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Os candidatos a prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol): conheça as propostas de cada um.
Os candidatos a prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol): conheça as propostas de cada um.| Foto: Divulgação

O prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, enfrenta Guilherme Boulos (Psol) no segundo turno das eleições municipais em São Paulo, que ocorrerá no domingo (29). No primeiro turno, Covas foi o mais votado, com quase 33% das preferências, contra pouco mais de 20% de Boulos.

Apesar das diferenças, os dois compartilham algumas pautas. Isso ficou mais claro a partir de 2018, quando Covas assumiu a prefeitura, após a saída de João Doria (PSDB) para disputar o governo do estado. O prefeito se define um “radical de centro” e deu uma guinada à esquerda em relação a seu antecessor, mais à direita no espectro político.

Um exemplo dessa convergência entre Covas e Boulos é visível nos planos de ambos para a redução das desigualdades. Os dois candidatos propõem programas de renda mínima para a população mais pobre, nos moldes do Bolsa Família.

Além disso, como revelado pela CNN Brasil, Boulos foi recebido oito vezes pela gestão tucana para falar de moradia popular e, em duas ocasiões, o prefeito esteve presente. O programa “Pode Entrar”, criado por Covas para substituir o Minha Casa Minha Vida, teve a participação ativa do candidato do Psol, que é um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MSTS).

A seguir, veja as propostas dos planos de governo dos candidatos a prefeito de São Paulo em cinco áreas: economia, educação, saúde, segurança e transporte.

Economia e trabalho

O que propõe Guilherme Boulos

O plano de governo de Boulos foca na distribuição de renda para reduzir as desigualdades. Para isso, ele sugere fazer uma reforma tributária baseada na proporcionalidade e na progressividade da cobrança de impostos, elevando, por exemplo, a alíquota de ISS para instituições financeiras e o valor da tarifa do IPTU para mansões.

Para as família mais vulneráveis, Boulos propõe criar o programa Renda Solidária. Em entrevista à CNN, em 11 de novembro, o candidato do Psol afirmou que vai usar o acúmulo de caixa da prefeitura, estimado em R$ 19 bilhões, para bancar o programa por cinco anos. Ele quer também retomar a cobrança da dívida ativa do município que, segundo seus cálculos, pode somar de R$ 10 bilhões a R$ 15 bilhões em quatro anos.

Para ajudar microempresários e pequenos comerciantes atingidos pela pandemia, Boulos promete a isenção temporária dos impostos e taxas municipais, e a abertura de canais de financiamento e crédito para pequenos comerciantes, indústrias e cooperativas da economia. Já para manter os postos de trabalho que correm o risco de serem perdidos, ele aposta na recuperação das empresas em crise por seus trabalhadores organizados em autogestão.

Além disso, Boulos quer estimular a economia por meio da contratação, pela administração municipal, de cooperativas em diversas áreas: limpeza urbana, saneamento básico, preservação do meio ambiente, zeladoria e obras de moradia e infraestrutura, entre outras frentes. Ele promete ainda regulamentar os aplicativos de entrega para que garantam condições mínimas aos trabalhadores.

O que propõe Bruno Covas

O prefeito promete radicalizar políticas públicas que promovam maior justiça social, igualdade, inclusão, mais oportunidades de geração de trabalho, emprego e renda. Para isso, ele prevê diminuir o peso do Estado por meio de privatizações e concessões, e reduzir a burocracia.

Ao mesmo tempo, Covas quer ampliar o programa Renda Mínima Municipal, a concessão de bolsas para a primeira infância e as iniciativas para capacitação e recolocação profissional, com atenção especial a pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.

A população mais vulnerável e com baixa qualificação será requalificada em parceria com o governo do estado, e serão ampliadas as vagas no ensino técnico e tecnológico.

Na área da inovação, Covas quer implantar distritos criativos voltados à economia criativa e à juventude, criar zonas de flexibilização tributária para atrair empresas e instalar hubs de startups.

Educação

O que propõe Guilherme Boulos

Boulos quer destinar 31% do orçamento municipal ao ensino, zerar a fila das creches e contratar mais servidores da área da educação para preencher as vagas existentes.

O retorno às aulas, segundo o candidato do Psol, se dará apenas quando for seguro. Até lá, computadores e internet devem ser disponibilizados a todos os estudantes, e as escolas devem ser adequadas para cumprir os protocolos de segurança sanitária.

O que propõe Bruno Covas

O prefeito quer zerar a fila das creches. Para isso, a partir de 2021, as mães que cumprirem o pré-natal no Programa Mãe Paulistana terão a vaga dos seus filhos garantida nas creches da prefeitura; as crianças que hoje aguardam vagas em creches terão assegurado o atendimento, inclusive em escolas filantrópicas e particulares.

Mais 12 novos CEUs (Centro Educacional Unificado) serão construídos em todas as regiões da cidade e a concessão da Bolsa Primeira Infância – para famílias em situação de vulnerabilidade social com crianças até 3 anos de idade que não estejam matriculadas na rede municipal – será expandida.

As salas de aula serão transformadas em ambientes digitais e 465 mil tablets com internet serão distribuídos aos alunos do ensino fundamental. O ensino integral será ampliado, por meio de aulas presenciais e online.

