos, 247 conquistaram o cargo de prefeito, 193 o de vice e 252 o de vereador. O partido que mais elegeu médicos é o PP, com 50 representantes, seguido por MDB (45) e DEM (42). Já a legenda que teve mais enfermeiros e técnicos de enfermagem eleitos foi o MDB (21), à frente de PDT (13) e PSDB (12).

Militares, policiais e religiosos perdem espaço nas eleições

Os representantes eleitos das Forças Armadas, militares reformados, bombeiros militares, policiais civis e militares encolheram das eleições de 2016 para cá.

Ao todo havia 6.723 candidatos entre generais, marechais, coronéis, sargentos, tenentes, cabos, policiais e delegados – 11,4% a mais que há quatro anos. Mas, apesar do crescimento nas candidaturas, o número de eleitos caiu: 659 se elegeram no primeiro turno, uma redução de quase 11% em relação a 2016, quando os eleitos foram 738.

Olhando especificamente para policiais militares e civis, os que conquistaram um cargo foram 63. O MDB foi o partido que mais elegeu representantes das polícias (11), seguido pelo PSL (6), o ex-partido de Jair Bolsonaro, e o Podemos, com cinco. Entre os que se declaram membros das Forças Armadas, um foi eleito prefeito no primeiro turno: o Major Renato (Republicanos), em Araguari (MG). E nove conquistaram vagas de vereador.

Sacerdotes, padres, bispos e missionários também se candidataram em massa: 4.998 candidatos apareciam com nome na urna que remetia a algum cargo religioso. Dos 919 que declararam à Justiça exercer o sacerdócio como ocupação, os que se elegeram foram 59 – ante 63 em 2016 (uma redução de mais de 6%).

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