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Juntar uma excelente oportunidade de aprendizado profissional, uma causa nobre e uma atividade que faz bem à saúde. Uma iniciativa que nasceu há pouco tempo em Curitiba faz esta união e promete agitar o mundo do atletismo da cidade em 2019. A Corrida The Hardest Run promete ser a maior prova da história de Curitiba: 10 mil atletas arrecadando R$ 1 milhão de reais em prol da construção do Erastinho, o primeiro hospital oncopediátrico do Paraná. 

A iniciativa é uma parceria entre o maratonista Marcelo Alves, fundador do The Hardest Run, e o grupo Diretivo RH – executivos de RH de 19 empresas de grande porte com sede no Paraná. Segundo Alves, tudo começou como um desafio quando ele contou sobre a ideia de arrecadar fundos para o hospital e o grupo identificou a oportunidade de fazer uma experiência na prática. 

“Começou quando eu fiz uma palestra para o grupo de líderes. A Regina (Arns, diretora da Lapidus que coordena o Diretivo RH) comentou que queria ter um desafio real para eles. Eu falei sobre o The Hardest Run e a ideia de que a cada ano a gente abrace um tema, sempre envolvendo a questão da saúde, quem realmente precisa. Pouco antes de eu encontrar a Regina, participei de um evento em que conheci o superintendente do Hospital Erasto Gaertner, Adriano Rocha Lago. Ele comentou comigo sobre a dificuldade para construir o Erastinho. Daí que surgiu a ideia de criar uma corrida.” O evento está marcado para 1º de maio de 2019.

Aos executivos ficou a missão de, ao lado de Marcelo Alves, organizar a corrida e arcar com os gastos da organização e materiais do evento (como camisetas, por exemplo). O grupo é formado por diretores de 19 empresas: Aker Solutions, CNH-New Holland, Copel, Electrolux, GRPCom, Grupo Boticário, Grupo Madero, Grupo Marista, Ibema, Irco, Itaipu, Mondelez, Novozymes, Optum, Ouro Verde, Positivo Tecnologia, Renault, Sumitomo e Volvo do Brasil. 

“Unimos, então, esforços para, juntos, fazermos acontecer”, conta Regina. Segundo ela, a ideia é mobilizar governos Estadual e Municipal, empresas, sociedade, jornais, redes sociais, entre outros. 

100% para a causa 

A missão é ambiciosa: ser a maior corrida de rua da história de Curitiba. O objetivo é atrair 10 mil atletas (a Maratona de Curitiba, maior evento no segmento até hoje, reúne cerca de 8 mil participantes). Com um valor de inscrição a R$ 100, a meta é que R$ 1 milhão sejam levados diretamente à conta do Erastinho, sem intermediários. 

O mundo das corridas de rua tem tradição em se aliar a causas nobres, embora muitas vezes o percentual que chega às entidades seja reduzido. No caso da Corrida The Hardest Run , Alves explica como o participante pode ter confiança de que a ajuda vai chegar ao destino. “As empresas parceiras vão pagar o custo da corrida e as pessoas que vão correr têm a certeza absoluta que o valor de inscrição dela vai, na íntegra, para o hospital. Até por uma questão tributária, o dinheiro nem vai passar na nossa mão. Na hora da inscrição, o dinheiro cai direto em uma conta do Erasto”, explica. 

Outro objetivo da parceria com os executivos é incentivar que os funcionários das empresas apoiadoras também abracem a causa. “A gente quer que eles utilizem esse evento para os próprios funcionários. Nós sabemos que o sedentarismo dentro das empresas está muito alto. Estamos ‘vendendo’ uma campanha de endomarketing para motivar o funcionário nestes valores que a gente prega no The Hardest Run: voluntariado, solidariedade e qualidade de vida”. 

O Erastinho 

O Hospital Erastinho será destinado especialmente ao combate do câncer infanto-juvenil. Serão 4.800 m² com 39 leitos de internamento privativo e semi-privativos, consultórios e espaço recreativo. O novo prédio contará com três pavimentos. No primeiro, serão instalados o lobby, ambulatório, recepção e área de convivência. Já no segundo, ficará o banco de sangue e o Espaço da Família, enquanto no último serão construídas as unidades de transplante de medula óssea, de internação e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo Marcelo Alves, dos R$ 30 milhões estimados para a obra, ainda faltam cerca de R$ 10 milhões.