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Resultado das eleições 2020 por regiões do Brasil
Nas capitais das cinco regiões do país, uma tendência ficou clara: a política tradicional saiu vitoriosa das urnas.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

As cinco regiões do Brasil apresentaram tendências heterogêneas na votação do primeiro turno, neste domingo (15). Em algumas, como no Centro-Oeste, a "velha política" dominou quase sozinha. Em outras, como no Sudeste, políticos de carreira mais consolidada também se destacaram, mas dividiram espaço com figuras em ascensão.

Quanto ao viés ideológico, nenhum contorno regional ficou evidente: nem esquerda nem direita apresentaram um domínio expressivo em nenhuma das regiões do país. A maior novidade nesse sentido foi a ascensão do Psol em algumas cidades específicas, como São Paulo, Porto Alegre e Belém.

No Sul, o DEM consolidou seu domínio em duas das três capitais da região – Curitiba e Florianópolis –, reelegendo os atuais prefeitos.

Confira o que aconteceu em cada região.

Sudeste: SP e Rio têm liderança da política tradicional

Nas duas principais cidades da região Sudeste, a ideia de renovação política presente nas eleições de 2018 não teve ressonância em 2020: ambas tiveram representantes da política tradicional na primeira colocação. Bruno Covas (PSDB), em São Paulo, com 32,9% dos votos, e Eduardo Paes (DEM), no Rio de Janeiro, com 37%, lideraram a votação. Eles vão disputar o segundo turno com Guilherme Boulos (Psol) (20,2% dos votos), e Marcelo Crivella (Republicanos) (21,9%), respectivamente.

A ascensão de Boulos nas últimas pesquisas de intenção de voto foi confirmada nas urnas. O candidato conquistou uma margem de diferença expressiva em relação ao terceiro colocado, Márcio França (PSB), que ficou com 13,6% dos votos. Celso Russomanno (Republicanos), que liderou as pesquisas em São Paulo por algumas semanas, ficou com 10,5% e acabou caindo para a quarta colocação.

No Rio, os dois últimos prefeitos da cidade vão disputar o segundo turno. Eduardo Paes (DEM), que comandou a capital de 2009 a 2017, ficou em primeiro lugar, e Marcelo Crivella (Republicanos), atual prefeito e candidato apoiado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, ficou na segunda colocação. A candidata Benedita da Silva (PT) não confirmou nas urnas a sua ascensão nas pesquisas, e acabou ficando em quarto lugar, 904 votos atrás da Delegada Martha Rocha (PDT).

Em Belo Horizonte, o atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD), confirmou os altos índices de aprovação de seu mandato e já foi reeleito. Ele teve o segundo maior percentual de votação entre candidatos a prefeituras de capitais – 63,36%. O segundo colocado, Bruno Engler (PRTB), teve apenas 9,95% dos votos.

Em Vitória, o candidato Delegado Pazolini (Republicanos) ficou em primeiro lugar e disputará o segundo turno contra João Coser (PT), que superou o terceiro colocado, Gandini (Cidadania), por apenas 1.201 votos.

Sul: DEM é destaque na região, reelegendo prefeitos de capitais

Na região Sul, o DEM foi o grande destaque destas eleições, reelegendo prefeitos em duas das três capitais já no primeiro turno.

Em Curitiba, Rafael Greca (DEM) foi reeleito com 59,7% dos votos. A ascensão de Goura (PDT) nas pesquisas e a sua virada sobre Fernando Francischini (PSL) foi confirmada nas urnas, mas foi insuficiente para provocar um segundo turno na capital paranaense. Goura ficou com 13,3%, e Francischini, com 6,3%.

Outras grandes cidades do Paraná também tiveram as eleições decididas já no primeiro turno: Cascavel, com vitória de Leonaldo Paranhos (PSC), Londrina, com Marcelo Belinati (PP), e Maringá, com Ulisses Maia (PSD).

Em Santa Catarina, Gean Loureiro (DEM) teve uma vantagem menor sobre o segundo colocado, Professor Elson (PSOL), do que aquela apontada pelas últimas pesquisas de intenção de voto. Mas, mesmo assim, decidiu a eleição sem necessidade de segundo turno, ficando com 53,5% dos votos.

Porto Alegre teve uma disputa apertada entre Sebastião Melo (MDB), que acabou em primeiro lugar com 31%, e Manuela D’Ávila (PCdoB), segunda colocada, com 29%. Os dois concorrem à prefeitura da capital gaúcha no segundo turno.

Centro-Oeste: políticos tradicionais dominam

No Centro-Oeste, a política tradicional dominou as eleições nas principais cidades, com candidatos de sobrenome conhecido liderando ou chegando ao segundo turno.

Em Campo Grande (MS), Marquinhos Trad (PSD), irmão do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e filho do ex-deputado federal Nelson Trad, já foi reeleito, com 52,6% dos votos.

Em Cuiabá, a eleição foi liderada por Abílio Júnior (PODE) (33,7% dos votos) por uma margem apertada, com Emanuel Pinheiro (MDB), filho do ex-deputado federal Emanuel Pinheiro da Silva Primo, em segundo lugar (30,6%). Os dois disputam o segundo turno.

Maguito Vilela (MDB), que já foi deputado federal e senador por Goiás, além de governador do Estado por quatro anos e prefeito de Goiânia por oito, foi o líder deste primeiro turno, com 36%. Disputará o segundo turno com Vanderlan Cardoso (PSD) (24,7%).

Nordeste: Salvador tem vitória mais expressiva do país; em Recife, primos se enfrentam

Vice de ACM Neto, que é prefeito de Salvador desde 2013, Bruno Reis (MDB) foi eleito e teve o maior percentual de votos entre candidatos de capitais do Brasil: 64,2%.

O candidato de situação também sacramentou a vitória no primeiro turno em Natal: atual prefeito, Álvaro Dias (PSDB) foi eleito depois de dois anos no exercício do cargo, com 56,6% dos votos. Ele entrou na prefeitura como vice em 2016, mas assumiu o comando após a renúncia do titular, Carlos Eduardo Alves (PDT).

Em Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT) ficou próximo de ser reeleito já no primeiro turno, ao obter 45,6% dos votos. Mas disputará o segundo turno com a candidata Delegada Danielle (Cidadania).

Em São Luís e Maceió, dois atuais deputados federais por seus estados – Eduardo Braide (PODE) e JHC (PSB), respectivamente – lideraram as votações. No segundo turno, em São Luís, Braide concorre com Duarte (Republicanos), enquanto, em Maceió, JHC enfrenta Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB).

Outro deputado federal, João Campos (PSB), ficou em segundo lugar em Recife. Ele é filho de Eduardo Campos (1965-2014) e bisneto de Miguel Arraes (1916-2005). Concorre no segundo turno com Marilia Arraes (PT), que liderou a votação e é neta de Arraes.

Norte: região é única sem nenhuma vitória no 1.º turno nas capitais

A região Norte do País foi a única a não decidir em primeiro turno a eleição de prefeitos para suas capitais.

O PSDB liderou em Palmas, com Cinthia Ribeiro, e Porto Velho, com Hildon Chaves. Eles enfrentarão em segundo turno os candidatos Professor Júnior Geo (PROS) e Cristiane Lopes (PP), respectivamente.

Em Belém, esquerda e direita disputam o segundo turno com Edmilson Rodrigues (PSOL), líder no primeiro turno, e Delegado Federal Eguchi (Patriota).

Em Manaus, o ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes, enfrentará David Almeida (Avante).

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