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Jesús Navas comemora o gol de pênalti que colocou a Espanha na inédita decisão da Copa das Confederações, contra o Brasil | Ivan Alvarado /Reuters
Jesús Navas comemora o gol de pênalti que colocou a Espanha na inédita decisão da Copa das Confederações, contra o Brasil| Foto: Ivan Alvarado /Reuters

O jogo

A Itália surpreendeu a Espanha e saiu do primeiro tempo com nove finalizações ao gol. Na segunda etapa, o jogo caiu de produção e ficou no 0 a 0. Giaccherini, pela Itália, e Xavi, pela Espanha, acertaram a trave na prorrogação e o jogo foi para os pênaltis: vitória dos atuais campeões do mundo por 7 a 6.

O tiki-taka se rendeu ao chuveirinho. Eram quatro minutos da prorrogação quando Vicente del Bosque chamou Javi Martínez para entrar em campo. O volante do Bayern de Munique entraria não para reforçar a marcação, mas como um centroavante, na tentativa de usar o seu 1,90 m de altura para explorar um jogo aéreo que nem mesmo a Espanha sabia que tinha.

Foram 20 cruzamentos do segundo tempo até a prorrogação. Uma negação ao estilo que consagrou a equipe como melhor futebol da atualidade e reflete a mais eficiente marcação enfrentada pela Roja nos últimos anos. Uma ótima lição para aquilo que o Brasil pode fazer na final de domingo.

"Coloquei o Martínez porque não podíamos perder altura e era um detalhe importantíssimo. Foi como ganhar na loteria. Os italianos fizeram um trabalho fantástico, foram muito bem e souberam controlar a partida", analisou o técnico espanhol Vicente del Bosque.

O controle da Azzurra foi resultado de um bem armado sistema defensivo, mas sem recorrer ao catenaccio – retranca à italiana. Cesare Prandelli escalou o trio de zagueiros da Juventus, tendo à frente deles uma linha de quatro jogadores – Maggio, Pirlo, De Rossi e Giaccherini –, com mais dois logo adiante – Candreva e Marchisio – e Gilardino no ataque. Todos muito compactos, empurrando a Espanha para o seu campo.

Os espanhóis tinham a bola no pé, mas não conseguiam chegar perto do gol de Buffon. No primeiro tempo, a Roja teve 64% de uma posse de bola inútil, que produziu apenas uma chance de gol. A Itália avançava rapidamente ao ataque e finalizava. Antes do intervalo, foram sete tiros contra a meta de Casillas, eleito o melhor em campo. "Eles foram melhores no primeiro tempo. Conseguimos recuperar um pouco e, na prorrogação, fomos melhor", disse del Bosque.

A Espanha equilibrou a partida pelo cansaço dos italianos e pela boa entrada de Jesús Navas aberto pela direita. Xavi e Iniesta renderam pouco. Foram símbolo de uma seleção que teve menos posse de bola (53%) que sua média na primeira fase (64%).

Para os italianos, Cesare Prandelli deixou uma demonstração clara de que é possível defender sem apelar à retranca. E que – à parte a catastrófica goleada na final da Eurocopa –, é a seleção que melhor sabe enfrentar a Espanha.

"A Espanha está à frente de nós, porque têm muitos anos trabalhando com esses conceitos e nós estamos procurando nosso caminho. Do ponto de vista tático, estamos melhorando", disse. "Foi muito comovente e uma bela prova para a seleção italiana", acrescentou. Faltou dizer que é, também, um ótimo exemplo para a seleção brasileira.

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