O novo modelo de compra de uniformes e material escolar, com repasse da verba direto para as famílias, promete tornar esse processo mais eficiente e transparente. A política de contratação e valorização dos professores, com pagamento de prêmios por desempenho, vai continuar.

Covas quer investir também na revitalização de bibliotecas e demais equipamentos de cultura, levando mais saber, lazer e entretenimento às regiões mais periféricas.

Saúde

O que propõe Guilherme Boulos

Para Boulos, São Paulo é um dos piores exemplos no combate à pandemia do novo coronavírus. Para enfrentar o problema, ele promete testar mais a população, contratar mais médicos e ampliar o número de UTIs nos primeiros 180 dias de governo.

O candidato do Psol quer ainda reduzir o tempo de atendimento para exames e procedimentos no Sistema Único de Saúde do município: os casos mais graves devem ser atendidos em até 48 horas, os menos graves em até um mês.

O plano prevê, ainda, a reabertura de hospitais fechados e a abertura completa dos que estão com funcionamento parcial: ele cita o Hospital Sorocabana, o Hospital Menino Jesus e os hospitais de Brasilândia e Parelheiros.

Boulos também propõe universalizar o atendimento odontológico e construir a Faculdade de Medicina Municipal para formar médicos oriundos da periferia.

O que propõe Bruno Covas

Covas quer consolidar a expansão da rede de saúde pública municipal, ampliando a oferta de vagas, leitos e equipamentos. O candidato promete que os novos hospitais de Parelheiros e Brasilândia entrarão em pleno funcionamento, com a oferta de mais de 630 leitos. Outros hospitais entregues durante a pandemia serão voltados a necessidades específicas da cidade: o da Santa Dulce dos Pobres será exclusivo para moradores de rua, e o Guarapiranga para quem precisa de cuidados prolongados. O Hospital Sorocabana será ampliado.

Em parceria com o BID, o programa Avança Saúde vai investir R$ 800 milhões em 150 equipamentos de saúde até 2025, incluindo seis novas UPAs. O acesso à telemedicina será ampliado, inclusive a serviços de saúde mental: 60 mil profissionais serão treinados para atender a população a distância.

Segurança

O que propõe Guilherme Boulos

Entre as promessas de Boulos para a área da segurança estão o fortalecimento da Guarda Municipal por meio da contratação de pelo menos 2 mil novos guardas e ampliação da Patrulha Guardiã Maria da Penha a todos os bairros da cidade.

A segurança passa também pela redução de danos. Boulos quer reimplementar o programa de Braços Abertos, criado na gestão petista de Fernando Haddad (2012 a 2016), para atender a população de rua que faz uso de drogas.

Ele pretende criar também redes de atendimento para pessoas que sofrem violência doméstica ou exploração sexual, centros de Convivência da Mulher para atendimento psicossocial e jurídico, e centros de recuperação do homem agressor para atendimento educacional e psicossocial.

Boulos promete também monitorar e fiscalizar as condições da população carcerária e fortalecer a Justiça restaurativa para fortalecer o diálogo com pessoas que têm pendências judiciais.

O que propõe Bruno Covas

Na área da segurança, o prefeito promete contratar mil agentes da Guarda Municipal e instalar mais de 4 mil câmeras nas ruas – mais que o dobro do número atual – e 12 mil equipamentos de vigilância nas escolas. Covas afirma, também, que triplicará o número de drones usados para monitorar áreas de riscos de desastre e emergências.

A iluminação pública contará com a substituição de 600 mil luminárias e a criação de 20 mil novos pontos.

Transporte

O que propõe Guilherme Boulos

Boulos promete priorizar o transporte público e os deslocamentos de bicicleta e a pé. Para isso, prevê aumentar as calçadas, ampliar a rede de ciclovias e de corredores de ônibus, e manter a política de redução da velocidade para os veículos.

No transporte público, a promessa é zerar a tarifa para jovens até 24 anos e desempregados, e auditar os contratos das empresas de transporte. Segundo ele, a tarifa deve ser cada vez mais subsidiada e menos dependente da lei da demanda e da oferta.

O que propõe Bruno Covas

O prefeito promete novos corredores de ônibus, BRTs, ciclofaixas e um sistema de recarga do bilhete único nos terminais e nos ônibus. A capacidade do transporte público será aumentada em 10%, equivalente a 420 km de vias atendidas.

A Zona Leste, promete Covas, terá um corredor exclusivo, chamado corredor Itaquera, que vai atender mais de 600 mil pessoas. A Avenida Aricanduva ganhará um BRT integrado com as linhas 15-Prata e 3-Vermelha do Metrô e com o BRT metropolitano ABD.

As represas da cidade serão atendidas pelo Aquático, sistema de transporte público por barcos e integrado ao Bilhete Único. A estrada do M’Boi Mirim será duplicada e o complexo viário Pirituba-Lapa, concluído.

Ainda segundo o plano de governo do atual prefeito, a malha cicloviária da cidade ultrapassará 650 km, e serão inaugurados novos bicicletários públicos. As calçadas serão requalificadas, assim como as faixas de travessia.

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