O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que usinas termelétricas a gás sejam acionadas antecipadamente já a partir de outubro para produzir energia no país. A medida, se autorizada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), do Ministério de Minas e Energia (MME), deve provocar um aumento das contas de luz, já que a geração é mais cara nestas usinas.
O motivo para esse pedido é a falta de chuvas em grande parte do país que, segundo o ONS, está abaixo da média histórica verificada em 94 anos de medições. Isso faz com que os reservatórios das hidrelétricas tenham um menor volume de água para gerar energia.
“Com as chuvas abaixo do esperado, há uma menor disponibilidade de recursos hidráulicos, especialmente na região Norte do país, cuja contribuição para o atendimento à ponta de carga é fundamental”, disse em uma nota publicada nesta terça (20).
O órgão responsável por gerenciar a distribuição de energia no Sistema Interligado Nacional (SNI) afirma que os períodos do dia de maior consumo de carga – à noite especialmente nos meses de outubro e novembro – exigem a adoção de “medidas operativas adicionais e de caráter preventivo”.
“Acionamento de usinas termoelétricas a GNL [gás natural liquefeito] com despacho antecipado, como a antecipação para despacho da UTE Termopernambuco, já a partir de outubro de 2024”, afirma no ofício que foi enviado ao CMSE no começo do mês.
Apesar de já antecipar um cenário de falta de chuva e consequente impacto nos reservatórios das hidrelétricas, o ONS afirma que não há risco de desabastecimento e que, neste momento, “não há qualquer problema de atendimento energético”.
“O Operador reforça que todas essas medidas adicionais são preventivas e tomadas justamente para atender a demanda da sociedade, não havendo risco de desabastecimento de energia”, pontuou.
À Gazeta do Povo, o MME informou que tem adotado medidas para reforçar a geração de energia e segurar o aumento das contas de luz..
As contas de luz dos brasileiros estão, neste mês de agosto, sob a bandeira tarifária verde, em que não há a incidência de cobranças adicionais. Apesar do volume menor de chuva em julho na maior parte do país, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que o volume da precipitação na região Sul contribuiu para reverter a bandeira amarela que vigorou naquele mês.
Julho foi o primeiro em 26 meses – desde abril de 2022 – que a bandeira tarifária passou de verde para a amarela, que tem uma cobrança adicional de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos.
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