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É uma questão de honra o Paraná Clube se reerguer e voltar para a elite do futebol brasileiro no ano que vem. Até porque não é tão difícil assim dentro de um regulamento que dá acesso a um quinto dos participantes da Série B. A dificuldade a ser superada não é a concorrência – a maioria com estrutura bem abaixo do Tricolor –, mas sim o ajuste interno do clube.

No plano de resultados imediatos, o Tricolor precisa resgatar o estímulo com um título regional e o acesso à Série A do Brasileiro. Isso é importante, porém não basta. Cria-se muitas vezes até uma ilusão com o sobe e desce próprio das ondas do mar. O importante é subir e se estabelecer. Rubens Bohlen, seu atual presidente, teve méritos. Pelo menos tirou o clube da madorna que a gestão anterior havia deixado. O simples retorno de Lúcio Flávio e de Ricardinho despertou um pouco o ânimo do torcedor e resgatou o élan do time dentro de campo.

Por outro lado, para reassumir o slogan "o poder da realização", criado ainda na pia batismal do novo clube, também é possível em curto prazo. No mundo dos negócios do futebol de hoje e dentro da economia borbulhante que se vive, qualquer clube do mundo, seja ele grande ou pequeno, pode dar um salto imediato. Se tiver estrutura física poderosa como o Paraná Clube tem, mais fácil ainda.

Uma liderança visionária obstinada, aliada a uma plataforma de marketing empresarial inteligente, pode tirar hoje um clube de futebol do abismo, ganhando títulos e dinheiro, com equilíbrio e sem comprometer seus valores básicos. O Paraná Clube nasceu grande e puro. Jamais se envolveu em qualquer tipo de maracutaia para construir seu patrimônio, ou mesmo ter acesso no futebol regional ou brasileiro. Aliás, foi do jardim da infância à universidade, passando por todos os exames. Desde a admissão da tal "Seletiva Qualificatória (sic) Paranaense" para a Série C, passando para a Série B, até o êxito alcançado no vestibular da A como calouro em 1992, seguiu a lei. Por isso tem crédito e moral irretocáveis.

Já ouvi dizer que Curitiba não comporta três grandes clubes. Discordo. Buenos Aires tem sete equipes, e é só fazer a conta proporcional ao número de habitantes das duas cidades. O espaço do Paraná Clube, assim como de Atlético e Coritiba, é sagrado. O estado precisa de três clubes fortes para equilibrar a anêmica representatividade política nacional. O gigantismo patrimonial, o carisma das cores e o nome forte que ostenta são temperos especiais para o início de uma nova era do Tricolor. O que daria saliência para o futebol paranaense.

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A pré-temporada aconselha que este colunista dê uma parada e retorne dia 19 de janeiro próximo. Assim será. Deixo aqui um fraternal abraço a todos, muita generosidade e uma sugestão de fim de ano: menos consumismo e mais reflexão. Boas festas!

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