• Carregando...
 | Luiz Pires / VIPCOMM
| Foto: Luiz Pires / VIPCOMM
  • Tatiane vai disputar a categoria Hornet 600 no Racing Festival

A advogada Tatiane Berger, 32 anos, vai trocar o terninho que usa todos os dias para trabalhar por um traje um pouco mais "radical" neste fim de semana. Única mulher entre os 60 pilotos do Racing Festival, competição de automobilismo e motociclismo que acontece neste domingo (26) no Autódromo Internacional de Curitiba (AIC), em Pinhais, a paranaense de Coronel Vivida não reclama. Para ela, vestir macacão, luvas e capacete significa se preparar para o que mais gosta: velocidade em duas rodas.

Convidada pela Honda para participar das duas baterias da Hornet 600, Tati, como é conhecida, agradece a chance de "sacudir a poeira". Sem patrocínio, ela disputou apenas etapas esporádicas de alguns campeonatos pela equipe XRace Team. Na temporada de 2009, ao contrário, foi segunda colocada na Copa Mercosul da Associação de Pilotos de Superbikes (APSBK) em seu ano de estreia em competições oficiais.

"Se tivesse patrocínio, teria disputado [a temporada], com certeza. Mas, só de custo, sem grandes estruturas, um fim de semana fica em R$ 3 mil. Isso sem treinos", explicou Tatiane, que cumpre expediente de segunda à sexta-feira em um banco de Curitiba.

Vidrada por motos desde a infância, a advogada começou a competir por acaso. Em 2008, pouco depois de tirar a habilitação, comprou uma Harley-Davidson. "Não tinha a mínima noção. Caí com ela parada várias vezes e depois não conseguia nem levantá-la", lembrou. Após tentativa com uma moto de grande porte, decidiu passar para uma esportiva, que tem cerca de metade do peso. "Não conseguia nem tirar da garagem", contou, às gargalhadas.

A situação só mudou quando, seguindo o conselho de um amigo, decidiu fazer um curso de pilotagem no AIC. Comprou todo o material de segurança, passou pela parte prática e se apaixonou. Quando viu, já estava fazendo tempos de competição nos track days (dias que em a pista é alugada para quem quer praticar). Então, decidiu tentar a sorte uma prova oficial. "Corro porque amo velocidade e adrenalina. Mas só faço porque me sinto segura", garantiu.

Paraquedista há 15 anos, Tatiane não teve problemas para se adaptar ao mundo da velocidade. Até a "indiferença" inicial dos outros pilotos já foi superada – a advogada é a única brasileira a participar de provas oficiais de motovelocidade. Difícil mesmo é não causar espanto no dia a dia.

"É até engraçado. No trabalho algumas pessoas se surpreendem quando me vêem de terninho e descobrem que corro. No autódromo é o contrário. Quando me vêem de macacão e digo que trabalho em um banco as pessoas não acreditam".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]